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O IPCA-15 de agosto variou 0,23% segundo dados divulgados esta manhã pelo IBGE. No acumulado em 12 meses, o índice passou de 2,1% na leitura de julho para 2,3% em agosto. Destaque para a continuidade do comportamento benigno dos núcleos (métricas de inflação com maior correlação com o ciclo econômico) e da inflação de serviços na margem.
Em relação as medidas com viés mais qualitativo citadas acima, vale destacar o comportamento da média trimestral dessazonalizada e anualizada dos núcleos de inflação que após registrar deflação de -0,2% em junho, caminha agora para um patamar mais próximo à banda inferior da meta com alta de 1,5% em agosto. A inflação de serviços subjacentes, que chamou a atenção nos primeiros meses deste ano com certa tendência altista, na média trimestral dessazonalizada e anualizada aprofundou a queda e registra alta de 0,7% em agosto ante 0,9% em julho.

Prospectivamente, esperamos que a inflação fechada de agosto e setembro para o IPCA deva ser mais baixa frente a julho (0,36%). Esperamos números mais próximos de 0,1%.
Para 2020 projetamos que o IPCA fechado fique em 1,6% e 2,8% em 2021. Também acreditamos que a expectativa de inflação contida no boletim FOCUS para 2021 e 2022 deverá cair adiante em linha com o esperado por nós. Neste sentido, esperamos que o Banco Central do Brasil poderá voltar a discutir eventuais novas reduções na taxa de juros. Ademais, mesmo com quedas adicionais no radar, acreditamos que a taxa de juros deva ficar em patamar próximo ao atual (2,0% a.a.) até pelo menos final de 2021.
Rafael G. Cardoso, economista-chefe
rafael.cardoso@bancodaycoval.com.br
Antônio Castro, analista econômico