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O IPCA de dezembro variou 1,15%, acima do esperado por nós (1,05%) e pelo mercado (1,07%). Em 12 meses o índice acumula alta de 4,31%, acima dos 3,27% de novembro. Na margem destaque para o choque de proteínas bovinas que agora materializou alta de preços em proteínas substitutas e em refeição fora de casa. Além disso, o reajuste de combustíveis também foi origem de impacto relevante.

A inflação de serviços e de núcleos que possuem viés mais qualitativo, por sua vez, apresentaram algum impacto do choque citado. A média dos núcleos dessazonalizada e anualizada saltou de 2,7% para 3,6% em dezembro. Já a inflação de serviços subjacentes na mesma métrica saiu de 2,3% para 4,1%. Acreditamos que, apesar dessa pressão na margem, durante 2020 os núcleos e a inflação de serviços deverão rodar em patamares próximos a 3,5%, ainda em nível muito confortável.
Para 2020 nossa projeção é de 3,6% para o IPCA fechado. Desta forma, de modo geral, a despeito da inflação mais pressionada na margem e da aceleração dos núcleos, o cenário prospectivo no médio prazo permanece bastante benigno. Em relação a política monetária, acreditamos que a taxa SELIC permanecerá em 4,5% ao longo deste ano.
Rafael G. Cardoso, economista-chefe
rafael.cardoso@bancodaycoval.com.br
Antônio Castro, analista econômico