Expectativas para o dólar em outubro. Confira!

Tempo de leitura: 5 minutos

Em outubro, o mercado cambial ganha destaque, com projeções apontando que o dólar pode oscilar entre R$5,30 e R$5,20 ao longo do mês. Essa tendência é influenciada principalmente pelas decisões do Federal Reserve (FED) nos Estados Unidos, tensões comerciais globais e o cenário fiscal brasileiro. Entender como esses fatores atuam é fundamental para investidores que procuram proteger e potencializar seus resultados em meio à volatilidade do câmbio.A análise a seguir é baseada nos comentários de Otávio Oliveira, Gerente de Tesouraria do Banco Daycoval, e reúne os pontos que merecem maior atenção neste momento.

Principais pontos abordados neste artigo:

  • Os principais fatores globais e locais que influenciam a cotação do dólar;
  • Como decisões do FED e indicadores econômicos norte-americanos podem impactar o câmbio;
  • Efeitos de tensões comerciais e geopolíticas sobre mercados emergentes, incluindo o Brasil;
  • O papel do cenário fiscal brasileiro na confiança dos investidores e no valor do real;
  • As perspectivas para novos fluxos de capital e volatilidade até o final de 2025;
  • O que observar para tomar decisões mais seguras, aproveitando oportunidades e gerenciando riscos no mercado cambial.

Quer entender como esses fatores podem mexer com o seu portfólio? Siga a leitura para conferir a análise completa sobre as expectativas da moeda americana para outubro.

Para uma abordagem completa dos cenários e suas consequências na carteira dos investidores, vale conferir o vídeo completo:

Federal Reserve e a política monetária dos EUA

O movimento global do dólar é fortemente determinado pelas decisões tomadas em Washington. As sinalizações de cortes na taxa básica pelo Federal Reserve ocupam o centro do debate e são acompanhadas atentamente por investidores de todo o mundo. Projeções apontam que cortes na taxa de juros americana até o fim do ano podem enfraquecer o dólar, criando um ambiente propício para a valorização de moedas emergentes, como o real.

Quando o FED reduz juros, diminui-se a atratividade dos títulos do tesouro americano, considerados investimentos de máxima segurança, levando investidores internacionais a buscar mercados que ofereçam retornos mais elevados. O Brasil, com a taxa Selic em patamar ainda superior ao de grandes economias, destaca-se para operações de carry trade, onde o objetivo é capturar o diferencial de juros.

Caso essas condições se concretizem, o dólar tende a testar níveis mais baixos em outubro, situando-se na faixa entre R$5,30 e R$5,20. Essa evolução, porém, exige confirmação do ciclo de cortes pelo FED e a ausência de choques inesperados no mercado externo ou local. Falas do banco central americano que reflitam uma postura mais restritiva podem modificar o cenário rapidamente.

A importância dos indicadores econômicos americanos

As decisões do Federal Reserve são pautadas por indicadores que retratam a saúde da economia norte-americana, especialmente inflação e emprego. O índice de preços ao consumidor (CPI) e o índice de preços ao produtor (PPI) são acompanhados de perto, pois inflação persistente acima da meta pode postergar cortes nos juros ou até mesmo estimular a manutenção do patamar atual, fortalecendo o dólar.

O relatório de emprego (Payroll) também exerce influência fundamental. A robustez na criação de empregos e o aquecimento do mercado de trabalho são visto com dupla ótica: demonstram economia forte, mas também pressionam salários, podendo reacender expectativas inflacionárias. Caso indicadores de emprego e inflação venham acima do esperado, o mercado tende a reprecificar suas apostas para juros, o que eleva a volatilidade e pode valorizar novamente a moeda americana frente ao real.

A volatilidade resultante dessas divulgações costuma ser imediata, afetando o câmbio ao longo do mês de maneira significativa.

Tensões comerciais e geopolítica: fatores de risco persistentes

Questões geopolíticas e disputas comerciais permanecem no radar como riscos que turbam o câmbio. As relações dos Estados Unidos com seus principais parceiros, como a China e o Brasil, permanecem instáveis. Um exemplo recente foi a implementação de tarifas de até 50% sobre itens brasileiros, impactando mercados e elevando o apetite por proteção.

O foco internacional principal, no entanto, segue nas negociações entre EUA e China. Escaladas nas tensões comerciais entre essas economias podem comprometer cadeias globais de suprimentos, esfriar o crescimento mundial e elevar a demanda por ativos considerados refúgios, caso do dólar. Nessas situações, moedas emergentes estão mais suscetíveis a quedas.

Por outro lado, avanços e relaxamentos nesses conflitos tendem a favorecer ativos de risco, fortalecendo o real. O desenrolar desse cenário será determinante para o comportamento cambial no mês de outubro.

O cenário brasileiro e seus fatores de influência

O contexto doméstico brasileiro exerce papel decisivo sobre o câmbio, especialmente quando associado ao ambiente internacional.

A questão fiscal no centro do debate

A condução das contas públicas permanece no foco dos investidores. Discursos e atitudes do governo federal são avaliados sob a ótica do compromisso com a responsabilidade fiscal. Ruídos sobre elevação de gastos ou flexibilização de metas trazem incerteza, pressionam o risco-país e tendem a desvalorizar o real.

Em contrapartida, avanços em reformas estruturais, sinalizações de controle de gastos e cumprimento de metas fiscais fortalecem a credibilidade do Brasil, permitindo entrada de recursos externos e ajudando a estabilizar (ou até valorizar) a moeda nacional.

Política monetária do Banco Central do Brasil

O Banco Central tem nas mãos instrumentos importantes para o equilíbrio do real. Diante de indícios de inflação resistente, a estratégia pode ser a manutenção ou o adiamento de cortes mais relevantes na Selic. Com taxas elevadas no Brasil e queda nos juros dos EUA, o diferencial de juros se amplia, tornando o mercado local mais atraente e contribuindo para limitar a valorização do dólar frente ao real.

O fator político: eleições de 2026 no horizonte

O noticiário político já embute expectativas para as eleições presidenciais de 2026, ainda que distantes. Pesquisas de intenção de voto e índices de rejeição dos possíveis candidatos já começam a influenciar o comportamento do mercado, alimentando volatilidade cambial, nos juros e na bolsa, especialmente em cenários de incerteza ou polarização.

Conclusão: como se posicionar diante desse cenário?

O comportamento do dólar em outubro deve ser, sobretudo, reflexo das decisões do Federal Reserve e das posições fiscais adotadas no Brasil. Se confirmados cortes de juros nos EUA e mantida a taxa Selic elevada, pode haver maior entrada de fluxo estrangeiro e consequentemente uma redução na cotação do dólar para os patamares de R$5,30 a R$5,20.

Ainda assim, episódios de volatilidade não estão descartados e exigem cautela. Geopolítica, cenário fiscal local e expectativas para as eleições de 2026 permanecem no radar dos investidores, tornando diversificação e gestão de risco medidas imprescindíveis.

Para acompanhamento contínuo e estratégias personalizadas, conte com o Banco Daycoval. Nossos especialistas atuam de forma proativa para identificar oportunidades e oferecer soluções adequadas ao seu perfil e objetivos.

Acompanhe as análises do time Daycoval. Abra sua conta e invista com quem entende de câmbio e mercado financeiro.

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