Juros dos Estados Unidos: como afetam seus investimentos

Tempo de leitura: 5 minutos
Prédio nos EUA representando os juros estados unidos

As decisões do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, sobre a taxa de juros têm efeitos globais. Ou seja: cada mudança influencia desde o câmbio até os fluxos de investimento em economias emergentes como a brasileira. 

Com os recentes movimentos de alta nos juros dos Estados Unidos, você tem que entender como essas mudanças afetam a inflação, o dólar e, consequentemente, seus investimentos.

Neste artigo, explicamos o que são os juros básicos dos EUA, como eles são definidos e quais os impactos para o Brasil, especialmente em relação a investimentos como Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e ativos de renda fixa.

O que são os juros básicos nos EUA e quem os define?

A taxa básica de juros dos Estados Unidos, chamada Federal Funds Rate, é o principal instrumento de política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central americano. 

Ela define o custo do empréstimo entre bancos comerciais e serve como referência para todas as outras taxas de juros da economia, incluindo crédito, hipotecas e títulos públicos.

O Federal Open Market Committee (FOMC) é o órgão do Fed responsável por definir a taxa de juros em reuniões periódicas.

Seus membros avaliam indicadores como inflação (PCE e CPI), emprego e crescimento econômico para decidir entre elevar, reduzir ou manter os juros.

E por que o Fed ajusta os juros?

  • Com a inflação alta: ocorre o aumento dos juros (para desacelerar consumo e investimentos);
  • Com a economia fraca: há o corte dos juros (para estimular empréstimos e gastos).

Qual é o panorama recente da política monetária americana?

O Fed mantém uma postura cautelosa após um ciclo agressivo de altas de juros entre 2022 e 2024, quando a taxa básica subiu de 0,25% para 5,50% — o maior patamar desde 2001.

Foi no ano passado, inclusive, que o Fed interrompeu os aumentos e manteve os juros em 5,25%-5,50%, aguardando maior desaceleração da inflação.

Já em janeiro de 2025, a taxa de inflação anual nos EUA subiu para 3%, que ficou um ponto percentual acima da meta, que era de 2%.

Como resultado, o Fed sinalizou possíveis cortes — mas com efeito prático apenas no 2º semestre, dependendo de empregos e também da atividade econômica.

Dólares representando os impactos dos juros estados unidos

Qual é a atual taxa de juros dos Estados Unidos?

Em abril de 2025, a Federal Funds Rate permanece no intervalo de 5,25% a 5,50%, mantida pelo Fed desde julho de 2023. Confira o comparativo histórico recente:

AnoTaxa de juros (máxima)Contexto
20224,50%Início do ciclo de alta contra inflação
20235,50%Pico do aperto monetário
20245,50%Fed pausa aumentos
20255,50%Expectativa de cortes no 2º semestre

Como a taxa de juros dos Estados Unidos impacta os mercados globais e o Brasil?

A política monetária dos EUA funciona como um “termômetro” da economia global, influenciando desde o fluxo de capitais até o comércio internacional.

Com os juros americanos ainda em patamares elevados (5,25%-5,50%), os impactos no Brasil são variados. Entenda quais são!

Efeito no câmbio e inflação

  • Dólar forte: juros altos nos EUA atraem investidores, aumentando a demanda pelo dólar e pressionando o real (BRL);
  • Inflação importada: produtos como combustíveis e eletrônicos ficam mais caros, impactando o IPCA.

Impacto no mercado de capitais

  • Fuga de recursos: ativos americanos (como títulos do Tesouro) se tornam mais atrativos, reduzindo investimentos em mercados emergentes, incluindo a B3;
  • Ações brasileiras: empresas exportadoras (commodities) se beneficiam do câmbio desfavorável, enquanto as importadoras e endividadas em dólar sofrem pressão.

