Mercados emergentes: entenda o potencial e os desafios de investir nessas economias

Tempo de leitura: 8 minutos
pessoas andando nas ruas e gráficos ilustrativos ao fundo, ilustrando a importância dos mercados emergentes

Você provavelmente já ouviu falar que os mercados emergentes são uma grande oportunidade para investidores que buscam diversificação e crescimento acima da média. Mas será que eles realmente valem o risco?

O que você precisa saber sobre mercados emergentes:

●     Mercados emergentes são países em desenvolvimento com crescimento acelerado, mas também com maior volatilidade;

●     Representam cerca de 40% do PIB global e atraem trilhões em investimentos internacionais;

●     Oferecem vantagens como consumo interno crescente, recursos naturais e mão de obra jovem;

●     Porém, trazem riscos ligados à instabilidade política, flutuações cambiais e menor transparência;

●     Entre os principais mercados emergentes estão Brasil, Índia, China, África do Sul e os novos integrantes do BRICS expandido;

●     Existem diversas formas de investir: fundos, ETFs, ações, renda fixa internacional e carteiras globais.

Neste artigo, vamos nos aprofundar sobre o que são mercados emergentes, suas características, oportunidades e riscos, além de como investir e quais tendências moldam o futuro dessas economias. Boa leitura!

O que são mercados emergentes?

Mercados emergentes são economias em transição, assim não são mais considerados países subdesenvolvidos, mas ainda não possuem a solidez econômica, política e institucional das nações desenvolvidas.

Em geral, apresentam:

●     Crescimento econômico acelerado, impulsionado por industrialização e expansão do consumo;

●     Mercado interno robusto, com aumento da renda e da classe média;

●     Atração de capital estrangeiro, já que empresas globais buscam se instalar nessas regiões;

●     Infraestrutura em desenvolvimento, ainda em processo de modernização.

Exemplos clássicos incluem Brasil, Índia, México, Turquia e Indonésia, que passaram a ocupar papéis estratégicos na economia mundial.

Principais características de mercados emergentes

Os mercados emergentes possuem alguns pontos em comum que ajudam a defini-los:

●     Crescimento acima da média mundial: historicamente, essas economias avançam mais rápido do que os países desenvolvidos;

●     Volatilidade elevada: estão mais expostos a crises políticas, instabilidade cambial e mudanças econômicas;

●     Demografia favorável: população jovem, aumento da urbanização e expansão da classe média;

●     Dependência de commodities: muitos países emergentes ainda têm forte base em petróleo, minérios e agricultura;

●     Instituições em consolidação: sistemas jurídicos e políticos em amadurecimento, o que pode gerar incertezas.

Essas características são o que tornam os mercados emergentes tão atraentes e desafiadores ao mesmo tempo.

O que os mercados emergentes representam para a economia mundial?

Os mercados emergentes já não podem ser vistos como atores coadjuvantes: eles são parte essencial da economia global.

●     Peso econômico: hoje respondem por mais de 40% do PIB mundial;

●     Comércio internacional: são grandes exportadores de commodities e produtos industriais;

●     Fluxos de capital: atraem investidores estrangeiros que buscam maior retorno;

●     Inovação e tecnologia: Índia e China, por exemplo, são hubs de tecnologia e produção em larga escala.

Ignorar os mercados emergentes significa ignorar uma fatia relevante da economia global e das oportunidades de crescimento.

Quais as vantagens de investir em mercados emergentes?

Investir em mercados emergentes pode ser estratégico por vários motivos:

●     Potencial de valorização: retornos historicamente superiores aos mercados desenvolvidos;

●     Diversificação internacional: dilui riscos de manter uma carteira concentrada apenas em economias desenvolvidas;

●     Consumo em expansão: aumento da classe média cria demanda por habitação, serviços financeiros, educação e tecnologia;

●     Recursos naturais: muitos países emergentes têm abundância de petróleo, gás, minérios e alimentos;

●     Demografia favorável: população jovem e ativa, o que impulsiona inovação e crescimento produtivo.

E as desvantagens dos mercados emergentes?

Apesar do grande potencial de crescimento, investir em mercados emergentes envolve riscos importantes que não podem ser ignorados.

