Bonds: Entenda o que são e como investir nesse título

Tempo de leitura: 9 minutos
Blocos de madeira formando a palavra “bonds” sobre moedas e notas de dólar.

Bonds (títulos de dívida emitidos por governos, empresas e entidades internacionais) são uma alternativa estratégica para quem busca rentabilidade, estabilidade e exposição a moedas fortes, como o dólar ou o euro.

Neste guia, você vai entender o que são os bonds, como funcionam, quais os principais tipos disponíveis no mercado internacional e o que considerar ao investir nesse tipo de ativo. 

Vamos também abordar vantagens, riscos, questões tributárias e as formas mais práticas de incluir esses títulos na sua carteira com segurança. Se você deseja dar um passo além da renda fixa nacional, este conteúdo é para você. Vamos lá?

O que são bonds?

Bonds são títulos de dívida emitidos por governos, empresas ou entidades públicas no exterior, com o objetivo de captar recursos junto a investidores. 

Ao comprar um bond, você está emprestando dinheiro ao emissor e, em troca, passa a ter o direito de receber pagamentos periódicos de juros (os “cupons”) e o valor principal na data de vencimento.

Esses papéis funcionam de maneira semelhante aos títulos públicos brasileiros, como o Tesouro Direto, ou aos CDBs emitidos por bancos. 

A grande diferença é que os bonds são geralmente emitidos em moedas estrangeiras (como o dólar ou o euro) e seguem a regulamentação dos mercados internacionais.

Além de servirem como alternativa de diversificação, os bonds também permitem exposição a economias desenvolvidas, empresas multinacionais e governos estáveis, o que pode aumentar a resiliência da sua carteira.

Principais tipos de bonds

notas de dinheiro representando o que são bonds.

O mercado internacional oferece uma ampla gama de bonds, com características diferentes em termos de risco, rentabilidade, prazo e proteção. Abaixo, destacamos os principais:

1. Treasury bonds

Emitidos pelo Tesouro dos Estados Unidos, os Treasury Bonds são considerados os ativos mais seguros do mundo. Isso porque contam com a garantia do governo norte-americano, que tem histórico de solvência e liquidez incomparável.

Suas principais características incluem:

  • Prazo longo (10 anos ou mais);
  • Juros fixos pagos semestralmente;
  • Isentos de risco de crédito;
  • Alta liquidez no mercado secundário.

São ideais para investidores que desejam segurança e previsibilidade, mesmo que a rentabilidade seja menor que a de outros bonds mais arriscados.

2. Corporate bonds

Corporate bonds são emitidos por empresas privadas que incluem desde gigantes multinacionais até companhias de médio porte. O retorno costuma ser mais elevado do que nos títulos públicos, já que envolvem mais risco.

Suas principais características são:

  • Rendimento mais atrativo (comparado a Treasury Bonds);
  • Risco de crédito atrelado à saúde financeira da empresa;
  • Variabilidade de prazos, indexadores e estrutura de pagamento;
  • Avaliação por agências de rating (como Moody’s e S&P)

Esse tipo de bond é ideal para quem busca retorno mais agressivo, com atenção ao perfil da empresa emissora.

3. Municipal bonds

Emitidos por estados, cidades e outras entidades locais (principalmente nos EUA), os municipal bonds são utilizados para financiar projetos de infraestrutura, educação e saúde pública. Suas principais características incluem:

  • Muitas vezes são isentos de impostos (para residentes dos EUA);
  • Risco moderado, dependendo do emissor;
  • Boa opção para investidores com foco em estabilidade e isenção tributária.

No Brasil, o acesso direto a esses títulos é limitado, mas há exposição via fundos internacionais.

4. Emerging market bonds

São títulos emitidos por países ou empresas localizados em mercados emergentes, como Brasil, México, África do Sul, Indonésia, entre outros. Alguns pontos de atenção são:

  • Rentabilidades geralmente mais altas;
  • Risco político, cambial e de crédito mais elevado;
  • Vulnerabilidade a crises e variações externas;
  • Possibilidade de retornos expressivos em ciclos positivos.

Esse tipo de bond pode agregar valor a carteiras mais arrojadas, desde que componha uma parcela moderada da alocação total.

Quais as vantagens de investir em bonds?

Investir em bonds pode ser uma estratégia interessante para quem busca diversificação de carteira, exposição internacional e estabilidade. Entre os principais benefícios, destacam-se:

  • Exposição ao mercado internacional: bonds são majoritariamente emitidos em moedas fortes (como o dólar), o que permite ao investidor brasileiro diversificar geograficamente seus ativos e proteger parte do patrimônio contra a desvalorização do real;
  • Previsibilidade de fluxo de caixa: Muitos bonds pagam juros periódicos (chamados “cupons”), o que oferece previsibilidade e pode ser uma fonte recorrente de renda para o investidor;
  • Ampla variedade de emissores e riscos: É possível investir tanto em bonds altamente seguros (como os “Treasuries” dos EUA), quanto em bonds mais arriscados e rentáveis (como os de mercados emergentes ou empresas privadas);
  • Possibilidade de ganhos com valorização: Além dos juros, os bonds podem se valorizar no mercado secundário, permitindo ao investidor vender o título por um valor acima do que pagou, especialmente em cenários de queda de juros.

