
O Tesouro Direto é uma das opções de investimento mais populares no Brasil porque oferece acessibilidade e boa rentabilidade — ideal para investidores que buscam uma forma de diversificar suas aplicações financeiras.
No entanto, como boa parte dos ativos do mercado financeiro, é importante se atentar à aplicação do imposto sobre os rendimentos do tesouro direto. Portanto, vale a pena entender como funciona a tributação sobre o produto.
E sabe por quê? Ao aprender quais são os impostos que incidem sobre esse tipo de aplicação (e quanto isso vai impactar os rendimentos do investimento) ajuda a calcular corretamente os rendimentos líquidos (após impostos) e entender o impacto da tributação e evitar surpresas na hora do resgate.
Por isso, neste artigo, vamos explicar detalhadamente quais são os impostos incidentes, suas alíquotas, como ocorre o recolhimento e como declarar corretamente no Imposto de Renda. Boa leitura!
Sumário
Toggle- Quais são os impostos sobre Tesouro Direto?
- Outras taxas cobradas no Tesouro Direto
- Como funciona o Imposto de Renda sobre o Tesouro Direto?
- Como funciona o IOF sobre Tesouro Direto?
- Como pagar menos imposto sobre Tesouro Direto?
- Afinal, vale a pena investir no Tesouro Direto mesmo com impostos?
- Como investir no Tesouro Direto?
- Conclusão
Quais são os impostos sobre Tesouro Direto?
Os investimentos no Tesouro Direto estão sujeitos principalmente ao Imposto de Renda (IR) e ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Além desses tributos, existem algumas taxas operacionais que também precisam ser consideradas para uma análise precisa da rentabilidade — e sobre as quais falaremos adiante.
Entenda um pouco mais sobre os impostos sobre o Tesouro Direto logo a seguir.
Imposto de Renda (IR)
O Imposto de Renda é aplicado O Imposto de Renda incide apenas sobre os rendimentos dos títulos do Tesouro Direto, enquanto o IOF é cobrado em resgates feitos nos primeiros 30 dias sobre os rendimentos obtidos com os títulos do Tesouro Direto. Ele segue uma tabela regressiva, ou seja, quanto mais tempo o dinheiro permanecer investido, menor será a alíquota aplicada.
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
O IOF incide apenas em resgates realizados nos primeiros 30 dias após a aplicação. A alíquota é regressiva, partindo de 96% no primeiro dia até chegar a 0% no 30º dia.
Saiba mais: Como funciona o Tesouro Direto? Saiba se vale a pena investir!
Outras taxas cobradas no Tesouro Direto
Além dos impostos citados acima, é importante considerar taxas que impactam diretamente o retorno do investimento:
- Taxa de custódia: cobrada pela B3, atualmente é de 0,20% ao ano sobre o valor total investido, mas há isenção para aplicações no Tesouro Selic até R$ 10 mil. Ela cobre a manutenção dos títulos no sistema;
- Taxa de administração: algumas corretoras podem cobrar essa taxa, mas muitas oferecem isenção para atrair investidores. Verifique se sua corretora aplica essa taxa.
Leia também: Como comparar investimentos? Veja dicas e estratégias neste guia
Como funciona o Imposto de Renda sobre o Tesouro Direto?
O Imposto de Renda é cobrado apenas sobre os rendimentos dos títulos e segue uma tabela regressiva. Isso significa que, quanto mais tempo o investidor mantiver o investimento, menor será a alíquota aplicada.
Quando ocorre a cobrança do IR?
O Imposto de Renda (IR) no Tesouro Direto é aplicado automaticamente em situações específicas, dependendo da movimentação dos investimentos. Essa cobrança segue uma lógica regressiva, ou seja, quanto maior o tempo de investimento, menor será a alíquota cobrada. Vamos entender os momentos em que a tributação acontece:
Resgate antecipado
No resgate antecipado do Tesouro Direto, IR é cobrado sobre o rendimento positivo, não sobre o valor total investido. A tributação segue a tabela regressiva do IR para renda fixa, o que significa que quanto mais tempo o dinheiro ficar investido, menor será o imposto. Confira a tabela no próximo tópico.
