O ano de 2026 se desenha como um período cheio de oportunidades para os fundos de investimento. Segundo Pedro Schettino, especialista em investimentos do Banco Daycoval, praticamente todas as classes podem se beneficiar do cenário esperado — embora o investidor precise estar atento à volatilidade típica de um ano eleitoral.
Neste artigo, reunimos os principais pontos da análise de Pedro para ajudar você a entender o que pode influenciar seus investimentos no próximo ciclo.
Confira a análise completa:
O que 2025 nos ensinou — e por que isso importa
O desempenho dos fundos em 2025 cria uma base importante para o que pode acontecer no ano seguinte. A renda variável acompanhou o excelente momento da bolsa brasileira, que subiu mais de 30%. No crédito privado, a combinação de juros elevados e spreads atrativos garantiu resultados expressivos. Já os multimercados, impulsionados por uma leitura macro muito precisa de diversos gestores, superaram o CDI de forma consistente.
Esse retrospecto deixa claro que o mercado entrou em 2026 embalado, mas não necessariamente previsível. A grande questão que surge é: como montar uma carteira inteligente para o próximo ano?
Onde investir em 2026: a visão por classe de ativo
O ponto de partida é entender como cada classe deve se comportar. No crédito privado, os prêmios estão mais justos. As oportunidades de curto prazo diminuem, mas a renda fixa continua chamando atenção porque a taxa básica de juros ainda opera em nível elevado. É um cenário em que a previsibilidade e a segurança continuam relevantes.
Na bolsa, uma correção no curto prazo é natural após um desempenho forte em 2025. Mas, no horizonte mais longo, as empresas brasileiras seguem entregando bons resultados e exibindo valuations atrativos — um conjunto que pode gerar valor para os cotistas dos fundos de ações.
Ano eleitoral: volatilidade no radar
Um elemento central para 2026 é a corrida presidencial no Brasil. Historicamente, anos eleitorais trazem mais oscilação nos mercados locais. Isso não é necessariamente ruim — volatilidade também cria oportunidades —, mas reforça a importância de diversificação e de gestores capazes de navegar cenários incertos.
O papel dos multimercados e das estratégias descorrelacionadas
Se existe uma classe que tradicionalmente se beneficia de ciclos de queda de juros — exatamente a expectativa para 2026 —, é a dos multimercados. Nomes como Armor Axe e Kapitalo K10 podem se destacar em um período de maior movimento macroeconômico e ajustes na política monetária.
Mas, em um ambiente de prêmios mais comprimidos e volatilidade elevada, faz ainda mais sentido buscar parte da carteira em estratégias descorrelacionadas. É o caso de fundos de arbitragem, como Artesanal D2 e AZ Quest Low Vol, que tendem a entregar resultados independentes das grandes tendências do mercado. Já os fundos internacionais — como PIMCO Income e Oaktree Global Credit — ajudam a diluir riscos locais e ampliar o leque de oportunidades.
Conclusão: 2026 exige preparação, não adivinhação
Mais do que tentar prever cada movimento do mercado, 2026 pede uma carteira equilibrada, diversificada e estruturada para capturar oportunidades sem abrir mão de proteção. A combinação entre renda fixa, multimercados, estratégias alternativas e uma dose saudável de exposição internacional pode ser o caminho para atravessar um ano eleitoral com tranquilidade — e ainda aproveitar eventuais ajustes de preço.
Se você deseja montar uma estratégia alinhada ao cenário do próximo ano, este é um ótimo momento para revisar sua carteira e se preparar.
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Pedro Assumpção é analista de fundos no Banco Daycoval, instituição na qual atua desde 2022. Antes disso, já atuou como analista, com foco em investimentos e seleção de gestores. Economista formado pelo IBMEC, Pedro tem interesse especial por gestão de recursos, alocação de portfólio e análise de fundos de investimento.
