Atualmente, o mercado de ações brasileiro enfrenta uma série de desafios significativos, impulsionados por fatores internos e externos.
Entre os principais obstáculos, estão a alta taxa de juros Selic, a complexa situação fiscal do país e a desaceleração da economia chinesa.
Apesar dessas dificuldades, algumas ações defensivas se destacam como boas oportunidades para investidores que buscam segurança e estabilidade em tempos de incerteza.
Neste artigo, Gabriel Mollo, nosso analista de investimentos, explica em detalhes todos esses fatores e quais empresas podem oferecer resiliência e bons dividendos em meio à volatilidade do mercado. Boa leitura!
Sumário
ToggleA alta da Selic e os efeitos no mercado de Ações
O Banco Central tem mantido a taxa Selic em patamares elevados para controlar a inflação, o que afeta diretamente o mercado de ações.
Em linhas gerais, a Selic alta encarece o crédito, reduzindo o consumo e os investimentos e inibindo o crescimento econômico.
Isso se reflete na redução da capacidade das empresas de crescer e de gerar lucros, o que impacta o valor das ações.
Além disso, esse movimento torna os ativos de renda fixa mais atrativos para os investidores, levando-os a migrar parte de seus recursos da renda variável para investimentos mais conservadores.
A situação fiscal do Brasil
A situação fiscal do Brasil também preocupa os investidores.
Com dificuldades para equilibrar receitas e despesas, o governo enfrenta desafios em manter um orçamento sustentável.
Discussões sobre ajustes fiscais e o cumprimento do novo arcabouço fiscal deixam o mercado em alerta.
Dessa forma, a instabilidade fiscal gera incertezas sobre o futuro econômico, tornando o Brasil menos atrativo para o capital estrangeiro.
Essa fuga de capital pressiona ainda mais a bolsa e dificulta o crescimento do mercado financeiro.
Economia chinesa e seus reflexos na Bolsa brasileira
A desaceleração da economia chinesa impacta diretamente o Brasil, especialmente em setores como o de commodities.
A China é um dos principais parceiros comerciais do país, e qualquer mudança em sua demanda pode afeta setores-chave da economia brasileira de maneira significativa.
Empresas ligados ao agronegócio e mineração, por exemplo, podem sofrer com quedas nas exportações.
O que são ações defensivas?
Ações defensivas são papéis de empresas que tendem a oferecer maior estabilidade em períodos de incerteza econômica ou volatilidade no mercado, devido à natureza resiliente de seus setores e produtos.
Elas pertencem, em geral, a setores considerados essenciais, como saúde, energia, telecomunicações e alimentação, cujas demandas não sofrem grandes oscilações mesmo em crises.
Por essa característica, as ações defensivas costumam ter menor risco e são menos suscetíveis a variações econômicas, atraindo investidores que buscam proteção contra perdas acentuadas e uma fonte de rendimento estável, como dividendos constantes.
No entanto, embora ofereçam maior segurança, seu potencial de crescimento pode ser mais limitado em comparação com ações de setores mais cíclicos.
Como as ações defensivas podem proteger a sua carteira?
Apesar dos desafios, algumas empresas defensivas na bolsa brasileira têm se mostrado resilientes.
Elas oferecem uma combinação de baixa volatilidade, bons dividendos e estabilidade, o que as torna uma opção atraente para quem deseja proteger seu capital mesmo em cenários de instabilidade econômica. Veja quais são!
Itaúsa (ITSA4)
A Itaúsa é uma holding que possui participações em grandes empresas, como Itaú Unibanco e Alpargatas, o que a torna uma das principais referências em termos de dividendos consistentes.
Com uma estratégia focada em empresas líderes em seus respectivos setores, a Itaúsa apresenta uma base sólida de geração de caixa.
A solidez do Itaú Unibanco, o maior banco privado do país, dá à holding uma forte resiliência frente às oscilações de mercado, além de oferecer uma distribuição atrativa de dividendos aos acionistas.
A combinação de exposição ao setor financeiro, sua diversificação de portfólio e a gestão conservadora fazem da Itaúsa uma ação defensiva ideal, com baixa volatilidade e rentabilidade robusta ao longo do tempo.
Vivo (VIVT3)
A Vivo, maior operadora de telecomunicações do Brasil, é outra empresa que se destaca pela resiliência em tempos de crise.
O setor de telecomunicações, por ser essencial, apresenta uma demanda constante por serviços, como internet banda larga e telefonia móvel, independentemente das flutuações econômicas.
Isso confere à Vivo uma receita estável e previsível, o que permite à empresa manter altos dividendos.
Além disso, a Vivo continua investindo em tecnologia 5G, o que deve abrir novas frentes de crescimento nos próximos anos.
Com baixa volatilidade e uma exposição limitada ao risco de variações econômicas, a empresa é uma boa opção para investidores que buscam proteção e renda em tempos incertos.
Taesa (TAEE11)
A Taesa é uma das principais empresas de transmissão de energia elétrica no Brasil, um segmento altamente regulado e com contratos de longo prazo, o que lhe garante uma receita estável e previsível.
Empresas de transmissão são menos impactadas pela demanda de energia, uma vez que suas receitas são baseadas na infraestrutura instalada e não no consumo de eletricidade, o que as torna menos vulneráveis à flutuação econômica.
A Taesa se destaca pelo seu alto pagamento de dividendos, sendo uma das ações preferidas dos investidores que buscam renda passiva, além de sua capacidade de gerar fluxo de caixa consistente, mesmo em cenários econômicos desafiadores.
BB Seguridade (BBSE3)
A BB Seguridade é a maior empresa de seguros e previdência do Brasil, controlada pelo Banco do Brasil.
O setor de seguros tende a ser menos sensível às oscilações cíclicas da economia, o que faz com que empresas como a BB Seguridade apresentem maior estabilidade de receitas.
Além disso, a crescente demanda por produtos de seguridade e previdência reforça a solidez da empresa.
Com uma estratégia bem definida e uma estrutura de capital eficiente, a BB Seguridade consegue distribuir bons dividendos aos acionistas, sendo uma excelente escolha para investidores que buscam proteção contra a volatilidade e uma fonte constante de rendimentos.
Conclusão
Como vimos, o mercado de ações brasileiro enfrenta um cenário desafiador, com taxas de juros elevadas, uma situação fiscal incerta e uma economia chinesa em desaceleração.
Contudo, para investidores que buscam mais estabilidade e bons retornos, as ações da Itaúsa, Vivo, Taesa e BB Seguridade representam opções atrativas.
Com baixos níveis de volatilidade, bons dividendos e perspectivas de longo prazo, essas empresas oferecem resiliência em um ambiente de incerteza.
Diante desse cenário, recomendamos que os investidores considerem a inclusão dessas ações defensivas em suas carteiras, visando proteger seu capital e ter uma fonte de renda confiável.
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