Tributação de CRI e CRA: entenda a nova alíquota e como se preparar

Tempo de leitura: 6 minutos
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A tributação de CRI e CRA tem sido um dos temas mais discutidos entre investidores que buscam alternativas de renda fixa com alta rentabilidade e benefícios fiscais.

Esses ativos, lastreados em recebíveis do setor imobiliário (CRI) e do agronegócio (CRA), ganharam destaque nos últimos anos justamente por oferecerem isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas, além de conectarem diretamente o investidor a setores estratégicos da economia brasileira.

No entanto, as recentes discussões sobre mudanças nas regras de tributação levantam dúvidas: como esses ajustes podem impactar o retorno líquido? Ainda vale a pena incluir CRIs e CRAs em uma carteira diversificada?

Neste artigo, vamos detalhar o funcionamento desses papéis, os cenários possíveis diante de novas alíquotas e as estratégias para continuar aproveitando suas vantagens mesmo em um ambiente regulatório em transformação. Vamos lá?

O que são CRIs e CRAs e como funcionam?

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são títulos de renda fixa emitidos por companhias securitizadoras.

Na prática, eles transformam dívidas de setores específicos em investimentos acessíveis ao público. Entenda melhor as características de cada um:

●     CRI: tem como lastro créditos do setor imobiliário, como contratos de financiamento habitacional, aluguéis futuros ou recebíveis de construtoras e incorporadoras;

●     CRA: tem como lastro recebíveis originados de produtores rurais, cooperativas ou empresas ligadas ao agronegócio.

O funcionamento é simples: a empresa que precisa de recursos “antecipa” o valor que tem a receber e a securitizadora emite o título no mercado.

O investidor, ao comprar o CRI ou CRA, passa a ter direito ao fluxo de pagamentos desses créditos.

Esses ativos são muito utilizados para diversificação de portfólio, já que conectam o investidor diretamente a setores estratégicos da economia brasileira.

Isenção de Imposto de Renda para investimentos em CRIs e CRAs

Um dos maiores atrativos de CRIs e CRAs é a isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas, prevista na Lei nº 11.033/2004.

Diferente de outros investimentos em renda fixa, como CDBs ou Tesouro Direto, os rendimentos desses papéis chegam integralmente ao investidor, sem desconto na fonte.

Essa vantagem fiscal foi criada como incentivo para canalizar recursos privados aos setores imobiliário e agronegócio, áreas fundamentais para o desenvolvimento do país.

Com isso, além de buscar maior rentabilidade, o investidor contribui para o financiamento da construção civil e da produção agrícola.

Vale lembrar que, embora isentos de IR, CRIs e CRAs não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Além disso, a análise da qualidade de crédito do emissor e do lastro é essencial para mitigar riscos. Mesmo sendo isentos de imposto, devem ser informados na declaração anual do IR como bens e direitos.

Tributação de CRI e CRA: entenda as possíveis mudanças

Nos últimos anos, o governo tem debatido ajustes no sistema tributário, incluindo a possibilidade de rever os benefícios fiscais dos CRIs e CRAs.

O objetivo seria criar maior equilíbrio entre os diferentes tipos de ativos de renda fixa e ampliar a arrecadação. As propostas discutidas envolvem:

●     Criação de alíquota de IR sobre rendimentos desses papéis, possivelmente com tabela regressiva semelhante à de outros títulos de renda fixa;

●     Revisão dos critérios de isenção, podendo restringir a alguns tipos de emissores ou valores aplicados.

As informações mais recentes, indicam que as regras de tributação vigentes permanecerão válidas para 2026, mantendo o sistema regressivo de alíquotas e a isenção fiscal para produtos financeiros incentivados, uma vez que a Medida Provisória (MP) nº 1.303/2025 foi rejeitada pela Câmara dos Deputados encerrando, por enquanto, a tentativa do governo de reformular o Imposto de Renda sobre investimentos.

Contudo, é importante que investidores acompanhem o tema, visto que a equipe econômica deve recorrer a novas medidas infralegais ou projetos de lei para compensar a perda de arrecadação.

Mesmo que haja tributação, esses ativos podem continuar interessantes devido ao potencial de oferecer taxas mais altas que alternativas tradicionais.

Ainda vale a pena investir em CRIs e CRAs?

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Mesmo com a possibilidade de tributação, os CRIs e CRAs continuam sendo ativos atrativos para muitos investidores.

Isso porque a rentabilidade desses papéis, em geral, é superior à de outros investimentos de renda fixa tradicionais, como Tesouro Direto e CDBs.

Além disso, esses títulos oferecem prazos variados e podem ser indexados ao IPCA, garantindo proteção contra a inflação, um diferencial importante em períodos de instabilidade econômica.

