O ano de 2026 promete ser um ponto de virada importante para quem investe em renda variável. Segundo Gabriel Mollo, analista de investimentos do Banco Daycoval, o mercado brasileiro entra no próximo ano com um cenário mais equilibrado entre risco e oportunidade — especialmente para ações e fundos imobiliários (FIIs).
Com juros com expectativa de queda gradual, inflação mais estável e uma atividade econômica que dá sinais de recuperação, a dinâmica dos ativos de risco pode ganhar força novamente.
Veja a análise completa do Gabriel Mollo:

Sumário
ToggleUm ambiente mais favorável para ativos de risco
O mercado deve iniciar 2026 com uma mudança relevante: a expectativa predominante é de queda gradual da taxa de juros, ao mesmo tempo em que a inflação se acomoda e as projeções de crescimento seguem moderadas.
Essa combinação cria um terreno mais competitivo para a renda variável, deslocando parte do capital hoje concentrado na renda fixa para alternativas com potencial de retorno real superior.
Entre os fatores que fortalecem esse movimento estão:
- Custo de capital mais baixo, favorecendo empresas que dependem de financiamento;
- Bolsa com preços ainda descontados, abrindo espaço para reprecificação;
- Melhora gradual da economia, impulsionando setores sensíveis ao ciclo econômico.
Ações em 2026: setores que podem se destacar
O novo cenário tende a beneficiar empresas capazes de transformar a retomada da demanda em crescimento de lucro.
Entre os setores que podem ganhar protagonismo estão:
- Construtoras, impulsionadas pelo crédito mais barato;
- Bancos, com aumento da atividade e melhoria de spreads;
- Companhias de consumo, favorecidas por juros menores e maior circulação de renda.
Além disso, deve crescer a preferência por empresas com:
- Balanços sólidos
- Governança consistente
- Previsibilidade de caixa
Com o custo de capital em trajetória de queda, esses atributos se tornam ainda mais valiosos.
Fundos Imobiliários (FIIs): tijolo em destaque
A expectativa de queda da taxa de juros de longo prazo pode reprecificar as cotas de muitos FIIs, especialmente os de “tijolo“, como:
- Fundos de logística
- Shoppings
- Lajes corporativas de alta qualidade
Esses segmentos costumam responder bem à melhoria da economia real e ao aumento da atividade comercial.
Já nos fundos de papel, o cenário exige mais atenção. A seletividade será essencial, priorizando:
- Qualidade do crédito
- Duração equilibrada dos títulos
- Governança e diversificação
O objetivo é equilibrar renda recorrente com controle de risco.
Os riscos que 2026 traz para a renda variável
Apesar das oportunidades, o investidor deve ter atenção redobrada.
O ano de 2026 será eleitoral no Brasil, e isso tende a aumentar a sensibilidade a ruídos fiscais, mudanças de política econômica e volatilidade do câmbio.
No cenário global, variáveis importantes permanecem no radar:
- Comportamento das commodities
- Desempenho da demanda internacional, especialmente da Ásia
- Oscilações do dólar frente às principais moedas
Esses elementos continuam sendo decisivos para exportadoras e setores intensivos em insumos.
O que os investidores podem esperar do ano?
Para muitos, 2026 pode marcar um ponto de inflexão.
Para perfis mais dispostos a assumir risco com disciplina, há potencial para ganhos por meio de:
- Reprecificação de múltiplos
- Retomada setorial
- Dividendos consistentes
Já para perfis mais conservadores, empresas robustas e FIIs de alta qualidade seguem oferecendo proteção com retorno atrativo.
A palavra-chave para todos os perfis é seletividade: não se trata de apostar em uma alta generalizada, mas de montar uma carteira com estratégia e gestão cuidadosa de risco.
Conclusão
A renda variável entra em 2026 com um cenário mais equilibrado e repleto de pontos de atenção — mas também com oportunidades relevantes.
O desempenho do ano dependerá menos de movimentos amplos de mercado e mais da capacidade de identificar empresas sólidas, fundos imobiliários resilientes e setores bem posicionados para a retomada.
Se você deseja se preparar para capturar essas oportunidades, acompanhar análises especializadas como a do Gabriel Mollo pode fazer toda a diferença.
Aproveite as oportunidades de renda variável em 2026.


Gabriel Mollo atua na área de finanças desde 2007, com experiência como assessor de investimentos, analista de suporte, analista de investimentos e trader. Ao longo da carreira, foi responsável por prospecção e manutenção de clientes, análise fundamentalista e técnica de ativos, execução de operações em bolsa e implementação de novos produtos e serviços. Também ministrou cursos e palestras, treinou colaboradores e contribuiu na implantação de soluções financeiras.