Aqui no Blog do Daycoval, toda segunda-feira, você acompanha os principais acontecimentos do mercado financeiro previstos para a semana e os comentários do nosso analista de investimentos Gabriel Mollo. Confira:

Sumário
ToggleGuerra tarifária e os impactos no mercado
Os mercados iniciam a semana sob forte aversão ao risco, refletindo o agravamento das tensões comerciais provocadas pelas tarifas unilaterais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Desde sábado, passou a valer uma tarifa inicial de 10% sobre produtos importados, e o mercado permanece apreensivo com o pacote de retaliações previsto para entrar em vigor no dia 9 de abril.
No fim de semana, não houve sinais de recuo por parte da Casa Branca nem avanços em negociações com outros países — o que aumentou a percepção de isolamento dos EUA e elevou o temor de um recrudescimento da guerra comercial.
As consequências da guerra tarifária começam a se espalhar pela economia global. A imposição de barreiras ao comércio tende a prejudicar a cadeia produtiva internacional, elevando os custos para empresas e consumidores, o que pode enfraquecer o ritmo de crescimento mundial.
A resposta dos mercados tem sido migrar para ativos considerados mais seguros, como os títulos do Tesouro americano, o ouro e o dólar, movimento que penaliza as bolsas e as moedas de países emergentes. Setores altamente expostos ao comércio exterior — como tecnologia, automóveis e commodities — são os mais impactados nesse ambiente de incerteza.
Além das tensões geopolíticas, a semana será marcada por uma série de indicadores econômicos relevantes, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, que podem influenciar diretamente a condução da política monetária nos dois países.
Indicadores No Brasil
No Brasil, a agenda começa na terça-feira com a divulgação do superávit orçamentário de fevereiro, que ficou em R$ 104,1 bilhões, e da dívida bruta em relação ao PIB, que atingiu 75,3%, sinalizando relativa estabilidade fiscal no curto prazo.
Na sexta-feira, os investidores estarão atentos à divulgação do IPCA de março, que deve mostrar uma aceleração da inflação, com alta de 1,31% no mês e 5,06% em 12 meses. No mesmo dia, será divulgado o IBC-Br de fevereiro, considerado uma prévia do PIB, com expectativa de crescimento de 0,90%, sugerindo retomada moderada da atividade econômica.
Dados de inflação e emprego nos EUA
Nos Estados Unidos, o foco está voltado para os dados de inflação e emprego. Na quarta-feira, serão divulgadas as atas da última reunião do FOMC, que podem oferecer pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve.
Na quinta-feira, saem os números do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de março, com expectativa de alta de 0,1% no mês e 2,6% em 12 meses. O núcleo do índice, que exclui alimentos e energia, deve subir 0,3%, reforçando preocupações com pressões inflacionárias persistentes.
Ainda na quinta, os pedidos iniciais de seguro-desemprego devem ficar em 223 mil solicitações, sinalizando um mercado de trabalho ainda resiliente. Por fim, na sexta-feira, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) completa o panorama da inflação americana, com previsão de alta de 0,2% no mês.
A combinação entre a escalada da guerra tarifária e a divulgação de dados econômicos sensíveis aumenta a volatilidade e a incerteza nos mercados.
Caso os números de inflação e emprego nos EUA venham acima do esperado, podem reforçar o discurso mais cauteloso do Fed, pressionando os ativos de risco e elevando os rendimentos dos Treasuries.
Já no Brasil, a inflação elevada e os sinais de recuperação econômica moderada indicam que o Banco Central deverá manter uma postura mais vigilante, o que reduz a expectativa por novos cortes na taxa Selic no curto prazo.
Conclusão
Para navegar no mercado financeiro com segurança e rentabilidade, conte com a equipe do Daycoval para ajudá-lo.