Outro ponto relevante é a exposição a setores estratégicos da economia, como imobiliário e agronegócio, que seguem crescendo no Brasil.

Mesmo que a rentabilidade líquida seja impactada por impostos, o retorno ajustado ao risco pode continuar competitivo. Portanto, o investidor deve avaliar:

●     O perfil de risco do emissor (credibilidade e histórico de pagamento);

●     O prazo de vencimento, já que esses papéis podem ter baixa liquidez;

●     A taxa de retorno projetada após a tributação.

Ou seja, ainda pode valer a pena investir em CRIs e CRAs, mas é essencial compará-los com outras opções disponíveis e ajustá-los a uma estratégia diversificada.

Principais estratégias de investimento em renda fixa

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Adotar uma estratégia bem estruturada é fundamental para equilibrar retorno, risco e liquidez. Veja algumas recomendações:

●     Diversificação entre ativos: combine investimentos isentos (como LCIs e LCAs) com tributados (como CDBs e Tesouro) e CRIs/CRAs. Isso ajuda a equilibrar segurança e rentabilidade;

●     Proteção contra inflação: priorize papéis indexados ao IPCA ou que ofereçam taxa real de retorno, para proteger o poder de compra no longo prazo;

●     Atenção à liquidez: muitos CRIs e CRAs têm prazos longos e baixa liquidez no mercado secundário. É importante destinar apenas a parcela do patrimônio que não será necessária no curto prazo;

●     Análise de crédito do emissor: avalie a classificação de risco, histórico financeiro e setor de atuação do emissor para reduzir a probabilidade de inadimplência.

Seguindo essas estratégias, os CRIs e CRAs podem continuar desempenhando um papel importante em carteiras diversificadas, especialmente para investidores que buscam retornos acima da média da renda fixa tradicional.

Conheça a plataforma Daycoval Investe e descubra oportunidades em renda fixa que combinam segurança, rentabilidade e diversificação!

Conclusão

A possível tributação de CRIs e CRAs traz mudanças relevantes, mas não diminui a importância desses ativos na diversificação de uma carteira de renda fixa.

Eles continuam sendo instrumentos estratégicos para quem busca exposição aos setores imobiliário e do agronegócio, com rentabilidade competitiva e prazos ajustáveis a diferentes perfis de investidor.

O investidor bem informado deve enxergar a tributação não como um impeditivo, mas como um fator a ser considerado no cálculo da rentabilidade líquida.

Mesmo com a possibilidade de novas regras, esses papéis tendem a oferecer retornos atrativos, principalmente quando comparados a outros títulos tradicionais.

Portanto, a decisão de investir em CRIs e CRAs deve estar alinhada a uma visão de longo prazo, considerando riscos, liquidez e impacto tributário.

Mais do que nunca, informação e planejamento serão diferenciais para aproveitar as oportunidades que esses ativos continuam a oferecer.

Com o Daycoval Investe, você tem acesso a especialistas e a uma plataforma completa para escolher os melhores títulos de renda fixa e ajustar sua estratégia diante de um cenário regulatório em constante evolução.

Disclaimer:

Este material foi elaborado pelo Banco Daycoval S.A (“Daycoval”). As informações deste material são apenas informativas e não constituem solicitação, oferta ou recomendação de compra ou venda de ativos financeiros. A rentabilidade pode variar, e o preço pode oscilar rapidamente. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. Este material não oferece garantias de desempenho, pois fatores como condições de mercado, cenário macroeconômico e eventos específicos podem afetar os resultados.  Investimentos em CRI e CRA não contam com a garantia do FGC. Investimentos em CRI e CRA apresentam baixa liquidez e podem não contar com um mercado secundário ativo. Em caso de venda antecipada, o preço de negociação pode oscilar significativamente, dependendo das condições de mercado e da avaliação dos ativos subjacentes. Os produtos apresentados neste relatório podem não ser adequados para todos os clientes. É fundamental realizar o processo de suitability para verificar a adequação ao perfil de investidor. O Banco Daycoval não se responsabiliza por decisões de investimento tomadas com base neste material, nem por prejuízos decorrentes de seu uso. Este material é exclusivo para a rede de relacionamento do Daycoval e não pode ser reproduzido ou redistribuído sem autorização prévia.

A Ouvidoria do Banco Daycoval tem como objetivo atuar de forma independente e imparcial na mediação entre o Banco Daycoval, os clientes e os usuários de seus produtos e serviços e pode ser contatada por meio do telefone: Central de Atendimento 0800 777 0900 ou SAC 0800 775 0500 a disposição nos dias úteis, no horário das 9h às 18h.

ESTA INSTITUIÇÃO É ADERENTE AO CÓDIGO ANBIMA DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO.

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