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Inflação em queda: como ficam os investimentos em renda fixa?

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em -0,29% em setembro. A queda foi puxada principalmente pela forte redução de impostos sobre combustíveis e telefonia, além da queda dos preços do petróleo no exterior.

Este é o terceiro mês consecutivo que o país registra deflação, ou seja, inflação negativa, fato que não ocorria desde 1998. Também foi a maior queda do IPCA para o mês de setembro desde o início da série histórica, em 1994.

Os maiores impactos negativos do índice vieram dos seguintes grupos: transportes – com recuo de 1,98%, comunicação e alimentação e bebidas – com quedas de 2,08% e 0,51%, respectivamente.

Com isso, quem tem títulos de renda fixa atrelados à inflação na carteira de investimentos pode ter levado um susto com a rentabilidade negativa da aplicação.

Mas, a boa notícia é que o movimento de queda deve ser temporário e não há motivos para entrar em pânico.

O que acontece com os títulos?

Tanto os títulos do Tesouro Direto como outros investimentos em renda fixa, como CDB, LCI, LCA, CRI, CRA e Debêntures que seguem o IPCA, podem ter apresentado rendimentos negativos nos últimos meses.

Isso ocorre porque a parcela pós-fixada do retorno do título é ajustada para baixo em caso de deflação. A atualização é realizada com base no valor nominal atualizado (VNA), que é calculado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e indica o preço de um título caso seu vencimento ocorresse no dia.

Contudo, isso não quer dizer que o preço do título no mercado irá cair necessariamente, já que tem também a parte prefixada da rentabilidade do papel, combinada no momento da realização da aplicação.

Outro ponto é que se o juro cair abaixo do que o mercado está precificando no dia, o papel pode se valorizar por conta da marcação a mercado. Geralmente, títulos de longo prazo prefixados e atrelados ao IPCA se valorizam quando as taxas de juros caem. Isso devido aos prefixados terem correlação negativa com a taxa de juros do mercado, significando que quando os juros caem, o prefixado se valoriza. Já quando os juros sobem, há uma desvalorização do papel.

Sendo assim, vale verificar se o preço dos papéis está sendo mais impactado pela deflação ou pela taxa prefixada negociada no mercado secundário.

Inflação em queda temporária

Ainda que uma possível desvalorização dos investimentos assuste em um primeiro momento. É preciso ter em mente que a tendência é que esse seja um movimento temporário e dure no máximo até o fim do ano.

A atual deflação foi puxada pela redução de impostos em itens como gasolina, etanol e energia elétrica, e não deve persistir.

O investidor deve analisar o indicador de uma perspectiva anual e não mensal. A inflação acumulada no ano é de 4,09% e nos últimos 12 meses, de 7,17%, números que ainda são considerados atrativos pelos analistas. Por isso, o indicado é manter na carteira os papéis que são atrelados ao IPCA.

Por se tratar de um movimento apenas no curto prazo, os especialistas afirmam que não há alteração nas recomendações atreladas à inflação. Afinal, esses títulos oferecem proteção contra um novo movimento inflacionário e tendem a ser mais rentáveis diante de cortes na Selic.

De acordo com o Relatório Focus (publicação online divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central do Brasil), a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 11,25% ao ano. Para 2024 e 2025, as projeções são de 8,00% e 7,75%, respectivamente.

Segundo os especialistas, é recomendado adquirir títulos prefixados ou híbridos quando os juros estão altos e vender quando ficam mais baixos.

Como a expectativa é que as taxas recuem nos próximos meses, o ideal é não vender os papéis agora, pois com a queda dos juros, os investidores podem se beneficiar e negociar seus títulos com ganhos mais expressivos, como aconteceu no último ciclo de queda de juros.

Além disso, títulos indexados à inflação são recomendados para o horizonte de médio/longo prazo, pois o dinheiro possui valor no tempo e, caso haja qualquer evento adverso que impacte o mercado ocasionando uma alta abrupta da inflação, o investidor alocado nesse segmento, além de ter o seu capital aplicado protegido dos efeitos que diminuem o poder de compra, também obterá o chamado ganho real (ganho acima da inflação).

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