A reforma da Previdência não deve ser aprovada antes do terceiro trimestre do ano e, assim mesmo, de forma diluída. A afirmação foi feita por Beny Parnes, economista da SPX Capital, durante a abertura da conferência Perspectivas para o Brasil em 2020, que está sendo realizada nesta manhã, em São Paulo. Ainda assim o economista tem uma visão positiva para o país: ”O Brasil é muito grande. As coisas, de uma forma ou de outra, vão caminhar”, destacou.
De acordo com o economista, o Brasil vive a recessão mais grave de toda a história. “Estamos vendo as quedas dramáticas do PIB (Produto Interno Bruto), a população está sentindo e as perspectivas de crescimento estão muito baixas. Todas as nossas revisões são para baixo e hoje trabalhamos com perspectivas de crescimento de 1,7% para 2019. Somos pessimistas com o crescimento, pois estamos dependendo da reforma da Previdência. Por outro lado, o país tem condições, após a aprovação da reforma, de crescer até 4% sem gerar inflação, o que permite que o Banco Central continue trabalhando com taxas reais de juros muito baixas, em torno de 2,5% acima da inflação. Este é o lado bom”, explicou, destacando que o BC está tendo condições de gerir a política monetária de forma tranquila.
Para Beny Parnes, mesmo que a reforma da Previdência seja uma pouco “aguada”, isso dará condições de o Brasil voltar a crescer. “Talvez não em uma faixa de 4% ao ano, mas por volta de 2%”, disse, destacando que a aceleração dos investimentos estrangeiros no País é uma demonstração de confiança na economia brasileira. “O fluxo cambial para o país é muito positivo e será a primeira vez, em 20 anos, que isso não é uma fonte de preocupação”.
A conferência, realizada pelo Banco Daycoval, foi aberta pelo diretor Institucional da instituição, Ricardo Gelbaum, que destacou o investimento contínuo que o banco tem feito em treinamento e capacitação dos cerca de 2.200 colaboradores e em tecnologia.