
O que você precisa saber:
● Rebate é uma comissão paga pelas gestoras de fundos às corretoras ou plataformas que distribuem os produtos;
● Essa taxa está embutida na taxa de administração dos fundos e pode impactar a rentabilidade final do investidor;
● A CVM regulamenta o rebate e exige maior transparência na sua aplicação desde a Resolução CVM 175 (2023);
● O rebate pode ser devolvido ao investidor em algumas plataformas, prática em crescimento no mercado;
● Modelos de remuneração como fee based evitam conflitos de interesse e são mais transparentes;
● Entender como funciona o rebate ajuda você a tomar decisões mais conscientes e a evitar custos ocultos nos seus investimentos.
Saber o que é rebate pode ser o divisor de águas entre investir com consciência e acabar arcando com custos ocultos.
Essa taxa, ainda pouco conhecida por boa parte dos investidores, está presente em muitos fundos de investimento e pode afetar diretamente sua rentabilidade.
Neste artigo, você vai entender como o rebate funciona, por que ele gera discussões sobre transparência e como se proteger de possíveis conflitos de interesse. Boa leitura!

Sumário
ToggleO que é rebate?
Rebate é uma taxa de comissão que a gestora de um fundo paga à plataforma ou corretora responsável pela distribuição do produto.
Em outras palavras, é uma forma de remuneração para o intermediário que colocou o fundo à disposição do investidor.
Essa taxa não é cobrada diretamente de quem aplica o dinheiro, mas está embutida na estrutura de custos do fundo, ou seja, influencia a rentabilidade líquida que chega até você.
Por isso, entender o funcionamento do rebate é essencial para tomar decisões mais conscientes ao investir.
O termo vem do inglês e significa “reembolso” ou “devolução”. No universo financeiro, porém, ele representa uma “comissão de distribuição”.
O valor varia de fundo para fundo e também de acordo com o modelo de remuneração da instituição que intermedeia a aplicação.
Como funciona a taxa de rebate?
A taxa de rebate funciona como um acordo entre a gestora do fundo e a instituição que oferece esse fundo ao investidor final.
A gestora cobra uma taxa de administração pelo serviço prestado. Parte dessa taxa é devolvida (ou “rebateada”) à corretora ou banco que disponibilizou o produto.
Imagine que você investiu em um fundo com taxa de administração de 1,5% ao ano. Desse total, a gestora pode reter 0,5% e repassar 1% à corretora como rebate.
Isso significa que, embora você não veja essa comissão de forma direta, ela está sendo paga indiretamente com parte da sua rentabilidade.
Em alguns modelos de negócios, essa taxa pode ser revertida ao investidor, uma prática que vem ganhando força com o aumento da transparência e com a atuação de fintechs que oferecem esse benefício como diferencial competitivo.
Regulamentação da CVM sobre a taxa de rebate
Nos últimos anos, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) tem intensificado sua atuação para garantir mais transparência na forma como as taxas de rebate são aplicadas. A intenção é proteger o investidor e minimizar conflitos de interesse.
A norma mais importante nesse contexto é a Resolução CVM 175, que substituiu a Instrução CVM 555 e entrou em vigor em 2023.
Essa regulamentação trouxe novas obrigações para gestores e distribuidores de fundos de investimento, principalmente no que diz respeito à divulgação e à devolução do rebate ao investidor.
Novas regras
Entre as mudanças mais relevantes trazidas pela nova regra, destacam-se:
● Transparência total: os distribuidores agora precisam deixar claro qual valor estão recebendo de rebate;
● Devolução possível: a regulamentação permite que parte ou a totalidade do rebate seja devolvida ao investidor, caso a instituição queira adotar esse modelo;
● Conflito de interesse em destaque: qualquer recomendação de produto precisa deixar claro se há benefício financeiro envolvido para o distribuidor.
Essas medidas visam tornar o mercado mais justo, principalmente para investidores iniciantes, que muitas vezes não percebem que parte da sua rentabilidade pode estar sendo comprometida por uma comissão invisível.
Qual o valor do rebate?
O valor do rebate pode variar bastante. Em média, ele representa de 0,5% a 1,5% ao ano da taxa de administração do fundo. No entanto, em fundos com taxas mais altas ou produtos mais sofisticados, esse valor pode ultrapassar 2%.
Cálculo do valor
Vamos a um exemplo prático:
● Você investe R$ 100 mil em um fundo com taxa de administração de 2% ao ano;
● Desse total, 1,5% vai para a gestora e 0,5% é repassado à corretora como rebate;
● Na prática, isso significa que R$ 500 por ano da sua rentabilidade são usados para remunerar a corretora.
Esse cálculo pode parecer pequeno em valores absolutos, mas ao longo de anos e com o efeito dos juros compostos, pode fazer uma diferença significativa no retorno final do investimento.

