No exterior, as bolsas asiáticas fecharam em baixa generalizada nesta quinta-feira, seguindo o comportamento de Wall Street, à medida que os rendimentos dos Treasuries voltaram a subir, realimentando temores de que um salto na inflação possa levar banco centrais a elevar juros.
Ontem, as bolsas de Nova York encerraram o pregão em terreno negativo, após os retornos dos Treasuries retomarem sua recente trajetória de alta, gerando preocupações de que a inflação ganhará força em meio à recuperação da economia global, diante de novos estímulos fiscais nos EUA e do avanço global da vacinação contra a covid-19, podendo levar bancos centrais a rever suas políticas ultra-acomodatícias e, possivelmente, voltar a elevar juros, mesmo que este não seja o cenário base atual.
Já os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa nesta manhã. As bolsas europeias também abriram em baixa nesta quinta-feira. A aversão a risco persiste apesar de, nas últimas semanas, dirigentes do Federal Reserve e do Banco Central Europeu (BCE) enfatizarem que as medidas de estímulos extraordinárias, tomadas em reação à pandemia do coronavírus, irão continuar em vigor por muito tempo ainda.
Durante a tarde de hoje, as atenções estarão voltadas para o presidente do Fed, Jerome Powell, que falará durante evento do The Wall Street Journal.
Antes disso, a agenda de hoje traz indicadores de desemprego e varejo da zona do euro, assim como dados do mercado de trabalho e indústria dos EUA.
No Brasil,a aprovação em primeiro turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, por 62 a 16, é um sinal positivo para os mercados locais. Fica no radar agora a votação em segundo turno nesta quinta-feira.
A PEC, permite ao governo federal pagar o auxílio emergencial por fora do teto de gastos, no entanto, limitado a um custo total de R$ 44 bilhões. Após o segundo turno, o texto segue para a Câmara dos Deputados.
No entanto, impõe cautela o fato de que o Brasil bateu ontem novo recorde de mortes pela covid-19 em 24 horas, com 1.840 óbitos, além de medidas restritivas no Pará e que devem também ser anunciadas no Ceará e Rio Grande do Norte, além de SP, que informou ontem a volta à fase vermelha.
Fonte: Broadcast, Bloomberg e FGV
Rafael G. Cardoso, economista-chefe
rafael.cardoso@bancodaycoval.com.br
Antônio Castro, analista econômico