O mês de agosto começou com um alerta importante para investidores e empresas expostas ao dólar. Após um breve período de alívio, o câmbio voltou a ganhar força e a volatilidade tende a se intensificar.

Segundo Otávio Oliveira, Gerente de Tesouraria do Banco Daycoval, a rodada de tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil pode ser um divisor de águas para o comportamento do dólar nas próximas semanas:
“O dólar pode surpreender — e não do jeito que o mercado gostaria. Com o tarifaço dos EUA contra o Brasil, os impactos podem ir além do esperado.”
Neste artigo, você vai entender os motivos por trás da recente valorização da moeda americana, o que esperar do dólar em agosto e como a política e a diplomacia entre Brasil e Estados Unidos influenciam esse cenário.
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Assista agora à explicação de Otávio Oliveira no canal oficial do Banco Daycoval. O link está na descrição ou na página inicial do blog.

Sumário
ToggleA volta da incerteza: o dólar rompe os R$5,60
Nas últimas semanas de julho, o dólar voltou a ganhar força, saindo de R$5,40 para quase R$5,60, impulsionado por uma combinação de fatores econômicos e geopolíticos. Um dos principais gatilhos foi a confirmação de que os Estados Unidos elevariam as tarifas de importação para produtos brasileiros a até 50%.
A escalada das tensões comerciais e diplomáticas entre os dois países marca um novo ciclo de incerteza para o câmbio.
“Depois de semanas de alívio, o câmbio voltou a subir. O dólar, que rondava os R$5,40 no início do mês, chegou perto dos R$5,60 em julho — e não por acaso.”
As tarifas, agora em vigor, afetam setores estratégicos da economia brasileira, e o mercado já começou a precificar os riscos — ainda que de forma parcial. O início da cobrança marca um novo estágio, e o impacto no câmbio pode se prolongar por todo o mês de agosto.
Medidas ainda pouco claras: isenções parciais aliviam, mas não resolvem
Um dos motivos para a incerteza no mercado cambial é a falta de clareza sobre o alcance total das medidas tarifárias. Embora algumas isenções tenham sido anunciadas, elas não abrangem todos os setores relevantes para o Brasil.
“As isenções anunciadas por Trump nos últimos dias aliviaram parte da pressão — setores como agro, celulose e aviação foram poupados. Mas a tarifa sobre outros setores como o de proteína animal, por exemplo, segue de pé.”
A permanência de tarifas em segmentos como o de proteína animal levanta preocupações sobre o impacto nas exportações brasileiras e, por consequência, sobre o fluxo cambial.
Além disso, a ausência de uma definição clara sobre a extensão e duração dessas medidas gera volatilidade adicional no mercado.
Fatores políticos ampliam o risco cambial
Mais do que uma questão técnica ou comercial, as tarifas americanas têm sido interpretadas como um gesto político, o que dificulta ainda mais a projeção de curto prazo para o câmbio.
“O mercado teme que essa retaliação tenha mais motivações políticas do que econômicas. E isso dificulta qualquer projeção.”
Esse viés político aumenta a imprevisibilidade e faz com que qualquer tentativa de acordo bilateral ganhe peso nas decisões de investimento. A ausência de um diálogo diplomático mais robusto entre os governos pode manter o dólar pressionado ao longo de agosto.
A cada sinal de escalada retórica ou ausência de resolução, o mercado tende a reagir com mais cautela — muitas vezes se antecipando a potenciais novos desdobramentos.
Diplomacia brasileira é estratégica, mas não elimina a volatilidade
Apesar do cenário adverso, o governo brasileiro tem adotado uma postura calculada e diplomática, evitando respostas mais duras ou contraproducentes às medidas americanas. Essa postura tem contribuído para atenuar um pouco a pressão no câmbio — mas está longe de ser suficiente para conter a volatilidade.
“O Planalto tenta manter a diplomacia, acenando para negociação. Mas a incerteza permanece, e o câmbio reflete isso com bastante volatilidade.”
Volatilidade deve continuar em agosto: cenário ainda indefinido

O início de agosto mostra que o mercado ainda está em compasso de espera, avaliando os desdobramentos das tarifas e a possibilidade de algum avanço nas negociações entre Brasil e EUA.
“Tivemos variações diárias de até 10 centavos nos últimos dias, e esse padrão deve continuar.”
Diante desse cenário, o dólar tende a se manter volátil, podendo buscar patamares acima de R$5,60 se novos choques ocorrerem. Ao mesmo tempo, a ausência de notícias concretas também impede uma reversão significativa no curto prazo.
Conclusão: agosto começa com alerta no câmbio
O mês de agosto se inicia com um alerta claro para o mercado: o risco cambial ainda não está plenamente precificado. A elevação das tarifas pelos EUA, a incerteza política e a resposta diplomática do Brasil criam um ambiente de volatilidade persistente.
“Se você investe em ativos atrelados ao dólar ou tem posição em segmentos afetados pelas tarifas, atenção redobrada: o início da aplicação da taxação pode marcar um novo ponto de inflexão.”
Neste cenário, manter uma estratégia de proteção cambial ou diversificação internacional pode ser uma boa alternativa — especialmente para investidores que acompanham o mercado com disciplina.
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