Esses riscos ajudam a explicar por que os retornos podem ser maiores, já que refletem a necessidade de compensar a volatilidade.

Risco político e institucional

Um dos maiores desafios dos mercados emergentes é a instabilidade política. Mudanças repentinas de governo, adoção de políticas populistas, corrupção ou crises institucionais podem afetar diretamente a confiança do investidor.

Países com sistemas jurídicos frágeis ou pouca previsibilidade nas regras econômicas tendem a apresentar maior risco.

Por exemplo, alterações súbitas em legislações tributárias ou restrições a capitais estrangeiros podem reduzir a atratividade dos investimentos.

Instabilidade cambial

As moedas de países emergentes são mais voláteis frente ao dólar, euro ou iene. Uma desvalorização abrupta pode corroer ganhos e, em alguns casos, até gerar perdas significativas, mesmo quando o investimento local apresenta bons resultados.

Esse risco é ainda maior em países dependentes de commodities ou com balanços de pagamento frágeis.

Para o investidor internacional, proteger-se do câmbio é uma necessidade, mas nem sempre há instrumentos eficientes e de baixo custo disponíveis.

Baixa liquidez em alguns mercados

Outro desafio é a liquidez limitada. Em comparação com mercados desenvolvidos, muitas bolsas de valores ou mercados de títulos em países emergentes ainda têm baixo volume de negociação.

Isso significa que, em momentos de crise ou de saída de capital em massa, pode ser difícil vender ativos rapidamente sem sofrer perdas relevantes no preço. Essa característica exige visão de longo prazo e maior tolerância ao risco.

Dependência de commodities

Grande parte dos mercados emergentes tem sua economia fortemente atrelada à exportação de commodities, como petróleo, minério de ferro, soja, cobre, entre outros.

Isso os torna altamente vulneráveis a choques nos preços internacionais. Uma queda brusca no valor do petróleo, por exemplo, pode desestabilizar países produtores, afetando sua moeda, contas públicas e crescimento econômico. Essa dependência reduz a previsibilidade dos resultados de investimento.

Transparência e governança limitadas

Em muitos mercados emergentes, a governança corporativa ainda é um ponto de atenção. Empresas podem apresentar balanços pouco detalhados, práticas contábeis frágeis ou baixa transparência nas decisões.

Além disso, órgãos reguladores em alguns países não têm a mesma independência e rigor que em mercados maduros. Isso aumenta o risco de fraudes, distorções e até de crises financeiras locais causadas por má gestão.

Risco de eventos externos

Além dos fatores internos, os mercados emergentes também sofrem forte influência de eventos externos, como decisões do Federal Reserve (Fed) nos EUA.

Um aumento nas taxas de juros americanas, por exemplo, pode provocar fuga de capitais desses países, derrubando bolsas e desvalorizando moedas. Ou seja, mesmo economias em expansão podem sofrer com choques globais.

setas coloridas de papel representando os mercados emergentes

Principais mercados emergentes

A seguir, alguns dos mercados emergentes mais relevantes e estratégicos atualmente:

●     Brasil: gigante agrícola e mineral, além de mercado consumidor robusto;

●     Índia: líder em tecnologia, serviços e inovação, com população jovem em crescimento;

●     China: já considerada economia intermediária, continua sendo motor global, especialmente no setor industrial;

●     África do Sul: porta de entrada para o continente africano, com destaque para mineração e energia;

●     México: próximo aos EUA, é forte em manufatura e exportações;

●     Indonésia: potência asiática em ascensão, com população jovem e recursos naturais;

●     Arábia Saudita e Emirados Árabes: emergentes ricos em petróleo, mas investindo fortemente em diversificação.

BRICS expandido

O bloco BRICS, antes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, passou a incluir outros países, como:

●     Arábia Saudita;

●     Irã;

●     Egito;

●     Emirados Árabes Unidos;

●     Etiópia.

Essa expansão aumenta a relevância geopolítica e econômica do grupo, que já representa mais de 45% da população mundial.

Histórico e expansão do BRICS

O agrupamento conhecido como BRICS teve origem em 2001, quando o economista Jim O’Neill, então responsável pela pesquisa econômica global do Goldman Sachs, cunhou o termo “BRIC” (composto por Brasil, Rússia, Índia e China) para destacar países emergentes com potencial de crescimento acima da média global.

