Recessão econômica: o que é e como acontece

Tempo de leitura: 8 minutos
imagem ilustrativa de seta vermelha caindo, representando a recessão econômica. Ao fundo, estão moedas espalhadas.

Você já ouviu falar em recessão econômica, mas não sabe exatamente o que isso significa na prática? Quando os jornais falam sobre PIB encolhendo, desemprego subindo ou consumo caindo, estão se referindo a um cenário preocupante que afeta diretamente a vida das pessoas.

A recessão econômica reflete na dificuldade de encontrar trabalho, nos preços mais altos dos alimentos, no fechamento de empresas e até na redução dos investimentos no país. E, em 2025, o assunto volta ao centro das discussões, com projeções de crescimento fraco e alertas de risco emitidos por economistas.

Neste artigo, você vai entender o que é recessão, por que ela acontece, como afeta o seu bolso e o que esperar da economia brasileira neste ano. Boa leitura!

O que é recessão econômica?

Recessão econômica é o termo usado para descrever um período de retração na atividade econômica de um país. Tecnicamente, ela é identificada quando o Produto Interno Bruto (PIB) apresenta queda por dois trimestres consecutivos, indicando que o volume de bens e serviços produzidos diminuiu.

Essa retração pode ter várias causas e impacta diferentes setores da economia, afetando diretamente o emprego, a renda da população e a confiança dos investidores.

Na prática, quando há recessão:

●     O consumo das famílias diminui;

●     As empresas vendem menos e cortam custos;

●     O desemprego aumenta;

●     O governo arrecada menos impostos;

●     O crédito fica mais difícil e caro.

Ou seja, todos sentem os efeitos, da microempresa à grande indústria, do autônomo ao investidor.

Quais são as principais causas da recessão econômica?

A recessão econômica pode ter diferentes origens, que se combinam ou se intensificam conforme o contexto de cada país. Veja a seguir as principais causas:

Queda no consumo e nos investimentos

A base de qualquer economia saudável é o equilíbrio entre produção, consumo e investimento. Quando consumidores passam a gastar menos e as empresas reduzem suas aplicações em crescimento ou inovação, o ciclo econômico desacelera rapidamente.

Essa retração pode ser causada por diferentes fatores, como a inflação elevada, que corrói o poder de compra; expectativas negativas sobre o futuro, que aumentam a propensão à poupança em detrimento do consumo; juros altos, que encarecem o crédito; e queda na renda, que limita o acesso a bens e serviços.

Do lado das empresas, incertezas no ambiente de negócios e baixa demanda fazem com que planos de expansão sejam adiados ou cancelados.

Esse freio no consumo e no investimento é um dos primeiros sinais de que a economia está esfriando, e, se persistir, pode levar a uma recessão em cadeia, afetando emprego, arrecadação e confiança geral.

Aumento das taxas de juros

Em períodos de inflação alta, é comum que o Banco Central eleve a taxa básica de juros (Selic) como forma de conter o consumo e estabilizar os preços. No entanto, essa estratégia tem efeitos colaterais relevantes sobre a atividade econômica.

Quando os juros sobem, o crédito fica mais caro tanto para consumidores quanto para empresas.

Financiamentos de veículos, imóveis ou capital de giro passam a ter parcelas maiores, e isso reduz a disposição para tomar empréstimos ou fazer compras de maior valor. Ao mesmo tempo, a rentabilidade da renda fixa aumenta, incentivando o público a poupar em vez de gastar.

Embora seja uma ferramenta importante de política monetária, o aumento exagerado ou prolongado dos juros pode desacelerar tanto o consumo quanto os investimentos, dois pilares essenciais do crescimento, e assim precipitar ou aprofundar uma recessão econômica.

Crises políticas ou institucionais

Mesmo com fundamentos econômicos estáveis, um país pode mergulhar em recessão se enfrentar crises políticas ou institucionais graves.

A instabilidade no ambiente político reduz a confiança de investidores, tanto nacionais quanto estrangeiros, que passam a evitar novos aportes diante da incerteza.

Situações como rupturas institucionais, mudanças abruptas nas regras do jogo, escândalos de corrupção, ou conflitos entre Poderes tendem a provocar reações negativas nos mercados, fuga de capitais e desvalorização da moeda local.

Além disso, os próprios consumidores ficam mais cautelosos em tempos de instabilidade, o que reduz o consumo e aumenta a insegurança econômica.

Quando essa turbulência se prolonga, o país pode entrar em paralisia decisória, postergando reformas importantes e interrompendo programas de estímulo, o que acaba alimentando o risco de recessão, mesmo que os indicadores econômicos ainda não reflitam o impacto imediato da crise política.

Choques externos

Em um mundo cada vez mais globalizado, nenhum país está totalmente imune aos impactos de choques externos.

Eventos como crises financeiras internacionais, pandemias, guerras, bloqueios comerciais ou quebras de cadeias de suprimento podem gerar efeitos em cascata que atingem economias mesmo bem estruturadas.

Por exemplo, uma guerra em uma região exportadora de petróleo pode elevar os preços globais da energia, encarecendo custos de produção e transporte.

Uma desaceleração na China afeta diretamente países que exportam commodities, como o Brasil. E uma pandemia, como a da Covid-19, pode paralisar setores inteiros, reduzir o consumo global e exigir respostas emergenciais dos governos.

