A ação do Banco do Brasil (BBAS3) caiu quase 19% em maio, mas analistas acreditam que o pessimismo foi exagerado. Entenda por que esse pode ser o momento de comprar.
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) tiveram um dos piores desempenhos do Ibovespa em maio — mas será que o recuo criou uma janela de oportunidade?
A queda de quase 19% nas ações do Banco do Brasil (BBAS3) em maio acendeu o alerta entre investidores da renda variável. O recuo colocou o papel entre os piores desempenhos do Ibovespa no mês — mas, para quem olha com atenção os fundamentos e o contexto, esse movimento pode representar mais do que uma ameaça: pode ser uma oportunidade.
Quem afirma isso é Gabriel Mollo, analista de investimentos do Banco Daycoval. Em análise publicada no canal do banco, Mollo explica: “Acreditamos que a penalização já foi amplamente precificada, e que a retomada da rentabilidade com a recuperação do agronegócio pode destravar valor significativo.”
Neste artigo, vamos detalhar os motivos da queda recente de BBAS3, o que os números revelam sobre os fundamentos do banco e por que, segundo especialistas, o momento pode ser propício para investir de olho no médio e longo prazo.
Sumário
Toggle- Queda no lucro e suspensão do guidance: o que abalou a ação do Banco do Brasil?
- Mercado reagiu com pessimismo — exagerado?
- Fundamentos continuam sólidos, mesmo diante do desafio
- Agronegócio em recuperação pode ser gatilho positivo
- Valuation atrativo: BBAS3 está entre os papéis mais baratos do setor
- Dividendos ajudam a mitigar o risco de curto prazo
- O que o investidor deve considerar antes de comprar ação do Banco do Brasil?
- Conclusão: BBAS3 é oportunidade — com cautela e visão de longo prazo
Queda no lucro e suspensão do guidance: o que abalou a ação do Banco do Brasil?
O primeiro trimestre de 2025 trouxe números abaixo do esperado para o Banco do Brasil. O lucro líquido ajustado foi de R$ 7,3 bilhões — uma queda de 20,7% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse resultado foi fortemente influenciado por dois fatores:
- Alta da inadimplência no agronegócio, setor historicamente relevante para o banco.
- Impactos da Resolução CMN nº 4.966/21, que exigiu provisões maiores, afetando diretamente as receitas.
Diante do cenário de maior incerteza, a instituição decidiu suspender seu guidance para o ano. O movimento foi interpretado pelo mercado como sinal de insegurança, o que ajudou a intensificar a pressão vendedora sobre as ações.
Mercado reagiu com pessimismo — exagerado?
Após a divulgação dos resultados, casas de análise revisaram suas projeções de lucro para baixo e adotaram uma postura mais cautelosa em relação ao papel. Isso levou à forte queda observada em maio.
Contudo, para o analista Gabriel Mollo, essa reação pode ter ido além do necessário. “Avaliamos que o pessimismo foi exagerado e gerou uma distorção nos preços que pode representar uma excelente oportunidade de compra para investidores de médio e longo prazo.”
Fundamentos continuam sólidos, mesmo diante do desafio
Apesar do cenário desafiador no curto prazo, os fundamentos da ação do Banco do Brasil seguem robustos:
- Níveis elevados de capitalização e cobertura de inadimplência;
- Gestão de risco conservadora, com histórico consistente;
- Diversificação de receitas, com forte presença em crédito rural, consignado e outros segmentos rentáveis.
Esses fatores ajudam a sustentar a visão de que o atual momento não representa um risco estrutural para a companhia, mas sim um ajuste pontual.
Agronegócio em recuperação pode ser gatilho positivo
Grande parte da deterioração dos resultados veio da carteira de crédito rural, diretamente afetada por eventos climáticos e produtivos na safra 2024/25. No entanto, há boas perspectivas para a próxima safra:
- A normalização da safra 2025/26 tende a reduzir a inadimplência;
- O impacto positivo deve começar a ser sentido já no segundo semestre de 2025, ganhando força em 2026.
Com isso, a expectativa é de melhora gradual na qualidade da carteira e redução nas provisões, o que deve contribuir para a retomada dos lucros.
Valuation atrativo: BBAS3 está entre os papéis mais baratos do setor
Além dos fundamentos resilientes, a ação do Banco do Brasil negocia hoje a múltiplos bastante descontados em relação ao setor bancário e ao seu próprio histórico:
- Preço/Lucro projetado inferior a 5 vezes;
- Dividend Yield na faixa de 9% a 11%;
- Valor de mercado abaixo do patrimônio líquido do banco.
Esse valuation reforça a ideia de que o papel pode estar subavaliado, oferecendo uma margem de segurança interessante para quem pensa no médio e longo prazo.
Dividendos ajudam a mitigar o risco de curto prazo
Mesmo em um momento mais conturbado, o Banco do Brasil segue oferecendo retorno atrativo em dividendos. Isso cria um colchão de proteção para o investidor, ajudando a suavizar eventuais oscilações até que a rentabilidade volte a surpreender positivamente.
“O retorno em dividendos ajuda a mitigar os riscos no curto prazo, oferecendo um colchão de segurança até que os resultados voltem a surpreender positivamente,” destaca Gabriel Mollo.
O que o investidor deve considerar antes de comprar ação do Banco do Brasil?
Quem está avaliando investir em BBAS3 deve levar em conta:
- Horizonte de investimento: a tese é mais favorável para quem pensa no médio e longo prazo;
- Perfil de risco: embora seja um banco sólido, o papel está sujeito a volatilidade no curto prazo;
- Contexto macroeconômico e fiscal, que pode influenciar a percepção do setor financeiro como um todo.
Para quem busca oportunidades com bom potencial de valorização e rendimento atrativo, BBAS3 pode ser uma escolha acertada — especialmente quando apoiada por uma estratégia diversificada e bem fundamentada.
Conclusão: BBAS3 é oportunidade — com cautela e visão de longo prazo
A forte queda recente das ações do Banco do Brasil pode ter assustado alguns investidores, mas, para outros, abriu uma janela de oportunidade. Com fundamentos sólidos, valuation descontado e boas perspectivas de recuperação no agronegócio, BBAS3 se apresenta como uma opção interessante para compor carteiras focadas em valor.
É claro que o cenário exige cautela. A volatilidade ainda deve marcar o papel nos próximos meses, especialmente com incertezas fiscais e climáticas no radar. No entanto, como resume Gabriel Mollo: “Recomendamos a compra de BBAS3 com horizonte de investimento de médio a longo prazo.”
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