Sua tese pioneira foi acertada, visto que entre 2000 e 2009, essas economias emergentes ultrapassaram em ritmo de crescimento os mercados desenvolvidos.

A partir daí, os líderes desses países começaram a se reunir com mais frequência. Em 2009, ocorreu a primeira cúpula formal em Ecaterimburgo (Rússia).

No ano seguinte, em 2010, a África do Sul foi oficialmente acrescentada ao grupo, transformando o acrônimo em BRICS.

Durante anos, o bloco operou com cinco membros centrais, mas em 2023, durante a 15ª Cúpula em Joanesburgo, uma revolução foi anunciada: foram convidados seis novos países (Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos).

Dessas nações, Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos confirmaram adesão plena em 1º de janeiro de 2024, elevando o número de membros do bloco de cinco para nove.

Além disso, o formato BRICS+ começou a ganhar força: no encontro de 2024 em Kazan (Rússia), o bloco passou a incluir 13 países parceiros, com status de parceria próxima, como Algeria, Belarus, Bolívia, Cuba, Indonésia, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Turquia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.

E, em janeiro de 2025, a Indonésia tornou-se oficialmente o primeiro membro do Sudeste Asiático a ingressar integralmente no BRICS.

Essa expansão não foi apenas numérica, ela ampliou substancialmente a representatividade do grupo. Estima-se que o BRICS+ hoje reúna cerca de 50% da população mundial e represente mais de 45% do PIB global em termos nominais, elevando seu peso econômico e geopolítico perante instituições tradicionais.

A expansão também reflete intenções estratégicas claras: consolidar uma ordem global mais multipolar, reduzindo a dependência de instituições ocidentais como FMI e Banco Mundial, e fortalecendo a cooperação entre países em desenvolvimento.

Leia também: Ações internacionais: o que são, opções de destaque e como investir

Como investir em mercados emergentes?

Existem diferentes formas de acessar os mercados emergentes:

●     ETFs internacionais: fundos de índice que replicam carteiras de ações de países emergentes;

●     Fundos de investimento globais: com alocação específica em ações ou títulos desses países;

●     Ações estrangeiras: via BDRs (no Brasil) ou corretoras internacionais;

●     Títulos de dívida soberana: emitidos por governos emergentes, com risco e retorno diferenciados;

●     Fundos multimercados: que mesclam ativos de diferentes regiões, incluindo emergentes.

A escolha depende do seu perfil de investidor e dos objetivos de longo prazo.

O futuro dos mercados emergentes: oportunidades e desafios

Os próximos anos trazem oportunidades e riscos para os mercados emergentes:

●     Digitalização e tecnologia: países como Índia e China devem continuar na vanguarda;

●     Transição energética: emergentes ricos em petróleo buscam diversificação em energias renováveis;

●     Geopolítica: tensões internacionais podem abrir espaço para maior cooperação entre emergentes;

●     Mudanças climáticas: impacto direto em países dependentes de agricultura e recursos naturais;

●     Atração de capital estrangeiro: dependerá da capacidade de manter estabilidade e credibilidade institucional.

O equilíbrio entre risco e retorno continuará sendo o grande desafio.

Conclusão

Neste artigo, você aprendeu o que são mercados emergentes, suas principais características, vantagens e desvantagens, os países que compõem esse grupo, o papel estratégico do BRICS e as formas de investir nesse segmento.

tela de tablet com mapa mundi e gráfico ilustrativo, representando os mercados emergentes

Os mercados emergentes continuarão sendo peças-chave para a economia global e para investidores que buscam diversificação e crescimento acima da média.

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Os cenários estão sujeitos a variações de mercado e podem se alterar de acordo com as condições econômicas, políticas e outros fatores alheios ao controle da Instituição. Para fins de verificação da adequação do perfil do investidor aos serviços e produtos de investimento oferecidos pelo Banco Daycoval, é utilizado a metodologia de adequação por produto, nos termos das Regras e Procedimentos ANBIMA e do Código ANBIMA de Distribuição de Produtos de Investimento.

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