O setor de saúde é um dos mais resilientes da economia e, por isso, atrai o interesse de muitos investidores que buscam estabilidade e previsibilidade, mesmo em cenários econômicos adversos.
Com empresas que vão desde planos de saúde a hospitais e laboratórios de diagnóstico, esse segmento se destaca por seu caráter defensivo e por sua relevância social.
Segundo Gabriel Mollo, analista de renda variável do Banco Daycoval, “o setor de saúde costuma ser menos sensível aos ciclos econômicos, mas isso não significa que esteja livre de desafios. Margens pressionadas, alto nível de regulação e competição crescente são pontos de atenção que o investidor deve considerar antes de montar posição no setor.”
Neste artigo, vamos analisar as principais ações de saúde listadas na B3 — incluindo HAPV3, RDOR3, DASA3 e FLRY3 — explorando suas características, pontos fortes e desafios, para ajudar você a tomar decisões mais bem fundamentadas na hora de investir.
Sumário
Toggle- Panorama do setor de saúde na bolsa
- Hapvida (HAPV3): gigante da verticalização enfrenta fase de ajustes
- Rede D’Or (RDOR3): excelência hospitalar com foco em expansão
- Dasa (DASA3): um modelo híbrido em busca de estabilidade
- Fleury (FLRY3): reputação consolidada e visão estratégica
- O que considerar ao investir ações de saúde
- Conclusão: quais são as melhores ações de saúde para investir?
Panorama do setor de saúde na bolsa
O setor de saúde negociado na B3 é composto por empresas com atuações distintas:
- Operadoras de planos de saúde
- Redes hospitalares privadas
- Empresas de medicina diagnóstica
- Plataformas integradas de atendimento e tecnologia médica
Esse ecossistema variado oferece oportunidades interessantes, mas exige uma análise cuidadosa do modelo de negócios de cada empresa.
Isso porque o setor está sujeito a forte regulação, pressão de custos, além da necessidade de inovação tecnológica constante e da busca por eficiência operacional.
Além disso, um fator que vem ganhando destaque é o avanço dos modelos verticalizados — nos quais a mesma empresa oferece plano de saúde, atendimento clínico e hospitalar, além de serviços de diagnóstico — o que impacta diretamente a competitividade e a lucratividade dos players.
Hapvida (HAPV3): gigante da verticalização enfrenta fase de ajustes
A Hapvida é uma das maiores operadoras de planos de saúde do Brasil. Após a fusão com o Grupo NotreDame Intermédica (GNDI), a companhia se tornou uma das líderes nacionais, com presença significativa em várias regiões e um modelo altamente verticalizado.
Esse modelo permite maior controle de custos e maior eficiência operacional, já que a empresa atua em todas as pontas do atendimento: planos, clínicas, laboratórios e hospitais.
No entanto, o processo de integração entre as duas gigantes não tem sido simples. A companhia enfrenta desafios relevantes:
- Aumento da sinistralidade (relação entre despesas assistenciais e receitas)
- Margens comprimidas
- Pressão de curto prazo sobre a rentabilidade
Apesar dos obstáculos, a Hapvida segue como um player importante para investidores que acreditam na consolidação e eficiência do modelo vertical.
Rede D’Or (RDOR3): excelência hospitalar com foco em expansão
A Rede D’Or é a maior rede de hospitais privados do Brasil, com presença concentrada na região Sudeste e foco em atendimento de alta complexidade.
Sua estratégia de crescimento é baseada em:
- Abertura de novas unidades
- Agressivo plano de aquisições
- Investimentos em áreas estratégicas como oncologia e diagnóstico
Embora seja uma empresa com escala e reputação sólidas, o modelo de negócios da Rede D’Or é intensivo em capital. Os principais desafios são:
- Alto custo operacional
- Concorrência com modelos mais integrados e eficientes, como o da Hapvida
Ainda assim, RDOR3 é vista como uma ação relevante dentro do setor, especialmente para investidores que buscam exposição a empresas premium e com presença forte em procedimentos de alta complexidade.
Dasa (DASA3): um modelo híbrido em busca de estabilidade
A Dasa tem um modelo de negócios que mescla três frentes: diagnóstico médico, hospitais e operadora de saúde. Essa abordagem híbrida visa sinergias entre os segmentos e diversificação de receita.
Contudo, nos últimos anos, a empresa enfrentou:
- Desafios de rentabilidade
- Elevado endividamento
- Dificuldades em entregar crescimento sustentável
Hoje, o foco está na reestruturação do portfólio de ativos, com desinvestimentos seletivos e ações voltadas à redução da alavancagem financeira.
A Dasa pode ser uma opção para investidores com perfil mais arrojado, que acreditam no potencial de virada da companhia no médio e longo prazo.
Fleury (FLRY3): reputação consolidada e visão estratégica
Entre todas as ações analisadas, Fleury (FLRY3) é considerada uma das mais sólidas e estrategicamente bem posicionadas.
Tradicionalmente voltada à medicina diagnóstica, a empresa vem se transformando em um verdadeiro ecossistema de saúde completo, com destaque para:
- Fusão com o Grupo Pardini, que ampliou a presença nacional e criou sinergias importantes
- Investimentos em digitalização e telemedicina
- Parcerias com startups e foco em inovação
Além disso, Fleury se destaca pela força de suas marcas — como Fleury Medicina e Saúde (público premium) e a a+ (linha de acesso) — e por sua excelência técnica reconhecida no mercado.
Com um perfil menos alavancado e foco em nichos de alto valor agregado, a empresa se mostra como uma escolha atrativa, principalmente para investidores que buscam crescimento sustentável com menor volatilidade.
O que considerar ao investir ações de saúde
De acordo com Gabriel Mollo, “o setor tem potencial, mas é preciso entender as particularidades de cada modelo de negócio. O investidor deve observar margens, nível de endividamento, capacidade de integração de ativos e diferenciais competitivos antes de tomar qualquer decisão.”
Antes de montar uma posição em ações de saúde, vale observar:
- Verticalização vs. especialização
- Ritmo de crescimento orgânico e por aquisições
- Níveis de sinistralidade e eficiência operacional
- Alavancagem financeira e exposição a juros altos
- Capacidade de inovação e adaptação tecnológica
Conclusão: quais são as melhores ações de saúde para investir?
O setor de saúde na B3 oferece um leque diversificado de opções — desde gigantes verticalizados, como a Hapvida, até especialistas em medicina diagnóstica, como Fleury. A escolha das melhores ações depende do perfil do investidor e da estratégia de alocação desejada.
- HAPV3 pode atrair quem aposta em consolidação e ganhos de escala
- RDOR3 é uma escolha sólida para quem busca qualidade hospitalar premium
- DASA3 oferece um possível turnaround, embora com risco elevado
- FLRY3 é indicada para investidores que valorizam estabilidade, inovação e gestão eficiente
No fim das contas, a diversificação dentro do setor e uma análise criteriosa do momento de cada empresa são essenciais para montar uma carteira equilibrada e alinhada com seus objetivos financeiros.Quer investir com mais segurança e inteligência?
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