IPCA de Dezembro/18
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O IPCA de dezembro variou 0,15%, acima da nossa projeção de 0,09% e da projeção de mercado de 0,12%. No acumulado em 12 meses ,e portanto, o IPCA fechado de 2018 ficou em 3,75%. Essa foi a menor variação para dezembro desde 1994. De forma geral, tanto no número cheio quanto métricas com viés mais qualitativo, houve acerta aceleração na margem, entretanto medidas de prazos mais longos (acumulado em 12 meses e médias de 3 meses dessazonalizadas e anualizadas) continuaram com comportamento bastante benigno.
Os principais impactos foram registrados no grupo Transportes. Do lado positivo passagens aéreas variaram 29,12% com impacto de 0,12p.p. e do lado negativo combustíveis com queda de 4,25% impactaram negativamente em 0,25p.p.. Outro impacto importante, a queda de energia elétrica (-1,96%) teve impacto de -0,08p.p. em linha com a revisão da bandeira tarifária.
Também não podemos deixar de destacar a reversão do comportamento atípico dos grupos Vestuário e Saúde e Cuidados Pessoais que tinham apresentado deflação em novembro. Acreditamos que tal fenômeno pode estar relacionado a Black Friday e a decorrente mudança na sazonalidade de promoções no final do ano.
De forma qualitativa, apesar do número acima do esperado e da aceleração dos núcleos na margem, a conjuntura inflacionária permanece bastante benigna. Os núcleos permanecem próximos ou abaixo da banda inferior da meta e métricas de alta frequência mostram arrefecimento apesar da alta na margem. Para os próximos meses, esperamos continuidade do cenário de inflação relativamente baixa (projetamos 0,42% e 0,44% para janeiro e fevereiro, respectivamente) e que o IPCA em 2019 fique em 3,9%, abaixo do centro da meta (4,25%). Neste sentido, dada a inflação corrente controlada e as expectativas ancoradas, esperamos que o Banco Central mantenha a taxa de juros em 6,5% até o primeiro trimestre de 2020.
Rafael G. Cardoso, economista-chefe
rafael.cardoso@bancodaycoval.com.br
Antônio Castro
antonio.castro@bancodaycoval.com.br