Vencimento
Quando o título atinge a data final e é liquidado automaticamente, a cobrança do IR incide sobre os ganhos obtidos. Caso um Tesouro IPCA+ tenha gerado rendimentos de R$ 3 mil ao longo do período de aplicação, a alíquota correspondente será descontada nesse momento.
Pagamento de cupons de juros
Títulos como o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais pagam rendimentos periódicos, e o IR é cobrado a cada pagamento. Se o cupom semestral for de R$ 500, o imposto será deduzido dessa quantia antes de ser creditado ao investidor.
Quais são as alíquotas do IR?
A tributação do Tesouro Direto segue uma tabela regressiva, com alíquotas que variam de acordo com o período em que o investimento foi mantido. Veja a tabela abaixo:
Prazo de Aplicação | Alíquota de IR |
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 a 360 dias | 20% |
De 361 a 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15% |
Essa estrutura visa incentivar os investimentos de longo prazo. Por exemplo: um investidor que mantiver um título por mais de dois anos terá uma tributação de 15%, enquanto uma aplicação com resgate antes de 180 dias será tributada em 22,5%.
Como é feito o recolhimento do IR?
O recolhimento do IR sobre os investimentos no Tesouro Direto é automático e realizado pela própria instituição financeira que intermedia a operação, como bancos ou corretoras. Esse processo elimina a necessidade de o investidor emitir guias ou realizar pagamentos manuais. Funciona assim:
- Ao vender um título antes do vencimento, o sistema da instituição calcula e desconta automaticamente o valor do imposto sobre o lucro obtido;
- No caso de vencimento do título, o recolhimento ocorre no momento da liquidação;
- Para cupons de juros, como nos títulos semestrais, a tributação também é descontada automaticamente antes do valor ser creditado na conta do investidor.
Um exemplo para ilustrar a situação: se você tem um título que gerou um rendimento de R$ 1.000 e sua alíquota de IR aplicável é de 15%, será descontado R$ 150 antes que o restante dos rendimentos seja depositado.
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Como declarar o Tesouro Direto no IR?
Declarar o Tesouro Direto no Imposto de Renda é obrigatório, mesmo que você não tenha realizado resgates durante o ano. Veja o passo a passo:
- Rendimentos: declare os rendimentos na aba “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva” do programa da Receita Federal. Insira o valor total dos rendimentos tributáveis informados no informe de rendimentos fornecido pela instituição financeira;
- Posição dos títulos: informe os títulos que você possui o código 45 (“Aplicações de Renda Fixa – Títulos Públicos”) na ficha “Bens e Direitos”. Selecione o código específico de acordo com o tipo de título (Tesouro Selic, Tesouro IPCA+, etc.). Inclua a descrição do título, a data de aquisição e o saldo em 31 de dezembro do ano anterior;
- Instituição financeira: informe o CNPJ da instituição custodiante (B3) e o nome do banco ou corretora.
Exemplo: suponha que você tenha R$ 15 mil investidos no Tesouro Selic em 31 de dezembro. No campo de descrição, detalhe que se trata de um título público federal com data de aquisição em 2024 e inclua o saldo exato informado no informe de rendimentos.
Declarar corretamente seus investimentos garante que você esteja em conformidade com a Receita Federal e evita problemas futuros.
Como funciona o IOF sobre Tesouro Direto?
O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incide sobre os rendimentos de aplicações financeiras, incluindo o Tesouro Direto, mas apenas em situações específicas. Esse imposto é aplicável quando o investidor realiza o resgate dentro dos primeiros 30 dias após a aplicação.
Por que o IOF é cobrado?
O objetivo do IOF é desestimular retiradas precoces de aplicações financeiras, incentivando investimentos de médio e longo prazo. No caso do Tesouro Direto, se você mantiver seu investimento por mais de 30 dias, não haverá incidência desse imposto sobre os rendimentos.
