Aqui no Blog do Daycoval, toda segunda-feira, você acompanha os principais acontecimentos do mercado financeiro previstos para a semana e os comentários do nosso analista de investimentos Gabriel Mollo. Confira:

Sumário
Toggle- Tensão entre Irã e Israel pressiona petróleo
- Fed decide juros e mercado busca sinais de corte
- Crise política e fiscal no Brasil
- Pacote fiscal enfrenta resistência no Congresso
- Selic pode subir ou se manter — mercado está dividido
- Dólar instável com cenário externo e ruídos políticos
- Bolsa reage ao petróleo, juros e incerteza fiscal
- Noticiário Corporativo
- Conclusão
Tensão entre Irã e Israel pressiona petróleo
A semana começa carregada no cenário internacional, com investidores atentos a uma combinação de eventos geopolíticos e decisões de política monetária ao redor do mundo. A guerra entre Irã e Israel segue elevando a tensão no Oriente Médio, trazendo impacto direto sobre os preços do petróleo, que abriram a semana com alta superior a 4%, antes de desacelerarem para ganho de 1% no final da noite de ontem.
Além do risco geopolítico, o G7 também domina o noticiário. A cúpula em Kananaskis, no Canadá, conta com a presença de líderes de países convidados, incluindo o Brasil. As conversas devem girar em torno da crise comercial global e da escalada militar no Oriente Médio. Trump, que tem papel decisivo nas negociações com Israel e sobre tarifas globais, já sinalizou abertura a acordos comerciais, enquanto mantém o tom duro contra Teerã.
Fed decide juros e mercado busca sinais de corte
A semana também será de Superquarta, com decisões de juros pelo Federal Reserve e pelo Copom. Nos EUA, a expectativa é de manutenção da taxa, hoje entre 4,25% e 4,50%, mas o mercado estará de olho nas novas projeções econômicas do Fed e no discurso de Jerome Powell, buscando pistas sobre possíveis cortes de juros ainda este ano.
Ao longo dos próximos dias, outros BCs globais também decidem política monetária: Banco do Japão, Banco da Inglaterra, Banco Central da Turquia e Banco Popular da China. O consenso aponta para manutenção das taxas.
Crise política e fiscal no Brasil
No Brasil, o pano de fundo segue sendo a crise política e fiscal. A semana começa com a expectativa de votação do requerimento de urgência para o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que pode derrubar o aumento recente do IOF. O governo tenta, nos bastidores, impedir o avanço do projeto. Lula reuniu-se com líderes da Câmara no fim de semana, prometendo liberação de emendas para tentar acalmar os ânimos, mas a base aliada segue fragmentada.
Pacote fiscal enfrenta resistência no Congresso
O pacote fiscal de Haddad continua enfrentando resistência no Congresso. A Frente Parlamentar da Agropecuária e setores da construção civil reforçaram a oposição às medidas. As novas propostas de aumento de tributação sobre LCI, LCA, JCP e apostas online também enfrentam risco de rejeição.
Na seara econômica, o mercado acompanha hoje a divulgação do IBC-Br de abril, prévia do PIB do 2º trimestre. A expectativa média aponta alta de 0,1% no mês, desacelerando após o avanço de 0,8% em março. As projeções, no entanto, estão bastante dispersas, variando entre -0,4% e +0,4%.
Selic pode subir ou se manter — mercado está dividido
A Superquarta também é tema central para o mercado de juros local. Pesquisa do Broadcast com 48 instituições mostrou divisão entre estabilidade ou alta residual da Selic. Enquanto 27 casas projetam manutenção da taxa em 14,75%, outras 21 apostam em uma elevação de 25 pontos-base, diante da incerteza fiscal e dos riscos inflacionários de médio prazo. As recentes surpresas baixistas no IPCA de maio deram algum alívio aos DIs curtos, mas o quadro político mantém a inclinação da curva pressionada. A comunicação do Copom nesta reunião ganha importância extra.
Dólar instável com cenário externo e ruídos políticos
O mercado de câmbio segue refletindo a combinação de aversão a risco no exterior (por conta da guerra e das tensões no G7) e incerteza doméstica sobre a política fiscal. A votação do PDL hoje e os desdobramentos das negociações entre o Planalto e o Congresso devem adicionar volatilidade ao câmbio.
Bolsa reage ao petróleo, juros e incerteza fiscal
O desempenho da Bolsa tende a refletir o ambiente externo mais avesso ao risco e a cautela local. O movimento da Petrobras seguirá relacionado aos preços do petróleo e às discussões sobre dividendos extraordinários. Bancos e empresas domésticas sensíveis à curva de juros devem reagir ao noticiário fiscal. No curto prazo, a política seguirá sendo o principal driver. Investidores monitoram de perto o desfecho da votação na Câmara e eventuais novos ruídos vindos de Brasília.
Noticiário Corporativo
O setor financeiro e o agronegócio seguem articulando pressão contra o pacote fiscal de Haddad. Entidades do setor produtivo alertam para o risco de encarecimento do crédito e retração de investimentos caso as novas taxações avancem. Enquanto isso, o mercado de capitais observa com cautela o desempenho das empresas com maior exposição ao mercado interno, especialmente em meio à deterioração da relação entre Executivo e Legislativo.
Conclusão
A semana começa com múltiplos focos de atenção: guerra no Oriente Médio, G7, Superquarta e crise política no Brasil. A volatilidade deve permanecer elevada, com investidores atentos ao desfecho do PDL hoje na Câmara e aos sinais que o Copom dará na quarta-feira. A política fiscal segue como o principal fator de risco doméstico no curto prazo.
Para navegar no mercado financeiro com segurança e rentabilidade, conte com a equipe do Daycoval para ajudá-lo.