Taxa de câmbio: o que é, como funciona e qual o impacto nos seus investimentos

Tempo de leitura: 7 minutos
pessoa usando calculadora no celular para saber taxa de câmbio

A taxa de câmbio é um daqueles termos que aparecem todos os dias no noticiário econômico, mas nem sempre são compreendidos em profundidade.

Se você investe ou pretende começar, entender como a taxa de câmbio funciona, e, principalmente, o impacto do câmbio nos investimentos, é indispensável para tomar decisões mais seguras e rentáveis.

A variação cambial influencia diretamente o preço de ativos no Brasil e no exterior, mexe com a inflação, com o poder de compra e com a valorização ou desvalorização de empresas e commodities.

Saber como o câmbio é determinado, o que influencia sua cotação e como proteger seus investimentos em tempos de volatilidade pode fazer toda a diferença para o seu bolso.

Neste guia completo, vamos explicar o que é a taxa de câmbio, como ela é calculada, o que influencia, seus impactos na economia e nos seus investimentos. Você também vai conhecer estratégias para lidar com flutuações cambiais com mais segurança. Boa leitura!

O que é a taxa de câmbio?

A taxa de câmbio é o valor de uma moeda em relação a outra. Ela indica quantas unidades de uma moeda nacional são necessárias para comprar uma unidade de moeda estrangeira.

No Brasil, a taxa de câmbio mais conhecida é a do dólar americano: por exemplo, se R$ 5,00 equivalem a US$ 1,00, a taxa de câmbio é 5.

Essa taxa é importante porque afeta diretamente o preço de tudo que compramos do exterior (como combustíveis, eletrônicos e alimentos), além de influenciar o valor de investimentos, lucros de empresas exportadoras e importadoras e até o turismo internacional.

Como essa taxa funciona?

A taxa de câmbio é determinada por diversos fatores econômicos e políticos, e pode variar diariamente conforme as condições de mercado.

Existem dois tipos principais de câmbio:

●     Câmbio comercial: utilizado em transações entre países, como importação, exportação e remessas;

●     Câmbio turismo: aplicado a compras de moeda estrangeira por pessoas físicas (como viagens ou cartão internacional).

A cotação da moeda estrangeira flutua segundo a oferta e demanda no mercado cambial. Quando há muita procura por dólar, por exemplo, seu valor sobe em relação ao real e quando há sobra de moeda americana, o valor tende a cair.

O que influencia na taxa de câmbio?

Diversos fatores influenciam o comportamento da taxa de câmbio. Os principais são:

●     Política monetária e fiscal: taxas de juros altas tornam um país mais atrativo para investimentos externos, aumentando a demanda pela moeda local;

●     Inflação: países com inflação controlada tendem a manter uma moeda mais forte;

●     Crescimento econômico: economias em expansão atraem mais capital estrangeiro;

●     Estabilidade política: incertezas políticas afastam investidores, depreciando a moeda local;

●     Fluxo comercial: superávits na balança comercial fortalecem a moeda nacional, enquanto déficits pressionam o câmbio para cima;

●     Risco Brasil: quanto maior o risco percebido pelo mercado, maior a exigência de retorno e maior a fuga para moedas fortes como o dólar.

Esses fatores se combinam e mudam diariamente, o que faz com que a taxa de câmbio seja altamente volátil em determinados momentos.

Cálculo da taxa de câmbio

O cálculo da taxa de câmbio envolve a divisão entre o valor de uma moeda e o valor de outra.

Assim, se 1 dólar vale R$ 5,00, a fórmula é:

1 USD = R$ 5,00

Portanto: Taxa de câmbio USD/BRL = 5,00

O valor pode ser diferente entre a compra e a venda da moeda, já que as instituições financeiras adicionam margens ao operar.

Tipos de regimes cambiais

Os regimes cambiais definem o grau de intervenção do governo na determinação da taxa de câmbio.

Os principais são:

●     Câmbio fixo: o governo define e mantém uma taxa fixa entre a moeda local e uma estrangeira. Requer grandes reservas cambiais;

●     Câmbio flutuante: o valor da moeda é determinado livremente pelo mercado, conforme oferta e demanda;

●     Câmbio flutuante sujo (ou administrado): o governo permite a flutuação, mas intervém ocasionalmente no mercado para evitar distorções bruscas. Este é o regime adotado no Brasil.

Qual a diferença entre taxa de câmbio nominal e real?

●     Taxa de câmbio nominal: é o valor direto entre duas moedas, como R$ 5,00 por US$ 1,00;

●     Taxa de câmbio real: leva em conta o poder de compra de ambas as moedas, ajustado pela inflação.

Por exemplo, se o real e o dólar mantêm uma taxa nominal estável, mas a inflação no Brasil é maior que nos EUA, o poder de compra do real diminui, o que significa que a taxa real está se desvalorizando.

Esse conceito é essencial para avaliar se uma moeda está “cara” ou “barata” em termos de competitividade internacional.

Como a taxa de câmbio impacta a economia?

O câmbio tem efeitos amplos sobre a economia. Abaixo, resumimos os principais impactos:

●     Inflação: o dólar alto encarece produtos importados, pressionando a inflação (ex: combustíveis, eletrônicos, trigo);

●     Balança comercial: uma moeda desvalorizada torna os produtos nacionais mais baratos no exterior, favorecendo exportações;

●     Competitividade: empresas exportadoras se beneficiam, enquanto importadoras sofrem;

●     Custo de vida: viagens, educação e compras no exterior ficam mais caras com a alta do câmbio;

●     Dívidas externas: empresas e governo com dívidas em dólar podem enfrentar aumento no custo com a valorização da moeda americana.

