O início de um novo ano sempre traz movimentações importantes no cenário econômico global. As decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil, anunciadas recentemente, fornecem insights valiosos sobre o que podemos esperar nos próximos meses. Vamos explorar como esses eventos podem moldar o panorama econômico em 2025.
Sumário
TogglePolítica Monetária nos Estados Unidos: Queda de Juros e Inflação Resiliente
O Federal Reserve (FED), o Banco Central dos Estados Unidos, surpreendeu ao intensificar o ciclo de queda da taxa de juros, ainda que de forma gradual nos últimos meses. Apesar disso, a inflação, especialmente em sua vertente mais estável, permaneceu acima da meta de 2%, enquanto a atividade econômica mostrou resiliência com um mercado de trabalho robusto.
Além disso, o presidente do FED, Jerome Powell, destacou que parte das medidas econômicas prometidas pelo novo governo influenciaram diretamente as projeções inflacionárias. Com isso, a mediana das projeções para a taxa de juros passou de quatro reduções esperadas para apenas duas em 2025.
Essa mudança já havia sido antecipada em análises anteriores. A pressão inflacionária, decorrente dessas promessas econômicas, indicava que o FED precisaria reavaliar o ritmo do ciclo de queda dos juros. Agora, esse risco parece estar se concretizando.
Política Monetária no Brasil: Selic em Alta
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) também trouxe importantes sinais para a economia. A Selic, taxa básica de juros, foi elevada para 12,25% e, segundo o Banco Central, novas altas estão no horizonte. A expectativa é que a taxa alcance 14,25% nos próximos meses.
No entanto, esse patamar pode não ser suficiente para atingir a meta de inflação no prazo relevante. De acordo com nossas simulações, a taxa pode precisar alcançar 15,25% para alinhar a inflação à meta de 3%.
Dois fatores explicam essa postura mais rígida do Banco Central:
- Câmbio depreciado: Reflexo de um cenário fiscal incerto e de desafios no ambiente internacional.
- Atividade econômica aquecida: O mercado de trabalho brasileiro está aquecido, o que mantém a inflação pressionada.
A perspectiva de uma atividade econômica mais fraca é vista como necessária para que o Banco Central tenha maior confiança na convergência da inflação para a meta. Além disso, medidas fiscais que melhorem as expectativas inflacionárias são essenciais para garantir a sustentabilidade da dívida pública no longo prazo.
Conclusão
As decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil mostram como 2025 será desafiador para o controle da inflação e a sustentabilidade econômica. Enquanto o FED ajusta suas projeções de juros, o Brasil enfrenta um delicado equilíbrio entre atividade econômica e inflação.
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