A ata do Copom, divulgada na manhã do dia 24, veio em linha com o comunicado do Comitê, mantendo um tom duro na condução da política monetária. Na reunião do dia 18, o órgão anunciou o aumento da Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75%.
A autoridade monetária reforçou a dependência dos dados para conduzir decisões futuras, mas indicou que o ciclo de alta da Selic deve ocorrer de forma gradual. Contudo, não foram fornecidos detalhes sobre ritmo e a amplitude deste ciclo.
Segundo a ata do Copom, quais fatores favorecem o aperto monetário?
De acordo com informações que constam na ata, as pressões no mercado de trabalho, a resiliência na atividade econômica, o aumento das projeções da inflação e as expectativas desancoradas são fatores que conduzem a uma política monetária mais contracionista.
“Esse ritmo de crescimento da atividade, em contexto de hiato agora avaliado positivo, torna mais desafiador o processo de convergência da inflação à meta. A conjunção de um mercado de trabalho robusto, política fiscal expansionista e vigor nas concessões de crédito às famílias segue indicando um suporte ao consumo e consequentemente à demanda agregada.”
Sobre a questão fiscal, foi dito que “Uma política fiscal crível, embasada em regras previsíveis e transparência em seus resultados, em conjunto com a persecução de estratégias fiscais que sinalizem e reforcem o compromisso com o arcabouço fiscal nos próximos anos são importantes elementos para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de riscos dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”.
Fatores externos
No cenário internacional, o Comitê aponta que existem desafios em meio a mudança de direção do ciclo econômico dos Estados Unidos, que suscita maiores dúvidas sobre a postura do Fed.
O órgão avalia que “o cenário externo, também marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes”.
Quais serão os próximos passos do Copom?
O Comitê afirma estar comprometido com a convergência da inflação à meta. Contudo, na ata, o órgão declarou que todos os seus membros concordaram com o início de um ciclo gradual de aperto monetário, de forma a se beneficiar do acompanhamento diligente dos dados e sem conferir indicação futura de seus próximos passos.
No que investir após a ata do Copom?
Um possível ciclo de altas na taxa Selic favorece diretamente aplicações pós-fixadas indexadas à taxa de juros, Selic e CDI.
Diante disso, produtos como Tesouro Selic, CDBs, LCIs, LCAs, títulos de Crédito Privado e fundos de renda fixa apresentam boas oportunidades para o momento.
Entretanto, é fundamental ter clareza sobre o tipo de investimento que você busca e o horizonte de tempo que pretende manter o capital investido, pois a taxa Selic pode sofrer alterações futuras, impactando diretamente os resultados esperados do seu investimento.
Por isso, considere cuidadosamente seu objetivo principal, garantindo que a escolha dos produtos seja adequada ao seu perfil de investidor e às suas metas financeiras, além de atender a critérios de diversificação.
Conclusão
Em conclusão, a ata do Copom reforça a trajetória de um aperto monetário gradual, condicionada à evolução dos dados econômicos, sem fornecer diretrizes claras sobre o ritmo e a amplitude das próximas decisões.
O Comitê permanece focado em trazer a inflação de volta à meta, destacando fatores como a pressão no mercado de trabalho, a resiliência econômica e o contexto fiscal expansionista como desafios adicionais para esse objetivo.
No cenário internacional, a postura do Fed e a menor sincronia nas políticas monetárias globais também exigem cautela.
Para os investidores, o ciclo de alta da Selic favorece investimentos indexados à taxa de juros, como Tesouro Selic e CDBs, mas é crucial avaliar o perfil e as metas financeiras individuais.
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