Exterior: Bolsas mundiais não apresentam direção única. Na Ásia, as praças fecharam majoritariamente em alta, mesmo apesar de relatos sobre novos casos de infecção por covid-19 na China, que decidiu impor restrições de viagens em regiões afetadas. Na Europa, as bolsas operam mistas após balanços corporativos melhor do que o esperado e dados fracos de confiança do setor empresarial alemão. Por fim, os índices futuros das bolsas de Nova York operam em leve alta, após acumularem ganhos na semana passada em meio a balanços corporativos melhores do que o esperado.
Na agenda externa para esta semana teremos a leitura do PIB do terceiro trimestre da Zona do Euro, assim como a decisão de política monetária do Banco Central Europeu. Nos EUA, o destaque também será a leitura do PIB do terceiro trimestre, e por fim na China, teremos o lucro industrial de setembro.
Doméstico: No final de semana, as manifestações de apoio entre Paulo Guedes e Bolsonaro e as indicações de Esteves Colnago e Paulo Valle para comandar a Secretaria Especial do Tesouro e Planejamento e Secretaria do Tesouro devem reduzir, marginalmente, os ruídos domésticos. Porém, a decisão de juros do Copom e a votação da PEC dos precatórios ficarão no radar da semana, assim como os dados de inflação com o IPCA-15 de outubro. Na seara política, a votação do relatório final do senador Renan Calheiros (MDB-AL), na CPI da Covid do Senado também pode virar um foco de ruídos a depender das reações dos atores envolvidos. O relatório deve pedir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por nove crimes.
COPOM: Sobre o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) que se reunirá nesta semana para decidir a SELIC, esperávamos que o BC em função do que havia comunicado e pela trajetória desafiadora da inflação, faria uma elevação de 100 pontos base, ou seja, elevaria a Selic para 7,25%. Contudo, diante da materialização dos riscos fiscais (rompimento do teto e maior estímulo fiscal) que surgiu na semana anterior, entendemos que o BC precisará elevar os juros de forma mais intensa, elevando a Selic em 150 pontos (7,75%). Além disso, deve apresentar um comunicado mais duro por conta dessa flexibilização fiscal.

Fonte: FGV, Bloomberg, Broadcast e LCA Consultores
Rafael G. Cardoso, economista-chefe
rafael.cardoso@bancodaycoval.com.br
Julio Mello de Barros, economista
julio.barros@bancodaycoval.com.br
Antônio Castro, analista econômico