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Em junho, a produção industrial caiu 0,6% na série com ajuste sazonal. Tal resultado foi pior que o esperado por nós (-0,2%) e da mediana de mercado segundo a Bloomberg, cuja expectativa era de queda de -0,5%. Na comparação com junho de 2018, o resultado foi de queda de -5,9%.
Na abertura do indicador, à exceção de indústrias extrativas, todas as outras categorias monitoradas por nós apresentaram queda na margem. Também houve revisão dos dados do mês de maio de -0,2% para -0,1% na série com ajuste sazonal.

Em leituras anteriores passamos a destacar a tendência positiva de categorias relacionadas ao investimentos e decisões de longo prazo como Bens de Capital e Bens de Consumo Duráveis, a despeito de um desempenho marginal negativo de -0,4% e -0,6%, respectivamente, é importante ressaltar que Bens de Capital é um componente de investimentos produtivos dependente da expectativa dos empresários em relação à demanda futura e vem apresentando crescimento relevante na comparação trimestral, podendo implicar numa melhor leitura em Formação Bruta de Capital Fixo na divulgação do PIB do segundo trimestre, que na última publicação apresentou desempenho negativo de -2,5%.

Em resumo, os dados da Produção Industrial de junho a despeito da queda marginal, apresenta uma composição melhor ao final deste segundo trimestre. Como comentado acima, categorias relacionadas ao investimento avançaram em relação ao primeiro trimestre, mas ainda apresentam níveis bastante baixos e condizentes com um cenário de retomada bastante gradual, de dificuldades do setor extrativo mineral e de alta capacidade ociosa. Esta estagnação na margem afeta, por outro lado, o trimestre seguinte, que perde em alguma parcela ímpeto na retomada/avanço da atividade econômica.
Nossa expectativa de crescimento para este ano é de 1,0% e de 2,0% para 2020. Neste sentido, vislumbramos que 2019, assim como 2018, será caracterizado pelo baixo crescimento, inflação abaixo da meta, apesar da política de juros baixos praticada pelo Banco Central. Projetamos 3,9% para o IPCA e 5,0% para a taxa SELIC no final de 2019.
Rafael G. Cardoso, economista-chefe
rafael.cardoso@bancodaycoval.com.br
Antônio Castro