O mês de setembro foi marcado por acontecimentos importantes no cenário econômico global e doméstico. O Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos iniciou a redução da taxa de juros, a China anunciou novos pacotes de estímulo econômico, e o Banco Central do Brasil elevou a taxa Selic, surpreendendo o mercado.
Cenário Econômico Internacional
Nos Estados Unidos, o Fed finalmente deu início à redução da taxa de juros, algo amplamente esperado, uma vez que a inflação começou a mostrar sinais de desaceleração. Além disso, o mercado de trabalho tem demonstrado menos vigor, o que justifica o movimento do banco central americano.
Contudo, a magnitude do corte — de 0,50 pontos percentuais — foi maior do que o esperado, surpreendendo analistas. Para as próximas reuniões, o Fed indicou que o ritmo de redução será mais contido, com cortes de 0,25 pontos percentuais. Nossa expectativa é de que esse ritmo seja mantido, uma vez que o Fed continua atento ao enfraquecimento do mercado de trabalho.
Na China, o governo anunciou um pacote de estímulos econômicos, impulsionado pela flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e pela menor pressão sobre a taxa de câmbio. Grande parte dos estímulos está relacionada ao crédito e à política monetária, com a possibilidade de novos incentivos no futuro.
Esse cenário, com a maior economia do mundo afrouxando sua política monetária e a segunda maior economia do mundo impulsionando a atividade, cria um ambiente mais favorável para economias emergentes.
Cenário Econômico no Brasil
No Brasil, dois temas dominaram as discussões econômicas em setembro. O primeiro foi a continuidade das preocupações com as contas públicas, especialmente após a divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas. Será crucial monitorar a disposição do governo em implementar medidas para manter o equilíbrio fiscal e seguir o novo arcabouço fiscal.
O segundo ponto foi a decisão do Banco Central de elevar a taxa Selic em 0,25 pontos percentuais, atingindo 10,75%. O aumento foi motivado por uma atividade econômica mais forte do que o esperado e pela atualização das projeções de inflação.
Com o Banco Central revisando suas projeções de inflação e considerando a força da economia, a taxa de juros de 11,5%, estimada pela pesquisa Focus, não é mais suficiente para atingir as metas de inflação. Agora, esperamos que a Selic chegue a 12%, com ajustes de 0,50 pontos percentuais nas próximas reuniões.
Para o segundo semestre de 2025, acreditamos que a combinação do aperto monetário atual e o fim dos efeitos de medidas não recorrentes, como o pagamento de precatórios e a ampliação de medidas sociais, abrirá espaço para a redução gradual da Selic, desde que o cenário fiscal se mantenha relativamente estável.
Conclusão
Setembro trouxe importantes atualizações no cenário econômico global e doméstico. A redução dos juros nos EUA, os estímulos econômicos na China e o aumento da Selic no Brasil configuram um panorama que exigirá atenção redobrada dos investidores. Confira o relatório completo aqui.