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Destaque da semana
Nesta semana, as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americana) e do Copom foram o foco da agenda econômica local. No entanto, além dos dados de política monetária também foram publicados indicadores importantes sobre a atividade econômica doméstica, como a taxa de desocupação através da PNAD contínua e a Produção Industrial, ambas referente ao mês de junho.
Sobre a decisão de política monetária do Copom, a autoridade monetária decidiu por cortar 0,50 p.p. da taxa de juros básica da economia brasileira (Selic), levando-a ao nível de 6,0% a.a.. A decisão foi em linha com o esperado por nós desde o primeiro trimestre do ano, quando o BCB sinalizou que iria acompanhar a conjuntura econômica livre de choques.
Para os próximos passos esperávamos apenas mais um corte de 0,50 p.p. em setembro, totalizando um ciclo de corte de 100 p.p., no entanto, dada a comunicação atual revisamos nossa expectativa para mais dois cortes de 0,50p.p. levando a SELIC a 5,0%, patamar que deverá permanecer até o final de 2020.
Já a indústria no mês de junho apresentou retração de 0,6% na comparação contra o mês anterior na série com ajuste sazonal e de -5,9% na comparação contra o mesmo período do ano anterior.
Na abertura do indicador e análise das categorias, à exceção de indústria extrativa (+1,4%), todas as outras agremiações acompanhadas por nós apresentaram queda na margem. No entanto, a despeito de um desempenho pior na margem, na comparação trimestre contra trimestre anterior, os dados demonstram avanço. Bens de capital, componente de investimentos produtivos dependente da expectativa dos empresários em relação à demanda futura, vem crescendo nesta métrica fechando o trimestre com expansão de +5,6%.
Sobre os dados de emprego, a PNAD indicou queda de 0,3 p.p. na taxa de desemprego da economia, saindo de 12,3% para 12,0%. Porém em termos dessazonalizados a taxa permaneceu estável em 11,9%. Outro componente importante, a taxa de subutilização, também caiu na margem para 24,8% ante 25% da leitura anterior (maior patamar da série).
Na abertura do indicador e da análise das vagas geradas ainda é possível verificar bastante fragilidade no mercado de trabalho com uma alta composição de vagas por conta própria e informal, cuja principal característica são rendimentos flexíveis. Condizente com retomada econômica bastante gradual da economia.
Para a próxima semana, os destaques são dois: (i) os dados de atividade econômica com a pesquisa mensal do comércio (PMC); e os (ii) dados de inflação com o IPCA de julho.
Próxima Semana
Para o comércio varejista, esperamos expansão do volume de vendas em 1,3% na comparação contra o mês imediatamente anterior e ajustado sazonalmente. Contra o mesmo período do ano anterior, nossas projeções indicação um crescimento de 2,0%.
As vendas do varejo ampliado, que incluem atividades de vendas de veículos e material de construção, nossos modelos apontam um crescimento marginal de 1,3% na série livre de sazonalidade e 3,4% contra o mesmo período do ano anterior.
Já para os dados de inflação, nossa expectativa é de avanço 0,21% no IPCA de julho. Tal resultado se baseia, conforme comentado anteriormente, no fim das devoluções nos preços de alimentos in natural e na alteração de bandeira tarifária, impactando o preço de energia elétrica residencial. Com este resultado, o IPCA acumula em 12 meses alta de 3,24%.
Rafael G. Cardoso, economista-chefe
rafael.cardoso@bancodaycoval.com.br
Antônio Castro