Mesmo que a origem do choque não esteja no país, seus efeitos indiretos sobre o comércio, os investimentos e a confiança dos agentes econômicos podem desencadear uma recessão. Por isso, manter reservas cambiais e políticas de amortecimento fiscal é essencial para mitigar riscos externos.

Quais são as consequências da recessão econômica?

Os impactos da recessão econômica são profundos e afetam praticamente todas as áreas da sociedade. Entre os principais efeitos estão:

●     Desemprego: Empresas reduzem contratações ou promovem demissões em massa;

●     Queda na renda: Com menos atividade, os salários não crescem e o poder de compra diminui;

●     Fechamento de empresas: Especialmente pequenos negócios, que não conseguem manter as operações;

●     Desvalorização de ativos: A bolsa tende a cair, investimentos sofrem com a instabilidade;

●     Redução de investimentos públicos e privados: Há menos recursos para infraestrutura, saúde, educação e inovação;

●     Aumento da desigualdade social: A recessão atinge com mais força as camadas vulneráveis da população.

Esses efeitos formam um círculo vicioso: menos consumo gera menos produção, que gera mais desemprego, e assim por diante.

Qual a diferença entre recessão e depressão econômica?

Embora os termos sejam parecidos, recessão e depressão econômica não são a mesma coisa. A diferença está na duração, profundidade e gravidade da crise.

Recessão econômicaDepressão econômica
Dura alguns trimestres ou anosPode durar uma década ou mais
Queda moderada do PIBQueda profunda e prolongada do PIB
Desemprego elevado, mas reversívelDesemprego estrutural e crônico
Causa instabilidadeGera colapso generalizado

Um exemplo clássico de depressão foi a Grande Depressão de 1929, nos Estados Unidos, que levou mais de dez anos para ser superada.

Já a recessão brasileira de 2015–2016, com queda acumulada de mais de 7% do PIB em dois anos, é considerada uma das mais graves da nossa história recente, mas não chegou a ser uma depressão.

Exemplos históricos de recessão econômica no Brasil

O Brasil enfrentou diversos períodos de recessão ao longo da sua história econômica. Relembre os mais marcantes:

●     Recessão de 1981–1983: durante o período da crise da dívida externa, o Brasil enfrentou queda no PIB, hiperinflação e descontrole fiscal. Foi o início de uma década conhecida como “década perdida”.

●     Recessão de 1990: o Plano Collor confiscou parte da poupança dos brasileiros, paralisou o consumo e mergulhou o país em recessão em plena transição para a estabilidade monetária.

●     Recessão de 2015–2016: motivada por fatores internos e externos, como desequilíbrios fiscais, queda no preço das commodities e instabilidade política, essa recessão provocou retração de 7,4% no PIB e deixou cicatrizes duradouras no mercado de trabalho.

●     Pandemia da Covid-19 (2020): o PIB brasileiro caiu 3,9% em 2020, impactado pela paralisação de atividades econômicas, fechamento de comércios e queda da renda. Foi uma recessão global, com resposta emergencial de governos e bancos centrais.

Como a recessão econômica afeta os investimentos?

Para quem investe, a recessão econômica representa um momento de atenção redobrada. Os mercados tendem a ficar mais voláteis, e os ativos mais sensíveis ao ciclo econômico sofrem maiores oscilações. Veja os principais impactos:

●     Bolsa de valores: empresas com lucros ligados ao consumo tendem a cair. O índice B3 pode sofrer correções;

●     Renda fixa: os juros elevados valorizam títulos pós-fixados, como Tesouro Selic ou CDBs com liquidez;

●     Fundos imobiliários: podem sofrer com inadimplência ou vacância em imóveis;

●     Moedas estrangeiras: dólar tende a se valorizar em cenários de aversão ao risco;

●     Criptoativos: ficam mais instáveis, atraindo especuladores, mas não são considerados refúgio tradicional.

Nesse contexto, investir com diversificação, segurança e estratégia se torna ainda mais importante.

Como se proteger da recessão econômica?

A boa notícia é que existem formas de se preparar (e até se beneficiar) em um cenário de recessão econômica. Veja algumas estratégias:

●     Diversifique sua carteira: misture renda fixa, variável e ativos atrelados à inflação;

●     Mantenha uma reserva de emergência: o ideal é ter de 6 a 12 meses de despesas garantidas;

●     Evite dívidas caras: juros altos tornam o crédito mais arriscado;

●     Reforce ativos conservadores: CDBs, Tesouro Selic, LCI e LCA ganham destaque;

●     Invista com suporte: contar com especialistas pode fazer toda a diferença na escolha dos produtos certos para cada cenário.

Essa última dica, aliás, é fundamental. Ter acesso a orientação especializada é um diferencial, especialmente em momentos de incerteza.

Conclusão

Neste artigo, você entendeu que a recessão econômica é um fenômeno que impacta o cotidiano das pessoas, exige atenção dos governos e mexe com os mercados de forma direta.

Vimos o que caracteriza uma recessão, quais são suas causas, os efeitos mais comuns e como ela se diferencia de uma depressão econômica.

Exploramos exemplos históricos no Brasil e analisamos o cenário atual de 2025, com crescimento fraco e preocupações legítimas sobre a sustentabilidade fiscal e o ambiente de negócios.

Também mostramos como a recessão afeta os investimentos, e, mais importante, como proteger seu dinheiro mesmo diante de um contexto desafiador.

Com planejamento, diversificação e foco no longo prazo, é possível atravessar momentos difíceis com mais tranquilidade.

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