Taxa Selic e inflação: entenda o impacto nos investimentos

Tempo de leitura: 8 minutos
Dinheiro e gráficos representando a taxa selic e inflação

A taxa Selic e a inflação são dois dos indicadores econômicos mais importantes do Brasil, influenciando diretamente o custo de vida, o poder de compra e, claro, os investimentos.

Mas você sabe como eles funcionam e qual a relação entre eles?

Neste artigo, vamos explorar o que é a taxa Selic, o que é a inflação, como elas se relacionam e, principalmente, como impactam a economia e os seus investimentos.

Se você quer entender como proteger e potencializar seu dinheiro em diferentes cenários econômicos, continue lendo!

O que é a Taxa Selic?

A Taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. 

Ela representa quanto custa tomar dinheiro emprestado na economia e serve como referência para todas as outras taxas de juros praticadas no país, desde empréstimos bancários até os rendimentos de investimentos de renda fixa, como CDBs, Tesouro Direto e LCIs.

Como a taxa Selic funciona?

A Selic é definida em reuniões periódicas do Copom, que ocorrem aproximadamente a cada 45 dias.

Durante essas reuniões, o comitê avalia o cenário econômico, incluindo indicadores como inflação, crescimento do PIB e desemprego, para decidir se mantém, aumenta ou reduz a taxa.

Selic alta

Quando a inflação está acima da meta, o Banco Central aumenta a Selic para desaquecer a economia.

Juros mais altos encarecem o crédito, reduzindo o consumo e os investimentos, o que ajuda a controlar os preços.

Selic baixa

Quando a inflação está controlada, o Banco Central pode reduzir a Selic para estimular a economia.

Juros mais baixos facilitam o crédito, incentivando o consumo e os investimentos.

O que é a inflação?

A inflação é o aumento generalizado e contínuo dos preços de bens e serviços em uma economia ao longo do tempo. 

Ela é medida por índices como o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que acompanha a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços essenciais, como alimentos, transporte, saúde, educação e moradia.

Como a inflação é calculada?

O IPCA, principal indicador de inflação no Brasil, é calculado mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

Ele monitora os preços de itens consumidos por famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos, em regiões metropolitanas e capitais do país.

Outros índices, como o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), também são utilizados para medir a inflação em diferentes contextos.

Causas da inflação

A inflação pode ser causada por diversos fatores, como:

  • Demanda maior que a oferta: quando o consumo aumenta mais rápido que a produção, os preços sobem;
  • Aumento de custos: se os custos de produção (matérias-primas, salários, energia) sobem, as empresas repassam esses aumentos aos preços;
  • Expectativas inflacionárias: se as pessoas e empresas esperam que os preços subam, elas ajustam seus comportamentos (como pedir reajustes salariais ou aumentar preços), o que pode gerar um ciclo inflacionário.

Leia também: Juros e inflação: entenda a dinâmica desses indicadores para capturar oportunidades de investimento

Qual é a relação entre a taxa Selic e a inflação?

A relação entre a taxa Selic e a inflação é um dos pilares da política econômica brasileira.

Esses dois indicadores estão intrinsecamente ligados, e o Banco Central utiliza a Selic como principal ferramenta para controlar a inflação. 

Vamos entender como isso funciona.

Mecanismo de controle

Quando a inflação está acima da meta estabelecida pelo Banco Central (atualmente 3% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual), o Copom (Comitê de Política Monetária) tende a aumentar a taxa Selic.

Esse aumento tem como objetivo desaquecer a economia, reduzindo o consumo e os investimentos. Com menos dinheiro circulando, a pressão sobre os preços diminui, ajudando a controlar a inflação.

Por outro lado, quando a inflação está controlada ou abaixo da meta, o Banco Central pode reduzir a taxa Selic. Juros mais baixos estimulam o crédito, o consumo e os investimentos, aquecendo a economia e promovendo o crescimento.

