Os títulos do Tesouro Direto são um dos investimentos mais alardeados para investidores pessoa física de todos os portes, por terem rentabilidade acima da caderneta de poupança e risco compatível com este investimento, considerado o mais seguro do mercado brasileiro. Mas muitos investidores também se perguntam se não seria mais interessante, em vez de comprar um título diretamente do governo, aplicar em um fundo gerido por profissionais.
Em primeiro lugar, é importante entender o que é cada investimento para definir o que vai ao encontro dos seus objetivos:
O que é o Tesouro Direto?
Os Títulos do Tesouro Direto são uma espécie de “promissória” emitida pelo Governo Federal, para captar dinheiro para investimentos em infraestrutura, saúde, educação, entre outros. Na prática, você empresta seu dinheiro ao governo, que te devolverá em determinado prazo, acrescido de uma remuneração.
Existem basicamente três classes de títulos do Tesouro Direto: os que têm sua remuneração atrelada à inflação medida pelo IPCA (o índice oficial do Governo Federal), os atrelados a juros (taxa Selic) ou ainda os que oferecem taxas de remuneração prefixadas informadas no momento da aplicação (no próximo post explicaremos as características de cada um desses títulos).
A compra do título pode ser feita por uma corretora ou plataforma online. Mas, embora não incida taxa de administração, como nos fundos de investimentos, há incidência de taxa de custódia e também de Imposto de Renda sobre a rentabilidade, como ocorre com a maior parte dos investimentos.
De olho no prazo!
Uma grande preocupação que o investidor deve ter ao escolher Títulos do Tesouro Direto é o prazo de resgate. Atualmente existem títulos com vencimento entre 2022 e 2050, como pode ser conferido no website oficial do Tesouro Nacional. O dinheiro pode ser resgatado a qualquer hora, mas a rentabilidade integral só será paga quando o título efetivamente vencer.
Embora o Tesouro Nacional garanta a recompra dos títulos diariamente, a preço de mercado, é importante ressaltar que os valores negociados variam diariamente, exatamente como uma ação. E mais: o valor de um título pode ser impactado por inúmeros aspectos políticos e econômicos, nacionais ou globais
E o que isso quer dizer? Se você desejar aplicar no longo prazo, para realizar um projeto como a compra de um imóvel, a faculdade dos filhos ou mesmo renda extra para a aposentadoria, o Tesouro Direto pode ser sim uma alternativa vantajosa. Mas para o chamado “pé de meia”, aquele dinheiro para emergências, há um risco: e se no período em que você precisar do recurso, o valor de mercado de seu título estiver em baixa?
Vale aplicar dinheiro para emergências?
Para garantir que seus recursos não serão tão impactados pela volatilidade do mercado, existem os fundos de investimento. Isto mesmo! Há fundos conservadores e seguros que são cestas de vários tipos de títulos, públicos e privados, geridos ativamente por uma equipe profissional e especializada.
Existem basicamente duas categorias de fundos de investimentos conservadores, que podem ser considerados tão seguros quanto o Tesouro Direto:
- Fundos DI: têm como objetivo acompanhar as taxas do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que não são acessíveis diretamente aos investidores pessoa física. Esses fundos podem ter ótima performance em momentos de alta das taxas de juros.
- Fundos de Renda Fixa Tradicionais: investem em títulos pré-fixados com rendimentos fixos, sendo assim, se a tendência do mercado é que a taxa de juros – SELIC – venha a cair, a remuneração desses fundos tende a ser melhor que a dos Fundos DI.
Como todos os fundos de investimento, há incidência das seguintes taxas e impostos, dependendo do caso:
- Taxa de administração: um percentual que é informado ao investidor no momento da contratação. Como o nome já diz, remunera a instituição financeira que administra o fundo. Em geral, quanto menor a taxa de administração, a possibilidade do fundo ter uma melhor rentabilidade aumenta.
- Taxa de performance: cobrada apenas em alguns tipos de fundos. É um percentual sobre o rendimento que ultrapassar o chamado “benchmark”, ou seja, o objetivo de rentabilidade sugerido ao investidor.
- É importante ressaltar que os fundos de investimento também podem pagar Imposto sobre Operações Financeiras, em caso de aplicações curtas. Já o Imposto de Renda incide sobre a rentabilidade de todas as aplicações (exceto a poupança e aplicações como LCIs e LCAs), sendo que, quanto maior o prazo da aplicação, menor a alíquota.