CRA e CRI: entenda o conceito, os riscos e como investir com segurança

Tempo de leitura: 9 minutos
investidores analisando ações representando o CRA e CRI

Resumo do artigo

●     CRA e CRI são títulos de crédito privado vinculados aos setores do agronegócio e imobiliário;

●     Ambos são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas, o que pode aumentar a rentabilidade líquida;

●     São investimentos de renda fixa, com prazos médios e longos, e sem cobertura do FGC;

●     A liquidez é limitada, mas é possível obter rendimentos mais altos que CDBs ou Tesouro Direto;

●     Saiba como investir com segurança em CRA e CRI e descubra se esses ativos combinam com seu perfil.

No cenário atual de juros ainda elevados e busca por diversificação na renda fixa, os CRA e CRI ganham destaque entre investidores que buscam rentabilidade atrativa com isenção de Imposto de Renda.

Mas antes de investir nesses títulos, é importante entender bem como funcionam, quais os riscos envolvidos, as vantagens em relação a outros ativos e, principalmente, como escolher boas oportunidades.

Neste artigo, você vai aprender tudo sobre CRA e CRI de forma clara, com exemplos e orientações práticas para investir com mais segurança, mesmo que esteja começando agora. Boa leitura!

O que é CRI e CRA?

CRI e CRA são títulos de renda fixa emitidos por securitizadoras, com o objetivo de financiar os setores imobiliário e do agronegócio, respectivamente.

A lógica por trás desses papéis é simples: empresas desses setores têm valores a receber em longo prazo (como financiamentos ou vendas parceladas), mas precisam de recursos agora.

Então, esses recebíveis futuros são vendidos para uma securitizadora, que transforma essas dívidas em títulos e os oferece a investidores.

Assim, quem compra CRA ou CRI antecipa o valor completo da operação à empresa e recebe juros como remuneração.

O que é CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários)?

O CRI é vinculado a operações de crédito do setor imobiliário. Pode envolver financiamentos habitacionais, vendas de imóveis comerciais, loteamentos, entre outros. Os recursos captados ajudam as empresas do setor a manterem o fluxo de caixa.

O investidor que aplica em CRI recebe rendimentos periódicos com base no pagamento dos financiamentos imobiliários que compõem a carteira de recebíveis.

O que é CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio)?

O CRA tem estrutura semelhante, mas é voltado ao agronegócio. Pode estar atrelado a contratos de venda futura de grãos, insumos, comercialização de commodities agrícolas ou financiamentos da cadeia agroindustrial.

Como o agronegócio é um dos setores mais fortes da economia brasileira, os CRAs são considerados instrumentos importantes de financiamento privado do campo, ao mesmo tempo em que oferecem boas oportunidades para o investidor.

investidor analisando CRA e CRI pelo celular

Como funcionam os investimentos em CRIs e CRAs?

Investir em CRA e CRI significa se torna credor da estrutura de securitização e depender da adimplência dos devedores originais dos recebíveis. Em troca, você recebe rendimentos que podem ser pagos semestralmente, anualmente ou no vencimento.

Esses títulos podem ter três tipos principais de rentabilidade:

●     Prefixada: com taxa definida na hora da compra (ex: 12% ao ano);

●     Pós-fixada: atrelada a um índice, como o CDI (ex: 100% do CDI);

●     Híbrida: combinação de taxa fixa + inflação (ex: IPCA + 6%).

A rentabilidade contratada será respeitada até o vencimento, desde que a empresa emissora cumpra sua obrigação.

Principais diferenças entre CRIs e CRAs

Embora sejam similares, CRA e CRI possuem algumas diferenças importantes que o investidor deve observar:

 CRICRA
Setor de origemImobiliárioAgronegócio
LastroFinanciamentos e vendas imobiliáriasOperações do setor agroindustrial
Garantias comunsImóveis, recebíveis imobiliáriosSafras, contratos agrícolas, insumos
TributosIsento de IR para PFIsento de IR para PF
RegulaçãoCVMCVM
DemandaAlta em ciclos de crescimento urbanoAlta em safras fortes e exportação

Quem emite CRA e CRI?

Os CRA e CRI são emitidos por securitizadoras, empresas especializadas em converter créditos a receber em títulos negociáveis no mercado.

Essas instituições atuam como ponte entre as empresas que precisam de recursos e os investidores. Elas compram os direitos creditórios, estruturam os papéis (com garantias e prazos), registram na CVM e os distribuem por meio de corretoras ou bancos.

É importante lembrar que CRIs e CRAs não são garantidos pelo FGC, mas muitas emissões contam com garantias reais (como imóveis, colheitas ou recebíveis prioritários).

Quanto rende investir em CRI e CRA?

A rentabilidade dos CRIs e CRAs varia de acordo com o tipo de indexação, o risco da operação e o prazo. Em geral, oferecem retornos mais altos do que outros títulos de renda fixa tradicionais.

