Aqui no Blog do Daycoval, toda segunda-feira, você acompanha os principais acontecimentos do mercado financeiro previstos para a semana e os comentários do nosso analista de investimentos Gabriel Mollo. Confira:
Tensão no Oriente Médio e foco no Fed marcam o cenário global
Os mercados globais iniciam a semana em compasso de espera após o ataque dos EUA a instalações nucleares no Irã. Embora o petróleo Brent tenha subido 5%, superando os US$ 80 o barril, a reação dos ativos de risco foi relativamente contida. A principal incerteza segue sendo a resposta iraniana, com o mercado monitorando a possibilidade de interrupção no Estreito de Ormuz, responsável por cerca de 20% do fluxo global de petróleo.
Além da escalada geopolítica, a agenda internacional será marcada por importantes eventos de política monetária. Jerome Powell inicia amanhã seu testemunho semestral no Congresso americano, com continuidade na quarta-feira, em um momento em que os impactos inflacionários da alta do petróleo começam a entrar no radar do Fed. Discursos de outros membros do FOMC, como Christopher Waller e Mary Daly, também devem calibrar as expectativas do mercado em relação ao início do ciclo de cortes de juros nos EUA. Na quinta, a leitura final do PIB do 1º trimestre deve confirmar a fraqueza da atividade econômica americana, enquanto na sexta-feira, o PCE de maio, principal termômetro de inflação do Fed, será o dado mais aguardado da semana.
Ata do Copom e inflação no centro das atenções no Brasil
Por aqui, a ata do Copom, que será divulgada amanhã, ganha protagonismo após o Banco Central ter elevado a Selic para 15% e endurecido o tom contra a inflação. O documento deve detalhar os fatores que levaram o comitê a descartar cortes em 2025 e a sinalizar que novas altas não estão descartadas, caso as expectativas para o IPCA não voltem a convergir para a meta.
Na agenda de indicadores, os destaques são o IPCA-15 de junho, na quinta-feira, que servirá como teste para o novo cenário de inflação, e os dados do mercado de trabalho, com o Caged e a taxa de desemprego do IBGE, na sexta-feira. Também serão divulgados ao longo da semana o resultado das transações correntes de maio, a leitura do IGP-M e a atualização das expectativas econômicas no Focus desta segunda.
Juros curtos sobem com Selic elevada por mais tempo
A curva de juros segue ajustando os vértices curtos à nova realidade de Selic mais elevada por período prolongado, enquanto os trechos intermediários e longos continuam precificando, ainda que de forma tímida, o início de um ciclo de queda a partir de 2026. A ata do Copom será essencial para validar ou ajustar essa precificação, principalmente após o choque recente no petróleo.
Dólar volátil diante de riscos globais e incertezas fiscais
O câmbio deve refletir a combinação entre o diferencial de juros Brasil-EUA, o aumento da aversão ao risco global e as incertezas fiscais domésticas. O comportamento da moeda americana frente ao real pode ter maior volatilidade, acompanhando os desdobramentos geopolíticos e os discursos de Powell.
Ibovespa pressionado por Selic alta e cenário externo
O Ibovespa inicia a semana pressionado pela elevação da Selic e pelas incertezas externas. O impacto da alta do petróleo tende a beneficiar ações ligadas ao setor de energia, enquanto bancos e empresas domésticas seguem sensíveis ao ambiente de juros elevados e ao noticiário fiscal.
Semana tem ata do Copom, Powell, IPCA-15 e PCE no radar
Principais Eventos da Semana
- Terça (25/06): Ata do Copom e início do testemunho de Powell no Congresso (Câmara)
- Quarta (26/06): Transações correntes (BR) e Powell no Senado
- Quinta (27/06): IPCA-15 (BR), PIB final dos EUA (1º tri) e pronunciamento de Lagarde
- Sexta (28/06): Caged, taxa de desemprego (IBGE), IGP-M e PCE de maio (EUA)
Mercado em alerta com inflação, petróleo e decisões de política monetária
A combinação entre o choque geopolítico no Oriente Médio e o tom mais restritivo do Copom aumenta o nível de incerteza para os ativos locais. O mercado estará particularmente atento à ata do Copom, ao IPCA-15 e ao PCE americano, além de seguir monitorando o comportamento do petróleo e os próximos passos do Fed.