Alternativa para o longo prazo: Bonds com vencimentos mais longos são ideais para estratégias previdenciárias ou de acumulação patrimonial de longo prazo.

E os riscos?

Como todo investimento, os bonds também possuem riscos. É essencial conhecê-los antes de investir. Entenda melhor:

  • Risco de crédito: Trata-se da possibilidade de o emissor não honrar o pagamento dos cupons ou do principal. Bonds de governos estáveis têm risco muito baixo, enquanto bonds corporativos ou de países emergentes podem apresentar maior chance de inadimplência;
  • Risco de mercado: o valor de mercado de um bond pode variar ao longo do tempo. Fatores como alterações nas taxas de juros, inflação ou percepção de risco do emissor afetam o preço, o que pode gerar perdas em caso de venda antecipada;
  • Risco cambial: bonds emitidos em moeda estrangeira estão sujeitos à variação cambial. A valorização do real frente ao dólar, por exemplo, pode reduzir o rendimento efetivo para o investidor brasileiro, a não ser que ele utilize hedge cambial;
  • Risco de liquidez: nem todos os bonds possuem alta negociação no mercado secundário. Isso significa que pode ser difícil vender o título antes do vencimento sem aceitar um desconto relevante;
  • Risco regulatório e fiscal: em alguns casos, mudanças na legislação tributária do país de origem do bond ou do país do investidor podem impactar a rentabilidade líquida.
Cédulas do Tesouro americano com selo verde representando riscos em bonds.

Qual é a diferença entre bonds e debêntures?

Apesar de parecerem semelhantes, bonds e debêntures têm diferenças importantes, principalmente em relação à jurisdição e ao mercado de atuação. Entenda:

  • Local de emissão: bonds são títulos emitidos no mercado internacional, geralmente em moedas estrangeiras (como dólar ou euro). Já as debêntures são emitidas por empresas brasileiras no mercado nacional, em reais;
  • Moeda: bonds oferecem exposição cambial, enquanto debêntures não têm esse fator, exceto em casos raros de emissões em dólar no Brasil;
  • Regulação: bonds seguem as regras do país de emissão (ex: SEC nos EUA), enquanto debêntures são reguladas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) no Brasil;
  • Tributação: debêntures podem ter isenção de IR (em casos específicos, como debêntures incentivadas). Bonds, por outro lado, não possuem isenção e são tributados conforme regra local e brasileira (IR regressivo sobre ganho de capital);
  • Risco jurídico: bonds estão sujeitos às leis do país emissor, o que pode dificultar a recuperação em caso de default para investidores estrangeiros. Já os debêntures seguem o sistema jurídico brasileiro, com mecanismos como cláusulas de garantia e covenants.

Em suma, ambos são títulos de dívida, mas o contexto em que operam muda completamente. Por isso, é importante analisar o perfil de risco e o objetivo do investidor ao escolher entre eles.

O que considerar ao avaliar um bond?

Avaliar um bond é como analisar o crédito de um “empréstimo” que você está fazendo a um emissor. Isso exige análise técnica e estratégica. Abaixo, explicamos os principais aspectos que merecem sua atenção:

Juros (Yield)

O rendimento de um bond é representado pelo “yield”, que pode ser:

  • Fixo: taxa de juros acordada no momento da compra (ex: 5% ao ano);
  • Variável (floating): atrelado a algum indexador (como a inflação ou Libor);
  • Cupom zero (zero coupon): o título não paga juros periódicos, e o retorno se dá pelo deságio na compra (compra-se por menos e recebe-se o valor cheio no vencimento).

Avaliar o yield nominal e o yield to maturity, isto é, o rendimento total até o vencimento, é essencial para entender o retorno real do bond.

Precificação

O preço de mercado de um bond pode variar diariamente, influenciado por:

  • Taxas de juros globais (quando os juros sobem, o valor dos bonds cai);
  • Rating de crédito do emissor (grau de risco);
  • Demanda do mercado;
  • Expectativas econômicas.

É comum que um bond seja negociado acima ou abaixo do seu valor de face (valor que será devolvido no vencimento). Comprar com deságio pode aumentar o rendimento total; com ágio, o retorno pode ser menor.

Prazos

O vencimento de um bond pode variar de curto prazo (menos de 5 anos) a longo prazo (20 anos ou mais).

Prazos maiores costumam oferecer juros mais altos, mas também estão mais expostos à variação das taxas de juros e à inflação. Já prazos mais curtos oferecem previsibilidade e menor volatilidade.

Importante notar que há também bonds resgatáveis (callable), que podem ser pagos antecipadamente pelo emissor, impactando sua previsibilidade.