Alguns exemplos de retorno:

●     CRI prefixado: 11% a 13% ao ano;

●     CRA híbrido (IPCA+6%): rendimento nominal superior a 10% ao ano;

●     CRI pós-fixado (CDI+1%): varia conforme a Selic.

Como são isentos de IR, a rentabilidade líquida desses títulos costuma superar a de CDBs, LCIs e até mesmo do Tesouro Direto, principalmente em aplicações de médio e longo prazo.

Vantagens e desvantagens

Investir em CRA e CRI pode ser vantajoso, mas é preciso entender os pontos positivos e os riscos envolvidos. Veja abaixo:

Vantagens de investir em CRIs e CRAs

Investir em CRA e CRI pode ser uma estratégia bastante atrativa, especialmente em cenários de juros elevados e busca por isenção fiscal.

Esses títulos de crédito privado oferecem retornos diferenciados e têm ganhado espaço nas carteiras de investidores que buscam diversificação com previsibilidade de ganhos.

Entre as principais vantagens, destacam-se:

●     Isenção de Imposto de Renda para pessoa física, o que aumenta o rendimento líquido do investidor;

●     Remuneração geralmente superior à de outros produtos de renda fixa tradicional;

●     Diversificação de portfólio, com exposição a setores como o imobiliário e o agronegócio;

●     Garantias reais, como imóveis ou safras, que podem estar atreladas à operação;

●     Rendimentos estáveis, com diferentes modalidades (prefixados, pós ou híbridos).

Esses benefícios fazem com que os CRIs e CRAs sejam vistos como instrumentos potentes para quem busca aumentar o potencial da renda fixa com eficiência tributária, desde que alinhados ao perfil e aos objetivos financeiros do investidor.

Desvantagens e riscos

Apesar das vantagens, é importante destacar que CRA e CRI também apresentam riscos e características que não os tornam adequados para todos os perfis.

Entender essas limitações é essencial para tomar uma decisão consciente e evitar surpresas ao longo do tempo de aplicação.

As principais desvantagens e riscos são:

●     Não são cobertos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), o que aumenta a importância de avaliar bem o emissor;

●     Liquidez baixa, com prazos que podem chegar a 10 ou 15 anos, dificultando o resgate antecipado;

●     Risco de crédito, caso o emissor ou a securitizadora não honre o pagamento;

●     Negociação limitada no mercado secundário, o que dificulta a venda antes do vencimento;

●     Demanda por conhecimento técnico, já que exigem leitura de prospecto, análise de garantias e entendimento das estruturas envolvidas.

Por isso, CRIs e CRAs costumam ser mais indicados para investidores com perfil moderado a arrojado, que já possuem uma base sólida em renda fixa tradicional e estão prontos para diversificar com mais estratégia e consciência de risco.

Quais são os riscos de investir em CRI e CRA?

Mesmo sendo investimentos de renda fixa, CRA e CRI apresentam riscos que precisam ser avaliados.

Risco de crédito

É o risco de a empresa ou a securitizadora não pagarem os valores acordados. Como não há FGC, o investidor depende da saúde financeira do emissor e da estrutura da operação.

Para mitigar esse risco:

●     Verifique o rating da emissão (nota dada por agências como Fitch ou Moody’s);

●     Prefira títulos com garantias reais ou regime fiduciário;

●     Avalie o histórico da securitizadora e da empresa emissora.

Risco de liquidez

CRA e CRI costumam ter prazos de 2 a 10 anos. Se o investidor precisar vender o título antes do vencimento, pode não encontrar comprador ou aceitar preço inferior.

Por isso, esses papéis são mais indicados para objetivos de médio e longo prazo, e para investidores que não precisarão do dinheiro no curto prazo.

Descubra como funciona o resgate antecipado no crédito privado e como aproveitar oportunidades mesmo antes do prazo final. Assista o vídeo e confira!

CRA e CRI têm Imposto de Renda?

Não. CRIs e CRAs são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas.

Essa isenção vale tanto para os rendimentos pagos ao longo do prazo (como cupons semestrais) quanto para o valor total recebido no vencimento.

No entanto:

●     O investimento deve ser informado na declaração anual do IR;

●     Instituições podem cobrar taxa de custódia ou administração, mas em muitos casos o Daycoval não aplica essa taxa em operações primárias.

Vale a pena investir?

Sim, CRA e CRI podem valer muito a pena, principalmente para quem busca diversificação, rentabilidade e isenção fiscal.

Eles são indicados para investidores:

●     Com perfil moderado ou arrojado;

●     Que desejam melhor rentabilidade na renda fixa;

●     Dispostos a manter o investimento por um prazo mais longo.

Em momentos de juros altos, como no cenário atual, esses ativos se tornam ainda mais atrativos, pois entregam taxas superiores com menor oscilação.

Como escolher o CRI ou CRA ideal?