Assim, a taxa de câmbio impacta desde a política econômica até o dia a dia do consumidor.

Qual o impacto do câmbio nos investimentos?

O impacto do câmbio nos investimentos é significativo, principalmente para quem possui ativos dolarizados, aplica em fundos internacionais ou investe em empresas com exposição ao comércio exterior.

Fundos cambiais

Os fundos cambiais aplicam majoritariamente em ativos atrelados a moedas estrangeiras (como dólar ou euro).

●     Para que servem? São usados como proteção (hedge) contra a desvalorização do real;

●     Como funcionam? Acompanham a oscilação da moeda estrangeira: se o dólar sobe, o fundo tende a render positivamente;

●     Indicação: recomendados em cenários de instabilidade política ou econômica, quando o real tende a se desvalorizar.

Ações

Empresas com receita em dólar, como exportadoras de commodities (Vale, Suzano, JBS), se beneficiam com a alta do dólar.

Já companhias importadoras ou com endividamento em moeda estrangeira (aéreas, varejistas, transportes) sofrem com a desvalorização do real.

Por isso, entender o perfil cambial das empresas é essencial para montar uma carteira de ações equilibrada.

Investimentos no exterior

Investimentos diretos no exterior (como comprar ações da Apple ou títulos do Tesouro americano) expõem o investidor à variação cambial.

Se o dólar subir, o retorno em reais aumenta. Mas se cair, pode haver perda cambial. Por isso, é importante acompanhar o cenário macroeconômico e usar hedge quando necessário.

Commodities

As commodities (minério, soja, petróleo, ouro) são precificadas em dólar no mercado internacional.

Assim, quando o dólar se valoriza frente ao real, o preço em reais dessas commodities sobe, beneficiando empresas produtoras e investidores em fundos setoriais.

O câmbio, portanto, tem uma forte influência sobre o setor de recursos naturais como um todo.

Como lidar com as flutuações cambiais?

Lidar com as oscilações do câmbio exige planejamento, informação e estratégias adequadas. Abaixo, listamos três formas principais de proteger seus investimentos.

Acompanhamento do mercado

Fique atento aos movimentos econômicos que influenciam o câmbio:

●     Decisões do Banco Central (Selic);

●     Taxa de juros nos EUA;

●     Indicadores de inflação e crescimento;

●     Noticiário político e eventos internacionais.

A leitura constante do cenário permite antecipar tendências e ajustar sua carteira.

Diversificação de investimentos

Diversificar é essencial para diluir riscos, inclusive o cambial. Combine:

●     Ativos em real e em dólar;

●     Renda fixa e variável;

●     Brasil e exterior.

Essa estratégia ajuda a equilibrar ganhos e perdas, especialmente em períodos de instabilidade.

Hedge

O hedge é uma técnica usada para proteger o patrimônio de variações negativas. No caso do câmbio, isso pode ser feito por meio de:

●     Fundos cambiais;

●     Compra de dólar futuro;

●     Alocação parcial em ativos internacionais.

O hedge não visa ganho, mas sim a preservação do valor dos investimentos diante da volatilidade cambial.

Quer saber como investir com segurança mesmo em cenários de alta do dólar ou de instabilidade no mercado global?

Conheça a plataforma Daycoval Investe e veja como diversificar sua carteira com fundos cambiais, ativos internacionais, renda fixa atrelada ao dólar e muito mais, com orientação especializada.

investidora usando calculadora para calcular taxa de câmbio

Conclusão

Neste artigo, você entendeu o que é a taxa de câmbio, como ela funciona e qual o impacto do câmbio nos investimentos.

Vimos que:

●     A taxa de câmbio reflete o valor de uma moeda em relação à outra;

●     Varia conforme fatores como juros, inflação, risco e comércio exterior;

●     Afeta diretamente a inflação, o custo de vida, a competitividade e os investimentos;

●     O câmbio impacta ativos como fundos cambiais, ações, commodities e aplicações no exterior;

●     É possível se proteger com acompanhamento, diversificação e estratégias de hedge.

Dominar esse tema é essencial para quem investe. Afinal, o dólar, o euro ou qualquer outra moeda forte pode ser vilão ou aliado, dependendo do seu conhecimento e preparo.

Se você quer montar uma carteira à prova de volatilidade cambial, com orientação profissional, conheça as opções disponíveis no Daycoval Investe.

Disclaimer:

Este material foi elaborado pelo Banco Daycoval S.A. (“Daycoval”). As informações aqui contidas têm caráter exclusivamente informativo e não devem ser consideradas como recomendação de investimento ou oferta de compra ou venda de quaisquer valores mobiliários.

Os produtos de investimentos mencionados neste material podem não ser adequados para todos os investidores. Recomenda-se que os investidores obtenham orientação financeira, compatível com seu perfil de investidor, antes de tomar decisões de investimento.

O Daycoval não se responsabiliza por quaisquer decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou de seu conteúdo.

A Ouvidoria do Banco Daycoval tem como objetivo atuar de forma independente e imparcial na mediação entre o Banco Daycoval, os clientes e os usuários de seus produtos e serviços e pode ser contatada por meio do telefone: Central de Atendimento 0800 777 0900 ou SAC 0800 775 0500 a disposição nos dias úteis, no horário das 9h às 18h.

ESTA INSTITUIÇÃO É ADERENTE AO CÓDIGO ANBIMA DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO.

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