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Quais ações valorizaram durante a pandemia?

Por Patrick Cruz

A pandemia não afeta todos os setores da economia de maneira similar. É fácil visualizar como as medidas de isolamento social, o fechamento de fronteiras em vários países, a redução do número de reuniões e eventos corporativos e a queda da renda das famílias têm impacto muito maior sobre as companhias aéreas, por exemplo, do que sobre empresas que oferecem soluções que facilitam o trabalho remoto, como videoconferências.

Isso não significa que, em um setor visto como mais sujeito às perdas causadas pela pandemia, todas as empresas serão afetadas da mesma maneira. Também entre elas há diferenciações, que dependem de fatores como grau de inovação de cada companhia, nível de endividamento e capilaridade territorial, entre outros.

Em conversa com o blog, Anand Kishore, gestor da Daycoval Asset Management, falou sobre casos como esses registrados em quatro setores de empresas negociadas na B3. A lista apresenta uma explicação resumida sobre como o novo coronavírus tem sido um fator de retração dessas quatro indústrias, quais companhias se diferenciam de suas concorrentes diretas e por que isso ocorre. Veja a seguir:

Planos de saúde

Como a pandemia afeta o setor: mais gente doente fez muito mais segurados usarem os serviços oferecidos pelos planos. Isso significa que os índices de sinistralidade subiram – e, quanto mais os segurados usam os planos, menor a lucratividade da operadora.

O destaque – Hapvida: a empresa tem uma estrutura verticalizada, que inclui hospitais, o que não é uma regra entre suas concorrentes. “Isso permitiu à Hapvida fazer trabalhos de prevenção com seus segurados e melhorar o fluxo de internações”, explica Anand. Essas características ajudaram a conter a alta do índice de sinistralidade da empresa nos primeiros meses da pandemia. Não por acaso, desde que a Hapvida divulgou seu balanço do primeiro trimestre, no dia 21 de maio, as ações da empresa têm se valorizado acima do Ibovespa.

Locadoras de Automóveis

Como a pandemia afeta o setor: por causa da covid-19, as pessoas estão viajando menos, o que significa que há muito menos gente alugando carros em destinos turísticos hoje do que no mesmo período do ano passado (ou mesmo em comparação com poucos meses atrás). Mas não é só a retração do turismo que afeta essa indústria. As medidas de isolamento social reduziram os deslocamentos das pessoas dentro de suas próprias cidades e isso reduziu a circulação de carros de aplicativos como o Uber. Muitos motoristas utilizam carros alugados para prestar o serviço.

O destaque – Localiza: a tecnologia de precificação usada pela empresa e sua grande capilaridade estão entre suas principais vantagens comparativas, diz Anand. De um lado, o fato de a Localiza ser a maior empresa do mercado local dá a ela mais margem de manobra para reduzir seus preços e ainda assim manter a lucratividade da operação. Além disso, seu sistema de definição de preços considera não só a demanda de uma única praça – como ocorre com locadoras de atuação apenas regional –, mas de todo o país. Assim, mesmo em um setor altamente afetado pela pandemia, o declínio do preço das ações da Localiza (14,2% até 5 de junho) é menor que o do Ibovespa (16,2% até 5 de junho) em 2020. E, desde que a B3 iniciou um rally que já dura três semanas, seu principal indicador subiu 22% entre 18 de maio e 5 de junho. No mesmo intervalo, a valorização dos papéis da Localiza passou de 31%.

Lajes Corporativas

Como a pandemia afeta o setor: o coronavírus exigiu de muitas empresas a adoção de regimes de home office. Inúmeras pesquisas já mostram que, quando as medidas de isolamento social forem totalmente suspensas, o trabalho remoto vai se tornar permanente para muitas pessoas. Isso vai reduzir a necessidade de espaço físico para escritórios, uma demanda que também cairá porque a crise tem reduzido os quadros de funcionários em muitas companhias.

O destaque – CCP e BR Properties: as duas empresas atuam no segmento de lajes corporativas AAA, ocupadas por companhias de grande porte. Esse nicho tende a ser menos afetado pelo home office permanente porque, como explica Anand, por mais que as grandes empresas mantenham parte de suas equipes em trabalho remoto, ainda assim precisarão de muita área para as equipes que atuam em posições que exigem presença física.

Varejo

Como a pandemia afeta o setor: as varejistas têm sofrido os efeitos tanto do fechamento das lojas físicas quanto da redução do consumo causada pelo aumento do desemprego.

Os destaques – Magazine Luiza e Via Varejo: ambas as empresas nasceram como redes de varejo físico, mas têm sido reconhecidas por grandes avanços de gestão, tecnologia e logística, que deram a elas força para ampliar sua receita no e-commerce mesmo com a crise. Os preços das ações de ambas não só já se recuperaram dos tombos ocorridos depois que o coronavírus chegou ao Brasil como acumulam valorização de mais de 32% no ano.

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