PNAD Fevereiro/2019
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A taxa de desocupação (desemprego) medida pela PNAD ficou em 12,4% em fevereiro, frente 12,0% em janeiro e 12,6% no mesmo período do ano passado. Mas, em termos dessazonalizados, houve relativa estabilidade em 12,2%. Em relatórios passados vínhamos destacando que o mercado de trabalhos apresentava baixo dinamismo e as vagas criadas eram de baixa qualidade. Tal fenômeno se repetiu na leitura divulgada hoje, pois, apesar da queda da taxa de desemprego em relação ao mesmo período do ano passado, houve alta da taxa de subutilização do mercado de trabalho de 24,2% para 24,6%.
Apesar da fraqueza citada, a população ocupada voltou a crescer (0,15%) na margem em termos dessazonalizados. A população economicamente ativa, por sua vez, também teve crescimento na margem (0,1%) em termos dessazonalizados, o que resultou na relativa estabilidade da taxa de desemprego.
O rendimento médio, por sua vez, avançou 0,35% em termos reais na margem e na variação anual acumula alta de somente 0,7%. O baixo dinamismo dos ganhos salariais se devem à composição das vagas criadas, em nossa opinião, uma vez que tem havido crescimento da parte de informais, que têm como característica rendimentos mais flexíveis.
Em linhas gerais, a PNAD continua retratando o mercado de trabalho bastante fragilizado com lenta recuperação da ocupação, baixo dinamismo dos rendimentos e composição pobre das vagas criadas. Cenário que nos parece condizente com o ritmo da atividade econômica e a percepção dos consumidores/empresários em torno da situação atual extráida das pesquisas de confiança. Em relação ao crescimento do PIB, mantemos nossa projeção de 2,3% para 2019 (em revisão de baixa) e de 2,5% para 2020.
Rafael G. Cardoso, economista-chefe
rafael.cardoso@bancodaycoval.com.br
Antônio Castro
antonio.castro@bancodaycoval.com.br