Após o primeiro encontro de 2023, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou a manutenção da Selic em 13,75%. Este é o quarto encontro em que a taxa permanece inalterada, desde que o BC decidiu interromper o ciclo de altas iniciado em 2021.
O resultado já era esperado pelos economistas. Agora, com base no comunicado divulgado pelo comitê, o mercado acredita que este patamar pode ser mantido por um período mais longo do que o esperado devido à deterioração das expectativas de inflação por incerteza fiscal e o risco de elevação do custo da desinflação.
Contexto internacional
O texto do comunicado menciona temores de uma recessão global e a volatilidades dos ativos financeiros. “O ambiente externo segue marcado pela perspectiva de crescimento global abaixo do potencial no próximo ano, alta volatilidade nos ativos financeiros e um ambiente inflacionário pressionado, embora com sinais mais positivos na margem”.
Apesar disso, também são citados fatores atenuantes, como o relaxamento de restrições sanitárias na economia chinesa, que reduz a possibilidade de novas interrupções nas cadeias de suplementos globais.
Cenário nacional
Já no contexto interno, a avaliação é que os indicadores seguem apoiando um cenário de desaceleração da Selic, mas a inflação continua acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta, com ênfase para a persistência das pressões inflacionárias globais e a incerteza sobre o futuro fiscal do país.