O mercado, já atritado com temas sensíveis como o possível desabastecimento de combustíveis, reagiu mal. O dólar fechou em alta de 1,92%, cotado a R$ 5,6651, ontem, após o ministro da Economia Paulo Guedes confirmar que o governo pagará R$ 400 de Auxílio Brasil e falar em “licença” para furar o teto de gastos para financiar o benefício. Já o Banco Central não anunciou como faz usualmente a venda líquida de dólares – seja na forma de swap cambial, seja de moeda física.
A fala de Guedes foi interpretada pelo mercado como o fim do teto, indicando uma derrota da equipe econômica na batalha contra planos de romper o teto de gastos e fazendo dela uma condição já fadada de ocorrer.
O teto de gastos está em vigor desde 2016 e não permite o crescimento das despesas do governo, além da inflação do ano anterior, com o objetivo de reduzir o endividamento público e evitar um descontrole dos gastos públicos no curto e longo prazo.
A preocupação mundial sobre o Teto de Gastos do Brasil é fruto de um país que ainda tem um alto grau de endividamento, além de ser um país emergente. É normal que isso influa na confiabilidade do país em ser o destino de investimentos internacionais, já que as agência de classificação de risco poderão rebaixar o Brasil.
A fala de Guedes, a crise econômica, a implicação fiscal e a tensão política resultam em um único ponto: incertezas!
Incertezas já temos. E não tão cedo o cenário mudará, já que o ciclo eleitoral aproxima-se levando a novos rumores. Este é um péssimo momento para criar burburinhos, pois isso já é responsabilidade das eleições trazerem! Vamos acompanhar o desenrolar, pois essa volatilidade, pode ser alguma oportunidade no final do túnel.