Por Mauro Rached, Head de Investimentos do Banco Daycoval
As perspectivas do cenário econômico para o ano que se inicia são bem diferentes das de um ano atrás: o combate à inflação ganha prioridade, aqui e no exterior, enquanto o foco há um ano era recuperar a atividade econômica.
Uma das poucas similaridades com o início de 2021 é a preocupação com o Covid-19, agora em meio à variante ômicron, muito mais contagiosa que as anteriores. Porém, aparentemente menos ameaçadora, tornando-a menos perniciosa à atividade econômica. Para o Brasil, isso pode significar algo positivo, pois não prejudicaria tanto o comércio exterior e o consumo de commodities, nossa principal pauta de exportação.
As medidas de combate à inflação vão se acentuar ao longo do ano, particularmente nos EUA, onde os juros devem começar a subir em poucos meses. Isso vai funcionar como um aspirador do dinheiro global em direção aos EUA. Para proteger suas moedas e suavizar a perda de investimentos, muitos países também vão subir suas próprias taxas de juros. Essa é uma tendência geral importante do cenário internacional em 2022 e anos seguintes: juros globais mais altos e, por consequência, dólar mais forte. A China está em outra fase, sendo a única economia relevante que vai trabalhar na ponta contrária, ou seja, reduzindo os juros em 2022 (o que é bom para as exportações de commodities brasileiras).
A inflação no Brasil bateu 10,06% em 2021, em parte fomentada pela forte desvalorização do real pós-pandemia. Diante de um cenário inflacionário perigoso, o Banco Central vem subindo os juros desde março/21: a taxa Selic começou 2021 em 2%, terminou o ano em 9,25% e não vai parar por aí, devendo estacionar em algum nível bem perto de 12%a.a., provavelmente em março.
Neste ano, teremos eleições presidenciais e legislativas no Brasil. Dadas as dúvidas sobre qual será a linha mestra da política econômica a partir de 2023, espera-se muita volatilidade na Bolsa e no câmbio, principalmente no 3º trimestre do ano. Os agentes econômicos tendem a agir com cautela. Juntando os juros altos e o baixo estímulo para consumir e investir, fica difícil ser otimista com o PIB, que deve crescer bem pouco este ano (menos de 1%). Nesse contexto, espera-se que a inflação finalmente perca fôlego e volte para a casa dos 5% aproximadamente no acumulado de 2022.
No período pós-Real, o CDI foi o campeão de rentabilidade por muito tempo. Tanto que, nos 20 anos terminados em 31/12/21, a rentabilidade bruta do CDI (780%) foi superior à do Ibovespa (672%) e 5,5 vezes à do dólar (141%). Mas recentemente a coisa não foi bem assim: terminamos o ano passado com juros reais negativos pelo 2º ano consecutivo (juros descontados da inflação). Com o CDI acumulado em 4,42% contra um IPCA de 10,06% podemos dizer que os juros tomaram uma verdadeira “surra” da inflação em 2021, maior inclusive que a sofrida em 2020.
Agora que o CDI está às portas de retornar ao apogeu dos dois dígitos, há boas razões para apostar que o CDI voltará ao topo do pódio, pelo menos neste ano. A se confirmarem as previsões do mercado para o IPCA do ano (perto de 5%), o CDI deverá proporcionar juros reais ex-post ao redor de 6% em 2022. Então é a vez de aproveitar esse “bom momento” do CDI e manter uma parcela elevada dos investimentos em renda fixa, seja qual for o seu perfil de investidor, mas principalmente para os de Perfil Conservador. Afinal, não é sempre que podemos ter o privilégio de auferir rendimentos elevados com baixo risco.
Mas também enxergamos formas de buscar retornos ainda maiores para os investidores mais ousados, e as soluções dependem do tamanho da ousadia e da tolerância a perdas de cada um.
Na linha dos fundos Multimercados, vemos com bons olhos um grupo seleto de gestores Macro, mais afeitos a operar os ciclos de política monetária. Dada a complexidade do cenário deste ano, a hora é de dar mais peso para os gestores mais experientes e com bom histórico em momentos adversos, o que vale também para os demais estilos de multimercados, como os fundos
Quantitativo e Long & Short.
Diante de um “mix” macro e microeconômico desafiador em 2022, aumentou muito o grau de complexidade para as análises dos gestores de fundos de Renda Variável. Vemos uma tendência pela busca de ações em setores menos afetados, como o consumo básico e os setores elétrico e financeiro. Há também no pipeline desses gestores as ações ligadas a commodities, apostando na sustentação da atividade chinesa. Seletividade é o nome do jogo nessa categoria de ativos.
Os fundos de estratégia Internacional apresentaram majoritariamente retornos positivos em 2021, mas em 2022 o investidor precisará ficar mais atento na hora de escolher suas aplicações nessa categoria. O dólar tende a oscilar muito ao longo do ano e pode acabar agregando mais ruído do que rentabilidade ao valor aplicado. Além disso, as ações do principal mercado internacional, os EUA, destino prioritário dos fundos internacionais oferecidos no Brasil, começaram o ano perto de suas máximas históricas e sofreram pesadas baixas nas primeiras semanas do ano, refletindo principalmente a alta de juros contratada pelo banco central americano, o FED (Federal Reserve). Prefira fundos que operam mais com valor relativo na renda variável e duration mais curto na renda fixa.
Reforçamos que o Daycoval Investimentos possui uma ampla gama de produtos, na qual se inserem:
- a nossa prestigiosa plataforma aberta de Fundos de Investimentos, com gestores de alto gabarito, inclusive os fundos da Daycoval Asset Management;
- a nossa robusta oferta de Renda Fixa, composta por títulos e valores mobiliários criteriosamente selecionados, inclusive as emissões do Banco Daycoval;
- os nossos cuidadosos serviços de Bolsa, especializados na corretagem de ações, derivativos, fundos imobiliários e demais ativos negociados na B3.
O cliente Daycoval nunca está sozinho nessa jornada, muito pelo contrário, ele conta com gerentes e especialistas preparados para auxiliá-lo na sua alocação de recursos e na seleção dos produtos que melhor correspondam à busca de seus objetivos de retorno, sempre dentro dos requisitos de risco e liquidez aplicáveis caso a caso.
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