Para fazer uma boa escolha, o investidor precisa analisar se o papel está alinhado ao seu perfil de risco, aos seus objetivos financeiros e ao prazo que pretende manter o recurso aplicado.

O primeiro ponto a ser observado é o prazo de vencimento do título. CRIs e CRAs costumam ter vencimentos longos, entre dois e quinze anos.

Isso significa que o valor investido ficará indisponível por um período prolongado, a menos que o investidor consiga vender o papel no mercado secundário, o que nem sempre é fácil, já que a liquidez desses ativos é limitada. Portanto, é essencial avaliar se você pode abrir mão do recurso no curto ou médio prazo.

Outro fator relevante é o tipo de remuneração do papel. Existem CRIs e CRAs prefixados, com taxa fixa definida no momento da compra; pós-fixados, que acompanham índices como CDI ou Selic; e híbridos, que combinam uma taxa fixa com a variação da inflação (como o IPCA).

A escolha dependerá do cenário econômico e das suas expectativas em relação aos juros e à inflação ao longo do tempo.

Também é fundamental analisar o rating do emissor e do próprio título, fornecido por agências de classificação de risco.

Essa nota funciona como um termômetro de confiança, indicando a probabilidade de o emissor honrar os pagamentos.

Títulos com rating mais alto tendem a ser mais seguros, enquanto notas mais baixas exigem mais cautela, mesmo que tragam rentabilidades atrativas.

Além disso, é recomendável investigar quais garantias estão vinculadas à operação. Nos CRIs, é comum que imóveis estejam atrelados como forma de segurança. Nos CRAs, produções agrícolas ou contratos futuros podem servir como garantia.

Outro fator de proteção importante é a presença de regime fiduciário, que separa os ativos da securitizadora e garante que o investidor não será prejudicado caso ela enfrente problemas financeiros.

Como investir em CRI e CRA?

Você pode investir em CRI e CRA de forma simples e segura com o apoio da plataforma Daycoval Investe. Veja o passo a passo:

  1. Abra sua conta gratuita pelo site ou aplicativo Daycoval;
  2. Preencha seu perfil de investidor, informando objetivos e tolerância ao risco;
  3. Acesse a aba de renda fixa e veja as ofertas de CRA e CRI disponíveis;
  4. Leia o prospecto da emissão com todas as condições (prazo, taxa, garantias);
  5. Faça sua reserva durante o período indicado;
  6. Transfira o valor investido e confirme sua ordem;
  7. Acompanhe os rendimentos diretamente pela plataforma.

Conclusão

Se você chegou até aqui, já sabe que CRA e CRI são títulos de crédito privado com alto potencial de rentabilidade e isenção de imposto, ideais para quem deseja diversificar sua carteira e manter estabilidade em momentos de incerteza.

Neste artigo, você aprendeu:

●     O que são CRA e CRI e como funcionam;

●     Diferenças entre eles e quem os emite;

●     Como avaliar riscos, rentabilidade e garantias;

●     Como investir passo a passo com o apoio do Daycoval.

Se você está pronto para investir com segurança e retorno acima da média, conheça as ofertas de CRA e CRI disponíveis na plataforma de investimentos do Daycoval e aproveite as oportunidades da renda fixa privada com isenção de IR e curadoria profissional.

Disclaimer:

Este material foi elaborado pelo Banco Daycoval S.A (“Daycoval”). As informações deste material são apenas informativas e não constituem solicitação, oferta ou recomendação de compra ou venda de ativos financeiros. A rentabilidade pode variar, e o preço pode oscilar rapidamente. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros.

Este material não oferece garantias de desempenho, pois fatores como condições de mercado, cenário macroeconômico e eventos específicos podem afetar os resultados. Investimentos em CRI e CRA não contam com a garantia do FGC. Investimentos em CRI e CRA apresentam baixa liquidez e podem não contar com um mercado secundário ativo.

Em caso de venda antecipada, o preço de negociação pode oscilar significativamente, dependendo das condições de mercado e da avaliação dos ativos subjacentes. Os produtos apresentados neste relatório podem não ser adequados para todos os clientes. É fundamental realizar o processo de suitability para verificar a adequação ao perfil de investidor.

O Banco Daycoval não se responsabiliza por decisões de investimento tomadas com base neste material, nem por prejuízos decorrentes de seu uso. Este material é exclusivo para a rede de relacionamento do Daycoval e não pode ser reproduzido ou redistribuído sem autorização prévia.

A Ouvidoria do Banco Daycoval tem como objetivo atuar de forma independente e imparcial na mediação entre o Banco Daycoval, os clientes e os usuários de seus produtos e serviços e pode ser contatada por meio do telefone: Central de Atendimento 0800 777 0900 ou SAC 0800 775 0500 a disposição nos dias úteis, no horário das 9h às 18h.

ESTA INSTITUIÇÃO É ADERENTE AO CÓDIGO ANBIMA DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO.

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