Dólar mais alto até o final do ano? Entenda o cenário.

Tempo de leitura: 4 minutos

Abril começa com um cenário macroeconômico repleto de desafios e incertezas, tanto no Brasil quanto no exterior.

A política monetária dos Estados Unidos, as tarifas comerciais impostas pelo governo de Donald Trump e as tensões geopolíticas ao redor do mundo são fatores que podem impactar diretamente o comportamento do dólar.

Além disso, a situação fiscal brasileira e a condução da política monetária pelo Banco Central também influenciam as projeções cambiais.

Neste artigo, analisaremos os principais fatores que podem movimentar o câmbio ao longo de abril e o que esperar do dólar nos próximos meses.

Política monetária nos EUA

O Federal Reserve (FED), banco central americano, segue em um dilema: equilibrar o controle da inflação com a necessidade de estimular o crescimento econômico.

Apesar das expectativas de cortes nos juros, a resistência da inflação e a geração de empregos acima do esperado mantêm a autoridade monetária cautelosa.

Caso o FED demore mais tempo para flexibilizar os juros, o dólar pode se manter valorizado frente a outras moedas, incluindo o real.

Isso porque juros mais altos nos EUA tornam os ativos americanos mais atrativos para investidores globais, gerando uma maior demanda pela moeda norte-americana.

Assista ao vídeo completo com as análises de Otávio Oliveira, gerente de tesouraria do Banco Daycoval:

Dólar em alta até o fim do ano? Análise com Otávio Oliveira

Impacto do “tarifaço” de Trump no câmbio

As tarifas comerciais impostas pelo governo de Donald Trump continuam sendo um ponto de atenção no cenário global.

A imposição de barreiras comerciais afeta diretamente os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, como China, México, Canadá e União Europeia, além do Brasil.

Com o aumento das tarifas, as cadeias produtivas globais sofrem impactos que podem levar a uma maior volatilidade cambial.

Se essas tarifas forem expandidas ou intensificadas, o real pode perder força frente ao dólar, resultando em uma cotação mais elevada da moeda americana no Brasil.

Tensões geopolíticas e o mercado cambial

O cenário geopolítico também desempenha um papel importante na determinação do valor do dólar.

Nos últimos meses, os Estados Unidos tentaram intermediar um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia, trazendo esperanças de estabilidade na região.

No entanto, ao mesmo tempo, as tensões no Oriente Médio aumentaram, com maior envolvimento dos EUA em conflitos locais, como a Palestina e o Iêmen.

Esses eventos podem gerar momentos de aversão ao risco no mercado global, fortalecendo o dólar como um ativo de segurança.

Investidores tendem a migrar seus capitais para moedas consideradas mais estáveis em períodos de instabilidade, o que pode impulsionar a valorização do dólar.

O cenário doméstico e as expectativas para o dólar

No Brasil, a condução da política monetária pelo Banco Central segue sendo um fator determinante para a cotação do dólar.

A taxa Selic continua elevada, com previsão de queda ao longo do próximo ano. Em março, houve um aumento da taxa para 14,25% ao ano, e o mercado já projeta uma Selic de 15% até o final de 2025.

Com juros altos, o Brasil atrai capital estrangeiro, o que pode ajudar a conter a desvalorização do real.

No entanto, o descontrole fiscal segue como uma preocupação central, com impactos diretos na confiança dos investidores.

Se houver sinais de deterioração das contas públicas, a pressão sobre o dólar pode aumentar, levando a uma cotação mais alta da moeda americana.

Expectativa para o dólar em abril

Atualmente, o dólar oscila entre R$ 5,70 e R$ 5,80, refletindo os impactos dos movimentos internacionais e das políticas adotadas pelo governo americano.

Analistas de mercado projetam que a moeda pode atingir R$ 5,90 até o final do ano, embora essas previsões possam ser revisadas conforme novos eventos econômicos e políticos se desenrolem.

A volatilidade deve permanecer presente ao longo de 2025, influenciada tanto por fatores internos quanto externos.

A evolução da inflação nos EUA, o posicionamento do FED, as tensões comerciais e geopolíticas e a situação fiscal brasileira serão determinantes para os movimentos do câmbio.

Conclusão

Abril promete ser um mês movimentado para o mercado cambial, com vários fatores exercendo influência sobre a cotação do dólar.

Desde as decisões do FED até os impactos das tarifas comerciais impostas por Trump e as tensões geopolíticas, o cenário segue incerto e desafiador.

No Brasil, a política monetária e fiscal seguirá no radar dos investidores, podendo influenciar a direção da moeda americana.

A previsão é de continuidade da volatilidade, exigindo atenção redobrada por parte dos agentes econômicos e investidores.

Acompanhe as próximas atualizações para entender melhor o comportamento do dólar e como ele pode impactar seus investimentos ao longo do ano.

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