Como é cobrada a taxa de rebate?
A taxa de rebate não é cobrada diretamente do investidor. Ela está diluída na taxa de administração e no desempenho do fundo.
Isso torna o custo “invisível” para quem aplica, o que pode gerar uma falsa sensação de isenção de taxas.
Por isso, é fundamental avaliar a estrutura de custos de um fundo antes de investir, e, sempre que possível, consultar o Documento de Informações Essenciais (DIE) ou o prospecto do fundo, onde essas informações devem estar detalhadas.
O rebate em fundos de investimento
Os fundos de investimento são os principais produtos onde a taxa de rebate aparece. Quanto maior a taxa de administração do fundo, maior tende a ser o valor de rebate pago ao distribuidor.
Esse modelo é mais comum em fundos multimercado, fundos de ações e fundos de previdência, especialmente aqueles com alto valor de captação.
Em contrapartida, fundos com taxa de administração mais enxuta costumam pagar rebates menores, ou até mesmo nenhum.
Esse aspecto torna o rebate um ponto de atenção para investidores que buscam fundos passivos ou com gestão mais barata, como é o caso dos ETFs (Exchange Traded Funds), que geralmente têm estrutura de custos muito mais competitiva.
Por que essa taxa pode gerar conflitos de interesse?
O principal problema do rebate é que ele pode gerar um conflito entre o interesse do investidor e o da instituição que distribui o produto.
Como a remuneração do distribuidor depende da taxa de rebate, há o risco de ele recomendar fundos com maior rebate, e não necessariamente os mais adequados ao perfil do cliente.
Isso não significa que toda instituição que recebe rebate atua de forma inadequada. No entanto, a existência dessa taxa exige mais atenção do investidor e mais transparência das plataformas.
Devolução do rebate
Uma tendência crescente no mercado é a devolução total ou parcial do rebate ao investidor. Essa prática vem sendo adotada por algumas corretoras e plataformas independentes como estratégia de diferenciação.
A devolução do rebate pode ocorrer de duas formas:
● Automática: o valor é creditado diretamente na conta do investidor;
● Descontada: o rebate é descontado da taxa de administração que o investidor pagaria, reduzindo o custo efetivo do investimento.
Seja qual for o modelo, o importante é que o investidor fique atento a esse detalhe ao escolher sua plataforma de investimentos.
Modelos de remuneração do mercado financeiro
Existem diferentes formas de remunerar os serviços prestados por instituições financeiras e assessores de investimento. Compreender esses modelos ajuda a entender o papel do rebate dentro desse contexto.
Fee based
O modelo fee based é uma forma de remuneração em que o investidor paga diretamente pelo serviço prestado, sem comissões ocultas ou atreladas à venda de produtos específicos.
Nele, o profissional é remunerado por uma taxa fixa ou proporcional ao patrimônio administrado, independentemente dos ativos escolhidos para compor a carteira.
Essa estrutura vem ganhando espaço no mercado justamente por favorecer a transparência e reduzir potenciais conflitos de interesse.
Entre as principais características do modelo fee based, podemos destacar:
● Transparência nos custos: o investidor sabe exatamente quanto está pagando pelo serviço, sem surpresas embutidas nos produtos;
● Alinhamento de interesses: como a remuneração não depende do produto vendido, o profissional tende a buscar as melhores opções para o perfil do cliente;
● Independência na recomendação: há mais liberdade para indicar ativos com menores taxas ou maior retorno esperado, mesmo que não ofereçam comissões;
● Previsibilidade de custos: especialmente para quem investe valores mais elevados, o modelo fee based permite planejamento financeiro com base em taxas previamente acordadas.
Esse modelo é bastante utilizado por assessores autônomos, planejadores financeiros e gestoras independentes que priorizam uma relação mais consultiva com o cliente.
Para investidores que valorizam autonomia e clareza nas cobranças, o fee based pode ser uma excelente alternativa.
Commission based
Já o modelo commission based se baseia na remuneração por comissões pagas por terceiros, normalmente gestoras, corretoras ou distribuidoras de produtos financeiros.
É nesse cenário que entra o rebate, pois o profissional recebe uma porcentagem da taxa de administração dos fundos ou outros ativos recomendados.
Esse formato ainda é amplamente utilizado no mercado brasileiro, especialmente por grandes instituições.
As principais características desse modelo incluem:
● Remuneração indireta: o investidor não paga diretamente pelo serviço; o pagamento é feito pelas gestoras por meio de comissões;
● Maior capilaridade no mercado: por ser mais acessível, esse modelo permite que mais investidores iniciem sua jornada com apoio profissional;
● Incentivo à venda de produtos com maior rebate: pode haver uma tendência de priorizar ativos que geram maior comissão, mesmo que não sejam os mais adequados;
● Menor previsibilidade de custos: como o valor da comissão depende do produto, o investidor pode não saber exatamente o quanto está pagando.
Apesar das críticas, o modelo commission based não é, por si só, negativo. Ele pode ser benéfico, especialmente quando o assessor atua com ética, clareza e foco no cliente.
A grande chave está na transparência, pois ao saber que o profissional é comissionado, o investidor pode fazer perguntas mais assertivas, comparar alternativas e entender se a recomendação realmente atende seus objetivos.


Conclusão
Neste artigo, você entendeu o que é o rebate, como essa taxa funciona e quais impactos ela pode ter nos seus investimentos, principalmente em fundos de investimento.
Vimos também como a regulamentação da CVM está atuando para aumentar a transparência e como a devolução do rebate pode beneficiar o investidor.
Agora que você sabe como essa comissão pode influenciar sua rentabilidade, é importante avaliar os custos envolvidos antes de escolher um fundo.
O investidor bem informado é aquele que olha além da rentabilidade e considera também os custos invisíveis do mercado financeiro.
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