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As vendas no varejo cresceram 0,7% em setembro frente agosto, acima da expectativa mediana do mercado e abaixo do esperado por nós. Em relação ao mesmo mês do ano passado a alta foi de 2,1%. No conceito ampliado, que inclui ‘veículos, motocicletas, partes e peças’ e ‘material de construção’, a variação mensal foi de 0,9% e em relação a setembro de 2018 foi de 4,4%.

De modo geral o número foi bom e mostra recuperação consistente de setores relacionados a renda. No terceiro trimestre os setores relacionados a renda cresceram 2,0% frente o trimestre anterior, enquanto havia apresentado queda de 1,1% no segundo trimestre. Outro destaque do número divulgado é o provável impacto positivo da “semana do Brasil”, semana promocional promovida pelo Governo e com efeitos restritos ao mês de setembro, e dos saques do FGTS, com efeitos que deverão permanecer por alguns meses, corroborado pelo desempenho de ‘moveis e eletrodomésticos’, ‘veículos, motocicletas, partes e peças’ e ‘material de construção’.
Neste sentido o dado divulgado hoje soma-se a outros sinais de retomada da atividade econômica. Desde julho dados de crédito e emprego vinham com maior ímpeto, fenômeno que começa a aparecer de forma mais nítida nos dados oficiais de serviços e varejo. Em relação ao varejo, especificamente, a tendência positiva deverá perdurar impulsionada pelos saques do FGTS e a gradual melhora do mercado de trabalho. Desta forma projetamos crescimento de 0,3% no terceiro trimestre frente o trimestre imediatamente anterior. Vale ressaltar que no início do trimestre chegamos a cogitar crescimento próximo a 0% neste período. Para 2019 mantemos nossa expectativa de crescimento de 0,9%, entretanto, para 2020, colocamos viés de alta na nossa projeção de 1,8%.
Rafael G. Cardoso, economista-chefe
rafael.cardoso@bancodaycoval.com.br
Antônio Castro