Dólar em agosto: por que o mercado ainda não precificou o risco real?

Tempo de leitura: 4 minutos

O mês de agosto começou com um alerta importante para investidores e empresas expostas ao dólar. Após um breve período de alívio, o câmbio voltou a ganhar força e a volatilidade tende a se intensificar.

Segundo Otávio Oliveira, Gerente de Tesouraria do Banco Daycoval, a rodada de tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil pode ser um divisor de águas para o comportamento do dólar nas próximas semanas:

“O dólar pode surpreender — e não do jeito que o mercado gostaria. Com o tarifaço dos EUA contra o Brasil, os impactos podem ir além do esperado.”

Neste artigo, você vai entender os motivos por trás da recente valorização da moeda americana, o que esperar do dólar em agosto e como a política e a diplomacia entre Brasil e Estados Unidos influenciam esse cenário.

Quer acompanhar a análise completa em vídeo?
Assista agora à explicação de Otávio Oliveira no canal oficial do Banco Daycoval. O link está na descrição ou na página inicial do blog.

A volta da incerteza: o dólar rompe os R$5,60

Nas últimas semanas de julho, o dólar voltou a ganhar força, saindo de R$5,40 para quase R$5,60, impulsionado por uma combinação de fatores econômicos e geopolíticos. Um dos principais gatilhos foi a confirmação de que os Estados Unidos elevariam as tarifas de importação para produtos brasileiros a até 50%.

A escalada das tensões comerciais e diplomáticas entre os dois países marca um novo ciclo de incerteza para o câmbio.

“Depois de semanas de alívio, o câmbio voltou a subir. O dólar, que rondava os R$5,40 no início do mês, chegou perto dos R$5,60 em julho — e não por acaso.”

As tarifas, agora em vigor, afetam setores estratégicos da economia brasileira, e o mercado já começou a precificar os riscos — ainda que de forma parcial. O início da cobrança marca um novo estágio, e o impacto no câmbio pode se prolongar por todo o mês de agosto.

Medidas ainda pouco claras: isenções parciais aliviam, mas não resolvem

Um dos motivos para a incerteza no mercado cambial é a falta de clareza sobre o alcance total das medidas tarifárias. Embora algumas isenções tenham sido anunciadas, elas não abrangem todos os setores relevantes para o Brasil.

“As isenções anunciadas por Trump nos últimos dias aliviaram parte da pressão — setores como agro, celulose e aviação foram poupados. Mas a tarifa sobre outros setores como o de proteína animal, por exemplo, segue de pé.”

A permanência de tarifas em segmentos como o de proteína animal levanta preocupações sobre o impacto nas exportações brasileiras e, por consequência, sobre o fluxo cambial.

Além disso, a ausência de uma definição clara sobre a extensão e duração dessas medidas gera volatilidade adicional no mercado.

Fatores políticos ampliam o risco cambial

Mais do que uma questão técnica ou comercial, as tarifas americanas têm sido interpretadas como um gesto político, o que dificulta ainda mais a projeção de curto prazo para o câmbio.

“O mercado teme que essa retaliação tenha mais motivações políticas do que econômicas. E isso dificulta qualquer projeção.”

Esse viés político aumenta a imprevisibilidade e faz com que qualquer tentativa de acordo bilateral ganhe peso nas decisões de investimento. A ausência de um diálogo diplomático mais robusto entre os governos pode manter o dólar pressionado ao longo de agosto.

A cada sinal de escalada retórica ou ausência de resolução, o mercado tende a reagir com mais cautela — muitas vezes se antecipando a potenciais novos desdobramentos.

Diplomacia brasileira é estratégica, mas não elimina a volatilidade

Apesar do cenário adverso, o governo brasileiro tem adotado uma postura calculada e diplomática, evitando respostas mais duras ou contraproducentes às medidas americanas. Essa postura tem contribuído para atenuar um pouco a pressão no câmbio — mas está longe de ser suficiente para conter a volatilidade.

“O Planalto tenta manter a diplomacia, acenando para negociação. Mas a incerteza permanece, e o câmbio reflete isso com bastante volatilidade.”

Volatilidade deve continuar em agosto: cenário ainda indefinido

como-dolarizar-os-investimentos

O início de agosto mostra que o mercado ainda está em compasso de espera, avaliando os desdobramentos das tarifas e a possibilidade de algum avanço nas negociações entre Brasil e EUA.

“Tivemos variações diárias de até 10 centavos nos últimos dias, e esse padrão deve continuar.”

Diante desse cenário, o dólar tende a se manter volátil, podendo buscar patamares acima de R$5,60 se novos choques ocorrerem. Ao mesmo tempo, a ausência de notícias concretas também impede uma reversão significativa no curto prazo.

Conclusão: agosto começa com alerta no câmbio

O mês de agosto se inicia com um alerta claro para o mercado: o risco cambial ainda não está plenamente precificado. A elevação das tarifas pelos EUA, a incerteza política e a resposta diplomática do Brasil criam um ambiente de volatilidade persistente.

“Se você investe em ativos atrelados ao dólar ou tem posição em segmentos afetados pelas tarifas, atenção redobrada: o início da aplicação da taxação pode marcar um novo ponto de inflexão.”

Neste cenário, manter uma estratégia de proteção cambial ou diversificação internacional pode ser uma boa alternativa — especialmente para investidores que acompanham o mercado com disciplina.

Invista com informação e estratégia: abra sua conta no Banco Daycoval

Se você ainda não é cliente do Banco Daycoval, aproveite este momento para abrir sua conta e investir com apoio de especialistas que acompanham o mercado em tempo real.

Recomendar Conteúdo:

WhatsApp
LinkedIn
Twitter
Facebook

Quem leu essa matéria também gostou

Matérias mais lidas

Gostaria de receber novidades?
WhatsApp
LinkedIn
Twitter
Facebook

    Ei, tá curtindo o nosso Blog?

    Inscreva-se para receber as nossas novidades dicas financeiras exclusivas e conteúdo especial na sua caixa de entrada.


    Prometemos não utilizar suas informações de contato para enviar qualquer tipo de SPAM.


    Obrigado por se inscrever!