Efeitos em cadeia

A mudança na taxa Selic gera impactos em cascata na economia:

  • Custo do crédito: juros mais altos encarecem empréstimos, financiamentos e cartões de crédito, reduzindo o poder de compra das famílias e empresas;
  • Rendimentos de investimentos: a Selic influencia diretamente os rendimentos de investimentos de renda fixa, como CDBs, Tesouro Direto e LCIs. Quando a Selic sobe, esses investimentos se tornam mais atrativos;
  • Expectativas do mercado: a taxa Selic sinaliza a direção da política econômica, influenciando as expectativas de consumidores, investidores e empresas.

Equilíbrio delicado

Manter o equilíbrio entre a taxa Selic e a inflação é fundamental para a estabilidade econômica. Se a Selic for mantida alta por muito tempo, pode desacelerar excessivamente a economia, levando ao aumento do desemprego.

Por outro lado, se a Selic for muito baixa em um cenário de inflação alta, pode gerar descontrole nos preços e perda de confiança na moeda.

Dinheiro representando a taxa selic e inflação

Como a taxa Selic e a inflação influenciam a economia do país?

A taxa Selic e a inflação são pilares da política econômica e afetam diversos aspectos da economia. Abaixo, detalhamos os principais impactos.

Controle dos juros

A taxa Selic é a referência para todas as taxas de juros da economia. Quando a Selic sobe, empréstimos e financiamentos ficam mais caros, desestimulando o consumo e os investimentos. 

Além disso, cartões de crédito e cheque especial têm juros mais elevados, impactando o orçamento das famílias.

Quando a Selic cai, o crédito fica mais barato, incentivando o consumo e os investimentos, e os financiamentos imobiliários e pessoais se tornam mais acessíveis.

Escolha dos investimentos

A Selic influencia diretamente os rendimentos de investimentos de renda fixa. Entenda:

  • Com a Selic alta, os investimentos como Tesouro Selic, CDBs e LCIs se tornam mais atrativos, pois oferecem rendimentos maiores;
  • Com a Selic baixa, os investidores tendem a migrar para renda variável, como ações e fundos imobiliários, em busca de retornos mais elevados.

A inflação também impacta a rentabilidade real dos investimentos. Por exemplo: se um CDB rende 10% ao ano, mas a inflação está em 6%, a rentabilidade real é de apenas 4%.

Alteração no câmbio

A taxa Selic influencia o valor da moeda brasileira em relação ao dólar e outras moedas:

  • Selic alta: atrai investidores estrangeiros em busca de retornos maiores, aumentando a demanda por reais e valorizando a moeda;
  • Selic baixa: pode levar à desvalorização do real, especialmente em cenários de instabilidade econômica.

Alterações no mercado financeiro

Mudanças na Selic afetam o mercado de ações e títulos. Ações, por exemplo: empresas sensíveis a juros, como bancos e construtoras, podem ser impactadas diretamente. Juros altos beneficiam bancos, mas prejudicam setores dependentes de crédito.

Além disso, o preço dos títulos prefixados e pós-fixados varia conforme a Selic. Quando a Selic sobe, os títulos prefixados perdem valor no mercado secundário.

Moedas representando a taxa selic e inflação

Controle de preços

A inflação descontrolada leva ao aumento generalizado dos preços, reduzindo o poder de compra da população. 

A taxa Selic é uma ferramenta essencial para manter a inflação dentro da meta, garantindo a estabilidade dos preços e a confiança na economia.

Taxa Selic vs. inflação: qual o impacto nos investimentos?

A taxa Selic e a inflação têm impactos significativos nos investimentos, tanto de renda fixa quanto de renda variável. Abaixo, vamos a fundo para reforçar como cada uma dessas modalidades é afetada.

Renda fixa

Investimentos de renda fixa, como CDBs, LCIs e Tesouro Direto, são diretamente impactados pela taxa Selic. Quando a Selic está alta, esses investimentos oferecem rendimentos mais atrativos. 

