A taxa Selic segue em 15% ao ano, no maior patamar desde 2006, e muitos investidores acreditam que isso trava o mercado de renda variável. Mas, segundo Gabriel Mollo, analista de investimentos do Banco Daycoval, a realidade já está mudando:
“O Banco Central sinaliza o fim do ciclo de alta da Selic… mas o Ibovespa já está se mexendo.”
Com o mercado antecipando a reversão da política monetária, ações que foram penalizadas nos últimos anos começam a ganhar fôlego. E, para quem sabe onde procurar, surgem boas assimetrias de risco-retorno.
Assista à análise completa de Gabriel Mollo:

Sumário
Toggle- O que está por trás da virada?
- Onde estão as melhores oportunidades na Bolsa?
- “O mercado não vai esperar o Copom”: timing é essencial
- O que considerar antes de investir em ações em 2025
- E se o cenário mudar? O papel do investidor estratégico
- Conclusão: investir com inteligência em um mercado que já se move
O que está por trás da virada?
Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve os juros em 15% ao ano. A decisão indicou não só a interrupção do ciclo de alta, mas também uma mudança importante de tom: o Banco Central não vê espaço imediato para cortes, mas o mercado já começa a antecipar esse momento.
A inflação, embora ainda resistente, mostra tendência de desaceleração, e os dados de atividade econômica reforçam um cenário de crescimento mais fraco — o que, historicamente, precede a queda dos juros.
Com esse pano de fundo, os investidores institucionais e gestores de fundos começam a reposicionar suas carteiras. E a renda variável, especialmente os setores mais sensíveis ao custo do capital, volta a ganhar protagonismo.
Onde estão as melhores oportunidades na Bolsa?
A resposta para essa pergunta passa por entender quais setores foram mais penalizados pela alta de juros — e, portanto, têm maior potencial de valorização com a mudança de ciclo.
1. Consumo discricionário: retomada à vista
Setores ligados ao consumo não essencial — como varejo, moda e e-commerce — foram duramente impactados por juros altos, queda da renda real e crédito restrito.
Agora, com o custo de capital estabilizado e perspectiva de alívio à frente, nomes como Lojas Renner, Arezzo e Petz voltam ao radar. São empresas que preservaram margens, têm bom controle de estoques e estão bem posicionadas para capturar a recuperação do consumo.
2. Construção civil: sensível à curva de juros
Construtoras costumam reagir rapidamente às expectativas de queda dos juros futuros. Como o valor dos seus projetos depende da taxa de desconto, a melhora na perspectiva macro beneficia diretamente seus múltiplos.
Entre os destaques do setor estão:
- Direcional – combina alto dividend yield com forte geração de caixa.
- Eztec – reconhecida pela baixa alavancagem e resiliência operacional.
- Cyrela e JHSF – negociando com desconto, podem surpreender com uma reprecificação dos ativos.
Empresas de energia, saneamento e infraestrutura são favoritas dos investidores em momentos de transição macroeconômica. Seus contratos longos, receita previsível e endividamento indexado fazem com que sejam muito sensíveis à queda dos juros reais.
3. Utilities: estabilidade e sensibilidade aos juros reais
Boas oportunidades podem ser encontradas em:
- Cemig e Isa Energia – múltiplos ainda descontados e dividendos robustos.
- Sanepar – rentabilidade consistente e estrutura de capital saudável.
- Taesa e CPFL – empresas com resultados sólidos e boa previsibilidade.
“O mercado não vai esperar o Copom”: timing é essencial

Como destaca Gabriel Mollo, o momento exige proatividade: “Tem oportunidade na mesa, mas o mercado não vai esperar o Copom para reagir.”
De fato, quem espera o anúncio oficial de corte da Selic para se posicionar na Bolsa pode perder a melhor parte da valorização. O movimento dos preços geralmente antecede as decisões — e é por isso que muitos gestores já estão reavaliando suas teses para 2025.
A alocação em ações pode ser feita de maneira gradual, buscando setores com bom histórico de execução, baixa alavancagem e perspectiva de recuperação cíclica.
O que considerar antes de investir em ações em 2025
Antes de montar uma posição relevante em Bolsa, vale observar alguns pontos:
- Resiliência da empresa: como ela se comportou durante os períodos de juros altos?
- Endividamento: empresas menos alavancadas tendem a se recuperar mais rápido.
- Valuation atual: mesmo com perspectiva positiva, é importante evitar ações já “esticadas”.
- Dividendos: empresas com bom fluxo de dividendos podem mitigar volatilidade.
Além disso, contar com o suporte de uma assessoria de investimentos pode ajudar a montar uma carteira mais equilibrada, com diversificação e foco no médio e longo prazo.
E se o cenário mudar? O papel do investidor estratégico
Ainda que a Selic continue em 15% por mais alguns meses, o principal já está dado: o ciclo de alta ficou para trás. Isso, por si só, muda o humor do mercado de capitais.
A postura mais estratégica é não esperar as manchetes, mas sim ler os sinais do mercado — como o avanço de setores que antes estavam esquecidos.
É nesse ponto que entra a importância de uma visão mais ampla: setores cíclicos, como os de consumo e construção, podem subir mesmo com juros ainda altos, porque o mercado antecipa as viradas. E empresas de utilities oferecem proteção com crescimento moderado, sendo alternativas defensivas em um portfólio mais arrojado.
Conclusão: investir com inteligência em um mercado que já se move
Mesmo com a Selic estacionada, o mercado já olha para frente. A Bolsa brasileira, com múltiplos ainda atrativos e setores penalizados que começam a se recuperar, oferece oportunidades relevantes.
Consumo discricionário, construção civil e utilities são os segmentos mais assimetricamente posicionados para capturar essa retomada — e os investidores atentos podem se beneficiar antes da virada oficial da política monetária.
Se você quer se antecipar ao mercado e investir com estratégia nesse novo cenário, abra sua conta no Banco Daycoval e fale com nossos especialistas. Aproveite o momento com inteligência e visão de longo prazo.


