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Destaque da semana
Nesta semana os destaques da agenda econômica foram os dados de atividade econômica através da pesquisa mensal do comércio (PMC) e os dados de inflação com a publicação do IPCA de junho.
O comércio varejista avançou 0,1% em junho na série ajustada sazonalmente. Bem abaixo do projetado por nós (1,3%) e pelo mercado (0,5%). Na variação com o mesmo mês do ano passado a queda foi de 0,3%.
O varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, apresentou estabilidade na leitura de junho na série com ajusta sazonal, também bastante abaixo do esperado por nós (1,3%) e pelo mercado (0,6%).
Os dados do varejo apresentaram direções opostas no fechamento deste segundo trimestre, enquanto o Varejo Ampliado avança 1,2% contra o primeiro trimestre, o Varejo Restrito recua em 0,3% na mesma métrica. De modo geral, tal discrepância pode ser explicada, por um lado pela expansão de vendas de veículos (+4,3% no trimestre) que contribuiu positivamente no varejo ampliado, e por outro, o baixo dinamismo dos ganhos salariais e fragilidade do mercado de trabalho mina os avanços das categorias mais atreladas à renda bastante presente no varejo restrito.
De modo geral, a leitura desta publicação é mais um dado que reforça o cenário de retomada bastante gradual da economia.
Já o IPCA de junho apresentou taxa de inflação de 0,19% abaixo do esperado por nós (0,21%) e do mercado (0,24%). Com este resultado, a inflação acumulada em 12 meses passou de 3,36% para 3,22%. Além do bom desempenho do índice cheio, diversas métricas com viés mais qualitativo (serviços, núcleos e etc.) voltaram a apresentar trajetória claramente benigna após alguma leve pressão em meados de maio.
Para o mês de agosto, a expectativa é de inflação ainda benigna em nível próximo ao verificado em julho (0,19%). Para o ano, após o resultado de julho, revisamos nossa expectativa para o IPCA de 2019 de 3,8% para 3,6%. Além disso, destacamos que a inflação de serviços deverá terminar o ano, em termos dessazonalizados e anualizados, próximo a 3,5%. Já para 2020 projetamos IPCA de 3,8%.
Desta forma, considerando nossas projeções para a inflação e o reconhecimento por parte do BCB de que a política monetária tem de ser ajustada, recentemente também revisamos nossa expectativa para taxa SELIC de 5,5% para 5,0% no final do ano, patamar que deverá permanecer até final de 2020.
Próxima Semana
Para a próxima semana, os destaques serão os dados do índice de atividade econômica do BCB (IBC-Br) assim como o IGP-10 de julho.
Para o índice de atividade esperamos crescimento de 0,29% em junho ante maio na série livre de sazonalidade. Na comparação contra o mesmo período do ano anterior nossa projeção é de queda de 2,07%.
Para o IGP-10 de julho nossas perspectivas são de taxa de inflação de 0,20%, desacelerando em relação ao mês anterior (+0,61%).
Rafael G. Cardoso, economista-chefe
rafael.cardoso@bancodaycoval.com.br
Antônio Castro
antonio.castro@bancodaycoval.com.br