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A produção industrial medida pela Pesquisa Mensal da Indústria (PIM) do IBGE avançou 2,6% em setembro frente a agosto, na série ajustada sazonalmente e 3,4% na comparação com setembro do ano passado.
Tais resultados foram acima do esperado por nós de +2,0% na variação mensal e +2,3% na comparação interanual, e da expectativa de mercado de +2,4% e +2,5% segundo a mediana de projeções da Bloomberg.

A leitura de setembro mostrou que a despeito do arrefecimento da taxa de expansão do setor, o processo de recuperação continua. A indústria geral, retornou ao patamar de produção pré-crise do coronavírus, em fevereiro, com uma leve expansão de 0,2% em relação a este período e boa parte dos principais segmentos do setor tangenciam este patamar.

Bens de consumo duráveis e bens de capital, categorias atreladas a decisões de longo prazo que dependem da confiança dos consumidores e da expectativa dos empresários em relação à demanda futura, foram as que mais sofreram com o choque da pandemia dentro da indústria. Em abril, pior momento do choque, a queda no volume de produção em relação a fevereiro era de 84,3% e 51,1% respectivamente e nesta leitura, este intervalo já foi reduzido para -2,8% e -5,5%.
Em relação a atividade econômica de forma mais geral, os últimos dados têm mostrado desempenho pouco melhor que o esperado, ainda que apresente retomada heterogênea entre os setores, gerando viés de melhora para as projeções de atividade econômica. Até então, para o PIB de 2020 esperamos queda de 5,2% e alta de 3,4% em 2021.
Entretanto, esperamos que o processo de arrefecimento do ímpeto da atividade econômica continue adiante com a passagem dos efeitos mais intensos do auxílio emergencial e com a realização da demanda reprimida no período de maior isolamento social.
Rafael G. Cardoso, economista-chefe
rafael.cardoso@bancodaycoval.com.br
Antônio Castro, analista econômico