INFORMAÇÕES IMPORTANTES: Este relatório de análise foi elaborado pelo Daycoval Corretora de Títulos e Valores Mobiliários LTDA. (“Daycoval CTVM”), sociedade regulada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e distribuído também por seu controlador, o Banco Daycoval S.A. (em conjunto, “Conglomerado Daycoval”), de acordo com todas as exigências na Resolução CVM nº 20/2021, como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar sua própria decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta ou solicitação de compra e/ou venda de quaisquer produtos.
O signatário deste relatório declara que as recomendações refletem única e exclusivamente suas análises e opiniões pessoais, que foram produzidas de forma independente, inclusive em relação ao Conglomerado Daycoval e que estão sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado, e que sua(s) remuneração(es) é(são) indiretamente influenciada(s) por receitas provenientes dos negócios e operações financeiras realizadas pela Daycoval CTVM. O analista Gabriel Augusto Mollo CNPI-T 6558, responsável pelo conteúdo deste relatório e pelo cumprimento da Resolução CVM nº 20/2021. O analista tem o dever do cumprimento de todas as regras previstas no Código de Conduta da APIMEC para o Analista de Valores Mobiliários. O Conglomerado Daycoval não se responsabiliza por qualquer decisão tomada pelo cliente com base no presente relatório.
O mercado de bolsa de valores é considerado um mercado de alto risco devido às grandes variações de rendimentos a que está sujeito. Adicionalmente, os investimentos em ações estão sujeitos a riscos de perda de parte do capital investido em razão de degeneração da situação econômico-financeira da empresa emissora das ações. Investimento para investidores de perfil arrojado.
Os produtos apresentados neste relatório podem não ser adequados para todos os tipos de cliente. Antes de qualquer decisão de investimento, os clientes deverão realizar o processo de suitability e confirmar se os produtos apresentados são indicados para o seu perfil de investidor. Este material não sugere qualquer alteração de carteira, mas somente orientação sobre produtos adequados a determinado perfil de investidor. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço ou valor pode aumentar ou diminuir num curto espaço de tempo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. As informações presentes neste material são baseadas em simulações e os resultados reais poderão ser significativamente diferentes.
Esta é uma comunicação geral sobre investimentos. Antes de contratar qualquer produto, confira sempre se é adequado ao seu perfil. Para fins de verificação da adequação do perfil do investidor aos serviços e produtos de investimentos oferecidos pelo Banco Daycoval, é utilizado a metodologia de adequação por produto nos termos das Regras e Procedimentos e no Código ANBIMA de Distribuição de Produtos de Investimentos. A metodologia consiste em definir o perfil do cliente e disponibilizar uma cesta de produtos disponíveis a cada perfil.
A Daycoval CTVM exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste relatório ou seu conteúdo. O investimento em ações é indicado para investidores de perfil arrojado, de acordo com a Política de Suitability praticada no Conglomerado Daycoval. Ação é uma fração do capital de uma empresa que é negociada no mercado. É um título de renda variável, ou seja, um investimento no qual a rentabilidade não é preestabelecida, varia conforme as cotações de mercado. O presente relatório e seu conteúdo devem ser tratados para uso exclusivo. O investimento em ações é um investimento de alto risco e os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros e nenhuma declaração ou garantia, de forma expressa ou implícita, é feita neste material em relação a desempenhos.
As sugestões contidas neste relatório partem da hipótese de uma composição de múltiplos ativos e, portanto, não é expressão de opinião específica sobre qualquer destes ativos tomados individualmente. O presente relatório não deve ser considerado de forma isolada, mas em conjunto com outras informações financeiras do emissor e macroeconômicas, ainda que baseada em perspectiva e estudos extensos da nossa equipe de análise, os preços, opiniões e projeções do presente relatório podem ser alteradas. As condições de mercado, o cenário macroeconômico, os eventos específicos da empresa e do setor podem afetar o desempenho do investimento, podendo resultar até mesmo em significativas perdas patrimoniais. A duração recomendada para o investimento é de médio-longo prazo. Não há quaisquer garantias sobre o patrimônio do cliente neste tipo de produto. As informações contidas neste relatório são consideradas válidas na data de sua divulgação e foram obtidas de fontes públicas.
Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento do Conglomerado Daycoval, podendo também ser divulgado em seu site institucional. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso do Conglomerado Daycoval. O atendimento de nossos clientes é realizado por colaborares ou assessores de investimento do Conglomerado Daycoval. Os custos da operação estão definidos nas tabelas de custos operacionais, disponível no site www.daycovalctvm.com.br/investimentos/custos-e-tarifas.
A Ouvidoria do Conglomerado Daycoval tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 777 0900 ou SAC 0800 775 0500 a disposição nos dias úteis, no horário das 9h às 18h.