Por outro lado, em cenários de Selic baixa, os rendimentos diminuem, e os investidores precisam buscar alternativas.

A inflação também influencia a rentabilidade real dos investimentos de renda fixa. Por exemplo, se um CDB rende 10% ao ano, mas a inflação está em 6%, a rentabilidade real é de apenas 4%.

Renda variável

A renda variável, como ações e fundos imobiliários, tende a se beneficiar de cenários de Selic baixa, pois o custo do crédito fica mais barato, estimulando o crescimento das empresas. 

No entanto, a inflação pode corroer os lucros das empresas, especialmente aquelas com custos operacionais elevados.

Como diversificar os investimentos de acordo com a taxa Selic e a inflação?

Diversificar os investimentos é uma estratégia essencial para se proteger contra os efeitos da taxa Selic e da inflação, dois dos principais indicadores que moldam o cenário econômico.

A chave está em ajustar sua carteira de acordo com as condições do mercado, garantindo que seus investimentos estejam alinhados com seus objetivos e com o contexto macroeconômico.

Selic alta e inflação controlada

Quando a taxa Selic está alta e a inflação está sob controle, os investimentos de renda fixa atrelados à Selic se tornam extremamente atrativos.

Nesse cenário, opções como os CDBs e o Tesouro Selic oferecem rendimentos atrativos, acompanhando de perto os juros altos.

Além disso, vale a pena considerar LCIs e LCAs, que, além de serem atrelados ao CDI, são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas, aumentando ainda mais a rentabilidade líquida.

Essa combinação de segurança e retorno faz da renda fixa a estrela do momento em cenários de Selic elevada.

Selic baixa e inflação controlada

Já em um cenário de Selic baixa e inflação controlada, a renda fixa perde um pouco do brilho, e os investidores tendem a migrar para a renda variável em busca de retornos mais expressivos.

Aqui, ações e fundos imobiliários podem ser excelentes opções, especialmente em setores que se beneficiam de juros baixos, como construção civil e consumo.

No entanto, é importante manter um pé na renda fixa, optando por títulos prefixados ou atrelados ao IPCA, que oferecem proteção contra possíveis aumentos futuros da inflação.

Selic alta e inflação alta

Quando a Selic está alta e a inflação também está elevada, o desafio é proteger o poder de compra do seu dinheiro. Nesse caso, investimentos atrelados ao IPCA, como o Tesouro IPCA+ e CDBs indexados à inflação, são escolhas inteligentes.

Eles garantem que seus rendimentos acompanhem a inflação, preservando o valor real do seu investimento. 

Por outro lado, é melhor evitar títulos prefixados, pois a inflação alta pode corroer seus ganhos reais, especialmente se os juros não forem suficientes para compensar a alta dos preços.

Selic baixa e inflação alta

Em cenários de Selic baixa e inflação alta, a prioridade é buscar ativos que se valorizem com o aumento dos preços. 

Imóveis e commodities, como ouro e petróleo, são exemplos clássicos de investimentos que tendem a performar bem em contextos inflacionários.

Além disso, os fundos multimercados podem ser uma boa alternativa, pois têm a flexibilidade de se adaptar a diferentes cenários econômicos, buscando oportunidades tanto na renda fixa quanto na variável.

Conclusão

Moedas e gráficos representando a taxa selic e inflação

A taxa Selic e a inflação são indicadores fundamentais para entender o cenário econômico e tomar decisões inteligentes sobre seus investimentos. 

Enquanto a Selic influencia os juros e os rendimentos de renda fixa, a inflação impacta o poder de compra e a rentabilidade real dos investimentos.

Para se proteger e aproveitar as oportunidades em diferentes cenários, é essencial diversificar sua carteira e contar com uma instituição financeira de confiança — como o Daycoval Investe!

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