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Você sabe o que é IPCA? Conheça esse importante indicador econômico

Nestes tempos de altas de preços, uma sigla econômica volta a ganhar espaço no noticiário: o IPCA, o índice oficial de inflação do Brasil, que é o \”termômetro\” usado pelo Governo e pelo Banco Central na definição dos juros. Ele impacta diretamente a vida das pessoas de diferentes formas: de reajustes de serviços, preços e contratos à atualização de impostos e até investimentos. Mas afinal, o que é o IPCA?

Para te ajudar a entender um pouco melhor a relação desse índice com as suas compras e investimentos, o time do Banco Daycoval preparou aqui algumas informações.

O que é IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e é usado pelo Banco Central para acompanhar a inflação do país, a partir da variação nos preços. Criado em 1980, ele tem este \”amplo\” no nome por ser muito abrangente: calcula a variação de preços de famílias com renda de até 40 salários mínimos (R$ 48.480 – em valores atualizados). Ou seja, seu objetivo principal é mostrar a variação do custo de vida médio de famílias de todo o Brasil que têm renda mensal de 1 a 40 salários mínimos.

Como é feito o cálculo do IPCA?

Mas como calcular exatamente a variação de preços de uma margem tão grande de pessoas? Para alguns, o peso da alimentação pode ser muito maior que o de turismo, lazer ou educação, por exemplo. Para acabar com estas diferenças, o IPCA mede a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços consumida pela população. E esta cesta é definida pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), também realizada pelo IBGE.

Para chegar ao índice, o IBGE, além de acompanhar a variação dos preços dos produtos que integram a “cesta IPCA”, leva em conta esses preços em diferentes regiões do país. Isso acontece para que o IPCA seja o mais próximo possível da realidade econômica do país, considerando as diferenças de preços regionais. Esse levantamento de preços é feito a cada mês pelo IBGE em estabelecimentos comerciais, domicílios e concessionárias de serviços públicos.

O IPCA é pesquisado nas seguintes cidades e regiões metropolitanas:  Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo e Vitória. São coletados cerca de 430 mil preços de 30 mil locais, sempre do dia 1º ao dia 30 (ou 31) de cada mês, sendo divulgado no começo do mês subsequente.

Mas o IPCA tem \”irmãos\”. O IBGE também divulga o IPCA-15, que é uma prévia do índice oficial, coletado do dia 16 de um mês até o dia 15 do dia subsequente, e o IPCA-E, com cálculo trimestral. Indicadores fundamentais para a manutenção ou mudanças nas decisões econômicas do país.

Como é composta a “cesta do IPCA”?

Atualmente, a cesta do IPCA é constituída da seguinte forma: Alimentação e bebidas (23,12%); Artigos de residência (4,69%); Transportes (20,54%); Comunicação (4,96%); Despesas pessoais (9,94%); Habitação (14,62%); Saúde e cuidados pessoais (11,09%); Vestuário (6,67%) e Educação (4,37%). Tais itens ainda são divididos em outros subitens.

Ao todo, o IPCA mede as variações de preços de 465 subitens alocados dentro dessas categorias.

Por que a variação da inflação é tão importante?

Bom, como já falamos aqui, a variação dos preços monitorados pelo IBGE para a composição desse indicador nos dá um retrato de como está o custo de vida das famílias brasileiras com renda até 40 salários mínimos. Essas variações inflacionárias ajudam o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) na análise de cenários para definir a taxa básica de juros, a Selic. Quando é verificada uma tendência de inflação em alta de forma persistente, o Banco Central costuma intervir e, a partir da elevação da Selic, tentar conter a pressão sobre os preços.

Mas o que faz a inflação subir ou cair?

São diversos fatores, mas tenha em vista que: quanto maior a procura por um produto, com oferta estável ou em queda, o preço desse item deve sofrer essa “pressão” e o valor deve aumentar. No caso dos automóveis, com escassez de componentes, assistimos a uma elevação de preços muito acentuada.

As safras também costumam ter atuação importante. Com o crescimento da produção a oferta aumenta e isso tem impacto no preço final. Por outro lado, quando temos queda de produção com uma demanda estável ou em ascensão, provavelmente teremos elevação nos preços. Como temos um peso importante no consumo de importados no Brasil, a variação do dólar também tem impacto direto.

Vale lembrar que quedas do IPCA de um mês para o outro não necessariamente significarão redução de preços dos produtos, apenas pode indicar que eles apresentaram variações menores.

Mas como essa variação mês a mês impacta na minha renda?

O IPCA mexe exatamente nessa equação, pois o trabalhador só consegue entender se o seu poder de compra cresce, diminui ou fica estável a partir da análise do IPCA. Para não haver perda de ganho real, o salário mínimo precisa ter reposição acima da inflação ou ele estará perdendo seu poder de compra. Por exemplo, em 2021 o IPCA fechou em 10,06%, maior patamar desde 2015, para que não tenha perda de rendimento, o trabalhador precisa ter uma reposição acima disso.

E nos investimentos, qual a importância de acompanhar o IPCA?

Como já destacamos acima, o IPCA é um dos fatores usados pelo COPOM para a definição da taxa Selic. Ou seja, qualquer alteração da taxa básica de juros terá reflexos sobre investimentos e também sobre empréstimos. Portanto, caso tenha investimentos em renda fixa que têm a Selic como base, eles sofrerão impacto direto do IPCA. Entre esses investimentos estão o Tesouro Direito, LCIs e LCAs, CDBs, CDIs e alguns fundos de renda fixa. 

Assim como na relação com os salários, para que os retornos de investimentos signifiquem ganhos de capital, é fundamental que eles rendam mais que o IPCA do período.

Para 2022, segundo mediana das expectativas do Boletim Focus, coletado pelo Banco Central junto aos maiores agentes financeiros do país, o IPCA deve fechar o ano em 5,38%. Se este patamar for atingido, será o segundo ano consecutivo que a inflação medida pelo índice ficará acima da meta do governo. Para este ano o centro da meta é de 3,5%, com 1,5 ponto percentual de tolerância para mais ou para menos, ou seja, até o teto de 5%.

Para saber qual a melhor forma de alocar os seus investimentos com o atual cenário de IPCA e Selic, você pode contar com a ajuda do Daycoval. Acesse nosso simulador de investimentos e fale com um de nossos especialistas. https://www.daycoval.com.br/investimentos/daycoval-digital

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