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Em agosto, o volume de vendas no comércio varejista cresceu 0,1% em relação ao mês imediatamente anterior na série com ajuste sazonal. Tal resultado foi pouco acima do esperado por nós (0,0%), porém, na abertura do indicador vemos que o volume de vendas só não foi negativo devido ao bom desempenho de Hipermercados e supermercados que, por sua vez, foi beneficiada pelo comportamento benigno da inflação no período e consequente recomposição da renda das famílias. Este resultado arrefece o otimismo em relação ao mês anterior que apresentou crescimento acima do esperado.
Já o comércio varejista ampliado, que inclui as vendas de veículos e material de construção, apresentou estabilidade em agosto (0,0%) ante julho. Nossa expectativa era de crescimento de 0,5%. Parte desta frustração pode ser explicada pelo desempenho negativo de Veículos, motocicletas, partes e peças que caiu 1,7% na margem, contrariando alguns indicadores coincidentes como os dados da Fenabrave que indicavam crescimento nas vendas de veículos no mesmo período. No entanto, a despeito de um crescimento mais contido na margem, o crescimento trimestral do varejo deverá ter bom desempenho no terceiro trimestre.

Neste sentido, os dados do comércio de hoje não alteram nosso cenário prospectivo de retomada gradual da atividade econômica brasileira. Projetamos crescimento do PIB de 0,9% para este ano e de 1,8% para 2020. Entretanto, vale ressaltar que a liberação do saque das contas do FGTS que iniciou-se no mês anterior deverá resultar em tendência mais positiva para setores relacionados ao consumo das famílias, como varejo.
Rafael G. Cardoso, economista-chefe
rafael.cardoso@bancodaycoval.com.br
Antônio Castro