Cenário macroeconômico para agosto e perspectivas para 2025

Tempo de leitura: 2 minutos

O mês de julho trouxe novidades importantes no cenário econômico. Contrariando a piora da percepção de risco ao longo do primeiro semestre, no último mês houve sinais de melhora tanto internacionalmente quanto localmente.

Nos primeiros meses deste ano, a piora da inflação nos Estados Unidos, somada à resiliência da atividade econômica, levou à postergação da flexibilização monetária por parte do FED, o que resultou em impactos importantes nos ativos financeiros, especialmente de países emergentes.

Entretanto, desde meados de maio, tanto a atividade econômica quanto a inflação apresentaram comportamento mais moderado. No âmbito da atividade econômica, ainda que a geração de vagas de empregos medida pelo Nonfarm Payroll continue em ritmo forte, outros indicadores do mercado de trabalho têm mostrado fraqueza nas margens, como, por exemplo, a taxa de desemprego que subiu de 3,4% em abril de 2023 para 4,1% em junho de 2024. Já a inflação, que havia acelerado nas margens e piorado qualitativamente, reverteu o movimento.

A perda de dinamismo do mercado de trabalho e a inflação mais benigna levaram o FED a sinalizar que a taxa de juros pode ser reduzida já no terceiro trimestre deste ano, um pouco antes do que se imaginava anteriormente.

Cenário no Brasil

No Brasil, ainda que a incerteza em torno da política fiscal permaneça, no último mês o governo anunciou o contingenciamento de gastos fiscais deste ano visando atingir a meta para este ano. O volume contingenciado parece insuficiente, entretanto demonstra a disposição do governo em tomar medidas na direção do atingimento das metas e, portanto, melhora a percepção em relação aos últimos meses.

A atividade econômica, por sua vez, continua resiliente, destacando-se o mercado de trabalho com desemprego em nível recorde de baixa, alta da renda e, portanto, aumento substancial da massa salarial, o que deve manter o dinamismo do consumo nos próximos meses. Por outro lado, a maior demanda associada à massa de salários e o maior custo associado à alta dos rendimentos, segundo nossos estudos, deve manter a inflação de itens intensivos em trabalho pressionada.

Neste cenário de continuidade da incerteza fiscal, ainda que em menor proporção, inflação com componentes mais persistentes e atrelados ao ciclo econômico, expectativas de inflação desancoradas e um ambiente externo melhor, mas ainda adverso, o Banco Central do Brasil tem optado por sinalizar a manutenção da taxa SELIC em 10,5% para os próximos trimestres.

Perspectivas para 2025

Para 2025, após o início da flexibilização dos juros nos Estados Unidos, caso haja apreciação cambial do real frente ao dólar na ordem de 5%, há espaço para a retomada do ciclo de redução da Selic para algo próximo a 9,5%.

Esta foi uma rápida atualização dos principais pontos do cenário macroeconômico e nossas perspectivas para o futuro. Para mais detalhes, acesse nossa apresentação em PDF aqui. Até a próxima!

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