Quando ocorre a cobrança do IOF?
A cobrança do IOF acontece exclusivamente nos primeiros 30 dias após a aplicação. Caso o investidor realize resgates durante esse período, a alíquota aplicada será proporcional ao número de dias em que o dinheiro permaneceu investido.
Exemplo: se você investir R$ 10 mil no Tesouro Selic e resgatar após 10 dias com um rendimento de R$ 100, o IOF será calculado sobre essa rentabilidade, conforme a alíquota regressiva aplicável ao décimo dia.
Após o 30º dia, não há cobrança de IOF, mesmo que você decida vender o título antes do vencimento.
Quais são as alíquotas do IOF?
O IOF segue uma tabela regressiva:
- 96% no primeiro dia;
- Redução gradual até 0% no 30º dia.
Como é feito o recolhimento do IOF?
Assim como o Imposto de Renda, o IOF é recolhido automaticamente pela instituição financeira intermediária, seja um banco ou uma corretora.
- Resgate antecipado: se você vende um título dentro dos primeiros 30 dias, a instituição financeira calcula e deduz automaticamente o IOF antes de creditar o valor na sua conta;
- Isenção após 30 dias: se a venda ocorre após esse prazo, não há qualquer retenção de IOF, simplificando a movimentação dos seus investimentos.
Exemplo: se você tem um título que gerou R$ 200 em rendimentos e decide resgatar após 10 dias, com uma alíquota de 75%, será descontado R$ 150 de IOF sobre os rendimentos.
Como pagar menos imposto sobre Tesouro Direto?
Embora não seja possível evitar totalmente os impostos, algumas estratégias ajudam a minimizar a carga tributária:
- Invista a longo prazo: quanto mais tempo o dinheiro permanecer investido, menor será a alíquota do IR;
- Planeje seus resgates: evite resgatar títulos antes de 30 dias para não pagar IOF;
- Escolha títulos adequados: avalie se títulos prefixados ou indexados ao IPCA são mais vantajosos para seus objetivos;
- Prefira corretoras sem taxa de administração: isso aumenta a rentabilidade líquida.
Afinal, vale a pena investir no Tesouro Direto mesmo com impostos?
Sim, mesmo com a incidência de impostos, o Tesouro Direto continua sendo uma opção para investidores que buscam diversificação na renda fixa.
Os títulos públicos apresentam risco extremamente baixo, pois são garantidos pelo Governo Federal e permitem uma ampla variedade de estratégias de investimento. Além disso, a possibilidade de escolher entre diferentes prazos e tipos de indexação permite que cada investidor encontre uma opção alinhada ao seu perfil.
A tributação não deve ser encarada como um fator impeditivo, mas sim como uma variável que precisa ser considerada no planejamento financeiro.
Com estratégias inteligentes, como o investimento a longo prazo e a escolha de corretoras sem taxas de administração, é possível maximizar os rendimentos e tornar essa modalidade de investimento ainda mais vantajosa.
O Tesouro Direto também se destaca pela praticidade, já que os títulos podem ser adquiridos de forma totalmente online e com valores acessíveis. Além disso, a liquidez dos títulos, principalmente do Tesouro Selic, oferece maior flexibilidade para quem precisa de uma reserva de emergência.
Como investir no Tesouro Direto?
Investir no Tesouro Direto é um processo simples e acessível, ideal para investidores de todos os níveis de experiência. Aqui no Daycoval, basta abrir uma conta de investimento e falar com assessor.
Conclusão
Entender como funciona a tributação sobre os investimentos no Tesouro Direto é fundamental para planejar suas finanças de forma eficiente. Embora os impostos possam reduzir os rendimentos, eles não comprometem a atratividade dessa modalidade de investimento, que continua sendo uma das mais acessíveis do mercado.
Com planejamento e uma boa estratégia, é possível minimizar a carga tributária e potencializar os ganhos.
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