Dívida externa e crédito

  • Governo e empresas com dívidas em dólar enfrentam custos maiores de rolagem;
  • O crédito internacional fica mais caro, afetando investimentos em infraestrutura e expansão.

Como os juros dos EUA afetam os investimentos dentro e fora do Brasil?

Para quem investe, os juros dos Estados Unidos influenciam — e muito — as suas escolhas. Se os juros dos EUA caírem, os títulos brasileiros podem se tornar mais atraentes.

Na Bolsa de Valores, setores sensíveis a juros (como construção civil) podem sofrer, enquanto exportadores (mineração, agro) tendem a se beneficiar.

Bandeira dos EUA representando os juros estados unidos

Já os FIIs de papel e outros fundos lastreados em títulos (CRI, LCI) podem ter volatilidade até a definição do ciclo de cortes do Fed.

Fora do Brasil, os títulos de longo prazo (como os de 10 anos) do Tesouro americano podem valorizar se o Fed cortar juros.

Além disso, setores de tecnologia e growth stocks tendem a se recuperar com juros menores.

Por que os investidores precisam acompanhar a taxa de juros americana?

Quando o Fed muda sua política monetária, os efeitos se espalham por todo o mercado financeiro.

No Brasil, isso impacta diretamente o câmbio — juros altos nos EUA fortalecem o dólar e pressionam o real, afetando tanto quem investe no exterior quanto quem tem ativos em reais. 

E mais: os movimentos do Fed influenciam onde o capital internacional vai circular: juros altos atraem dinheiro para os EUA, reduzindo a liquidez em mercados emergentes como o nosso. 

Quem acompanha essas mudanças consegue antecipar riscos e oportunidades, ajustando sua carteira antes das grandes oscilações do mercado.

Como os investidores podem ajustar as suas estratégias em diferentes cenários?

Tudo depende da direção que o Fed decidir tomar.

Se os juros se mantiverem altos para controlar a inflação, a estratégia deve priorizar proteção: aumentar a exposição em dólar por meio de ETFs como o IVV, focar em commodities e preferir FIIs de tijolo (shoppings e galpões logísticos) que são menos sensíveis às taxas.

Nesse cenário, títulos prefixados de longo prazo podem ser arriscados. 

Por outro lado, se o Fed começar a cortar juros porque a economia desacelera, vale a pena migrar para títulos públicos longos (que se valorizam com a queda das taxas), aumentar posições em ações de crescimento (especialmente tecnologia) e reconsiderar FIIs de papel, que tendem a performar melhor em ciclos de juros baixos.

O que observar nas próximas decisões do Fed (Federal Reserve)?

As atenções devem estar voltadas para três fatores principais: inflação, emprego e atividade econômica. 

O indicador PCE Core (a medida preferida de inflação pelo Fed) precisa mostrar sinais consistentes de aproximação da meta de 2%. Os relatórios de emprego (NFP) também são importantes — se mostrarem fraqueza no mercado de trabalho, aumentam as chances de cortes. 

Por fim, qualquer sinal de desaceleração no PIB americano pode acelerar a mudança na política monetária. 

As próximas reuniões do FOMC em junho e julho serão especialmente importantes, pois podem trazer novas projeções econômicas e sinais mais claros sobre o timing dos cortes de juros.

Investidores devem acompanhar essas datas e os comunicados pós-reunião para ajustar suas estratégias. E se precisar de auxílio de especialistas e de uma análise constante com as transformações do mercado, venha conferir todos os diferenciais do Daycoval Investe!

Conclusão

A taxa de juros dos EUA é um fator decisivo para os investimentos no Brasil e no mundo. Seja no câmbio, nos fluxos de capital ou no desempenho de diferentes classes de ativos, as decisões do Fed exigem atenção constante. 

Com possíveis cortes de juros no horizonte, o momento é de cautela e preparação. Diversificar a carteira, acompanhar os indicadores econômicos e ajustar estratégias conforme os cenários serão essenciais para navegar nesse ambiente.

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