Tributação dos bonds

Os investimentos em bonds estão sujeitos à tributação tanto no exterior quanto no Brasil. Entender como os impostos incidem sobre esse tipo de título é essencial para calcular sua rentabilidade líquida. Confira:

  • Imposto de Renda (IR) no Brasil: os rendimentos obtidos com bonds devem ser informados na declaração anual de IR. A alíquota varia conforme o tipo de aplicação e o veículo utilizado (direto ou via fundo);
  • Via fundos de investimento: a tributação segue a regra dos fundos de renda fixa ou multimercado, com alíquotas regressivas conforme o prazo da aplicação (de 22,5% a 15%);
  • Investimentos diretos em corretoras estrangeiras: o investidor deve recolher o imposto por conta própria, via carnê-leão ou GCAP. Também é necessário declarar os ativos e os rendimentos obtidos em moeda estrangeira;
  • IOF: pode incidir nos primeiros 30 dias da aplicação, caso haja resgate no curto prazo (via fundos).

Dica: para facilitar a vida do investidor e garantir o recolhimento correto, muitos preferem investir em bonds via plataformas reguladas no Brasil, como o Daycoval, que oferecem veículos simplificados e reportam os dados automaticamente à Receita Federal.

Como investir em bonds?

Títulos da série I do Tesouro dos EUA ilustrando como investir em bonds.

Você pode investir em bonds de duas formas principais:

1. Diretamente no exterior

Plataformas internacionais permitem a compra direta de bonds, geralmente em dólar. Essa opção oferece maior autonomia, mas exige:

  • Abertura de conta em corretora internacional;
  • Domínio de inglês e dos termos técnicos;
  • Envio de recursos ao exterior;
  • Responsabilidade por recolher os impostos no Brasil;
  • Análise aprofundada de risco de crédito.

Essa modalidade é recomendada para investidores mais experientes, com apetite por risco e exposição cambial.

2. Através de fundos de investimento ou plataformas no Brasil

É a maneira mais prática e segura para a maioria dos investidores brasileiros. Você pode acessar bonds por meio de:

  • Fundos de renda fixa internacional;
  • Fundos multimercado com estratégia global;
  • Títulos estruturados oferecidos por instituições financeiras, como o Daycoval.

Esses veículos eliminam barreiras como idioma, câmbio e tributação complexa, e ainda contam com gestão profissional e diversificação automática.

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Perguntas frequentes sobre bonds

Ainda com dúvidas sobre bonds? Então confira respostas rápidas e objetivas para as perguntas mais frequentes sobre esse título:

É seguro investir em bonds?

Depende do emissor. Bonds do Tesouro Americano são considerados extremamente seguros. Já bonds corporativos de mercados emergentes têm risco elevado.

Como funciona o pagamento de bonds?

Os pagamentos geralmente são semestrais ou anuais, com juros fixos ou variáveis.

Como calcular a rentabilidade de um bond?

Leva-se em conta o cupom de juros, o preço de compra e o valor de face no vencimento.

Conclusão

Os bonds são uma porta de entrada para o investidor brasileiro acessar o mercado internacional com segurança, diversificação e retorno potencial competitivo. 

Seja por meio de títulos públicos americanos, empresas globais ou mercados emergentes, eles oferecem um leque de possibilidades para quem busca exposição cambial e solidez financeira.

No entanto, como qualquer investimento, é fundamental avaliar riscos, entender a tributação e escolher produtos adequados ao seu perfil. 

Com o apoio de uma instituição sólida como o Banco Daycoval, você pode investir em bonds com mais clareza, praticidade e respaldo.

Quer explorar o mercado global com segurança? Então, invista com o Daycoval e descubra as soluções de renda fixa internacional que oferecemos para você investir com confiança e inteligência.

Disclaimer:

Este material foi elaborado pelo Banco Daycoval S.A (“Daycoval”). As informações deste material são apenas informativas e não constituem solicitação, oferta ou recomendação de compra ou venda de ativos financeiros. Antes de qualquer decisão de investimento, os clientes deverão realizar o processo de suitability e confirmar se o produto apresentado é indicado para o seu perfil de investidor.

Para fins de verificação da adequação do perfil do investidor aos produtos de investimento oferecidos, é utilizado a metodologia de adequação por produto, nos termos das Regras e Procedimentos do Código ANBIMA de Distribuição de Produtos de Investimento. Fundos de investimento não contam com garantia do administrador do fundo, do gestor da carteira ou de qualquer mecanismo de seguro. O investimento em Fundos de Investimento não é garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito – FGC. Os produtos apresentados neste relatório podem não ser adequados para todos os clientes. 

A Ouvidoria do Banco Daycoval tem como objetivo atuar de forma independente e imparcial na mediação entre o Banco Daycoval, os clientes e os usuários de seus produtos e serviços e pode ser contatada por meio do telefone: Central de Atendimento 0800 777 0900 ou SAC 0800 775 0500 a disposição nos dias úteis, no horário das 9h às 18h.

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