Expectativas para o dólar em setembro: o que esperar após a queda de agosto

Tempo de leitura: 4 minutos

Agosto foi um mês de fortes oscilações no câmbio brasileiro. O dólar começou acima de R$5,60, chegou a bater mínima em torno de R$5,38 e deve encerrar o mês na faixa entre R$5,40 e R$5,45. Para entender o que está por trás desses movimentos e quais são as expectativas para o dólar em setembro, convidamos o Otávio Oliveira, Gerente de Tesouraria do Banco Daycoval, que acompanha de perto os fatores internos e externos que influenciam a moeda.

Neste artigo, você vai entender:

  • Por que o dólar caiu em agosto.
  • O impacto das tarifas americanas no câmbio.
  • A influência da política monetária dos Estados Unidos e do Brasil.
  • O que pode acontecer em setembro e como isso afeta seus investimentos.

Antes de seguir a leitura, assista ao vídeo completo com a análise de Otávio:

O câmbio brasileiro foi marcado por forte volatilidade, resultado da combinação de fatores internos e externos.

O dólar em agosto: um mês de volatilidade

Logo no início do mês, a moeda americana ultrapassou os R$5,60. Entretanto, perdeu força rapidamente e atingiu uma mínima de R$5,38, fechando agosto em torno de R$5,40 a R$5,45.

A queda inicial esteve diretamente ligada à precificação das tarifas americanas. O mercado já havia incorporado os impactos esperados, e a decisão dos EUA de isentar alguns itens retirou grande parte da força dessas tarifas, aliviando as pressões sobre o Brasil.

O papel das tarifas americanas

Muito se falou sobre os efeitos negativos das tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. Mas a reação do mercado mostrou que os impactos foram menores do que se esperava.

Isso aconteceu porque parte das medidas acabou suavizada com isenções em determinados produtos, o que tirou força das tarifas frente ao que era previsto inicialmente.

Ao longo de agosto, a atenção dos EUA se voltou também para outros mercados, como a China e a Índia, que sofreram medidas comerciais semelhantes. Essa redistribuição de foco contribuiu para aliviar a pressão sobre os ativos brasileiros e fortaleceu o real frente ao dólar.

A influência da política monetária americana

Outro fator que impactou diretamente o câmbio foi a postura do Federal Reserve (FED).

O que antes era apenas expectativa passou a ser sinalização oficial: ao menos um corte de juros está previsto para 2025. Essa mudança cria um diferencial importante entre os juros americanos e brasileiros.

Enquanto os Estados Unidos devem cortar juros, no Brasil a taxa permanece estável no curto prazo, mesmo que o mercado projete reduções na curva futura.

Esse diferencial tende a atrair mais capital estrangeiro para mercados emergentes, como o Brasil, fortalecendo ainda mais o real.

O cenário doméstico: inflação e eleições

No campo interno, o Brasil apresentou dados de inflação mais controlados, o que reforça a percepção de estabilidade.

Além disso, as atenções começam a se voltar para o ciclo eleitoral de 2026. A movimentação política e econômica em torno das eleições pode influenciar expectativas e aumentar a cautela dos investidores nos próximos meses.

Expectativas para o dólar em setembro

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Com base nos fatores internos e externos analisados, quais são as expectativas para o dólar em setembro?

  1. Crise comercial Brasil–EUA: novos desdobramentos podem impactar diretamente o câmbio. Caso as tarifas sejam ampliadas, a pressão pode empurrar o dólar para cima.
  2. Decisão do Federal Reserve: se os cortes de juros nos EUA forem confirmados, o fluxo de capital para emergentes tende a se manter, favorecendo a valorização do real.
  3. Volatilidade contínua: é o cenário mais provável. O real seguirá oscilando entre fatores de suporte, como os juros ainda elevados, e fatores imprevisíveis, como declarações políticas e tensões comerciais internacionais.

O que isso significa para os investidores

Para o investidor, esse cenário reforça a necessidade de atenção e estratégia.

  • Renda fixa: pode continuar atrativa, já que os juros domésticos permanecem elevados no curto prazo.
  • Fundos cambiais: exigem cautela, uma vez que o dólar pode seguir pressionado.
  • Ativos de risco: podem se beneficiar do fluxo de capital estrangeiro, caso o real continue fortalecido.

Conclusão: prepare sua carteira para setembro

Agosto trouxe uma surpresa positiva para o câmbio, com o real ganhando força e o dólar recuando. No entanto, setembro promete novas emoções, com a continuidade da guerra comercial entre Brasil e Estados Unidos, a decisão do FED e as primeiras movimentações relacionadas ao cenário eleitoral doméstico.

O investidor que entender esse contexto estará melhor posicionado para aproveitar as oportunidades e se proteger dos riscos. Abra agora sua conta no Banco Daycoval e invista com quem entende de mercado.

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