No exterior, as bolsas operam em sua maioria em alta. Os índices asiáticos enceram o pregam registrando ganhos nesta quinta-feira, assim como os índices futuros norte-americanos que operam em alta moderada. Na Europa o clima também é positivo, com a maioria das bolsas operando no terreno positivo.
Os mercados são impulsionados nesta manhã pela posse do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na tarde de ontem e pela expectativa de novos estímulos fiscais no país. Na Ásia, o destaque foi a decisão de política monetária do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) que manteve sua política monetária, mas reforçou a política favorável a estímulos monetários.
Fica no radar também a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). A expectativa é que o BCE não faça mudanças em sua postura.
Sobre o avanço da covid-19 no mundo, diversas regiões continuam a sofrem com a alta de casos e mortes, mas os últimos dados mostram uma melhora, ainda que incipiente da pandemia nas principais economias do mundo. Na Europa, onde a situação piorou muito nesta segunda onda, diversos países componentes do bloco adotaram medidas de restrição logo ao final do ano passado. Nos últimos dias a Alemanha adia a remoção de tais restrições e hoje a França também estuda novos confinamentos no País.
Ainda sobre a condução de política monetária, no Reino Unido, na tarde de ontem o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) comentou que ainda não há decisão sobre o eventual uso de uma taxa de juros negativa. Para o presidente da instituição, Andrew Bailey, os efeitos “podem ser imprevisíveis”, ao mudar a lógica pela qual o sistema bancário atua.
No Brasil, o destaque desta manhã fica para a decisão de política monetária pelo COPOM no final da tarde de ontem. Como amplamente esperado, o comitê decidiu por manter a taxa básica de juros da economia, a SELIC, em 2,0% a.a., no entanto, em sua comunicação, apesar de poucas novidades dos passos prospectivos, a Banco Central do Brasil trouxe elementos novos. Em primeiro, houve o reconhecimento da piora da inflação no curto prazo devido às commodities, tanto em alimentos quanto combustíveis, além disso também citou que a trajetória dos núcleos estão acima da compatível com a meta, apesar de ainda estarem bem abaixo da mesma.
O BCB também oficializou a retirada do Forward Guidance. O instrumento que foi implementado na reunião de agosto, havia sido colocado em xeque pela Autoridade Monetária na última reunião, no entanto, não era amplamente esperada pelos agentes de mercado a retirada já na ocasião seguinte.
A justificativa da retirada da prescrição futura se deu pelas expectativas estarem próximas a meta no horizonte relevante de política monetária. Com isso, a compreensão geral da comunicação foi levemente mais hawkish, ou seja, altista para juros.
Nossa expectativa de juros para o final de 2021 se encontra atualmente em revisão, no entanto, a expectativa majoritária do mercado é de alta da taxa Selic começando no mês de maio ou junho.
Sobre o avanço da pandemia no Brasil e o avanço do processo de vacinação. A continuidade da vacinação tem como necessidade a produção de mais doses dos imunizantes estarem disponíveis, no entanto, problemas na diplomacia com alguns países fornecedores de insumos têm dificultado a produção local, com o atraso no processo de vacinação, crescem os riscos fiscais com a iminência de novos auxílios para auxiliar a população nesta segunda onda de contaminação.
Na seara política, a disputa pela Câmara dos Deputados, mostra que o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) lidera a corrida pelo cargo nas três principais bancadas temáticas da Casa, segundo levantamento feito pelo Jornal O Estado de São Paulo, a votação está marcado para 1º de fevereiro.
Fonte: Broadcast e Bloomberg
Rafael G. Cardoso, economista-chefe
rafael.cardoso@bancodaycoval.com.br
Antônio Castro, analista econômico