Selic alta: sair da renda variável ou aproveitar oportunidades?

Tempo de leitura: 6 minutos

A Selic está subindo e muita gente está se perguntando: será que ainda vale a pena investir em renda variável?

Gráficos simbolizando o ato de investir taxa selic

O aumento da taxa Selic gera uma série de dúvidas entre os investidores. De um lado, a renda fixa se torna mais atraente, oferecendo retornos elevados com menor risco.

Do outro, a renda variável parece desinteressante diante da volatilidade e das incertezas do mercado.

Mas será que é realmente hora de sair da renda variável? Ou esse é justamente o momento de encontrar oportunidades valiosas?

Neste artigo, Gabriel Mollo, analista de investimentos do Banco Daycoval, explica como o mercado se comporta em momentos de crise e como algumas ações podem se valorizar no longo prazo, mesmo diante de um cenário de juros elevados.

O impacto da Selic alta na renda variável

Quando a Selic sobe, o custo do dinheiro aumenta, impactando diretamente empresas que dependem de crédito para crescer.

Com isso, o mercado de ações tende a sentir os efeitos negativos, pois os investidores passam a buscar ativos de menor risco, como o Tesouro Direto e CDBs.

No entanto, esse comportamento nem sempre reflete a realidade de todo o mercado. Existem setores e empresas que se mantêm resilientes, principalmente aquelas que distribuem altos dividendos e possuem boa previsibilidade de receita.

Empresas que se destacam em períodos de juros altos

Empresas que distribuem altos dividendos tendem a ser estáveis, consolidadas em seus setores e com boas margens de lucro, características que atraem investidores em qualquer cenário econômico.

“Com a perspectiva de queda gradual dos juros nos próximos anos, essas empresas podem se valorizar ainda mais, proporcionando ganhos não apenas com dividendos, mas também com a valorização de suas ações,” afirma Mollo.

Veja algumas das empresas que se destacaram em distribuição de dividendos recentemente:

  • Taesa (TAEE11): Com alta previsibilidade de receitas devido aos contratos regulados no setor de energia elétrica, a Taesa entregou um dividend yield acima da média, tornando-se uma escolha sólida para 2025.
  • BB Seguridade (BBSE3): A empresa de seguros do Banco do Brasil tem um histórico consistente de lucros e um payout generoso, sendo uma das queridinhas dos investidores focados em dividendos.
  • Itaúsa (ITSA4): Apesar de ser uma holding, a Itaúsa continua entregando resultados robustos e distribuindo bons dividendos, especialmente considerando sua participação no Itaú.
  • Vivo (VIVT3): O setor de telecomunicações continua resiliente, e a Vivo, com sua geração de caixa sólida, promete manter o nível elevado de distribuição de dividendos.

“Com as expectativas de recuperação gradual da economia e possíveis cortes na taxa Selic no segundo semestre, as empresas citadas acima têm um cenário favorável para manter a atratividade”, complementa.

Além disso, setores como energia elétrica, seguros e telecomunicações costumam ser defensivos, ou seja, apresentam menor volatilidade e boa previsibilidade de resultados.

Crises passadas e a recuperação do mercado

A história econômica nos mostra que, após períodos de crise, os mercados tendem a se recuperar com força.

Um exemplo disso é a crise de 2008, quando o Ibovespa caiu 41% em um ano, mas subiu 82% logo no ano seguinte.

Outros períodos de crise também mostram esse padrão:

  • 2013 a 2015: Durante um período de instabilidade política e econômica, a bolsa caiu três anos seguidos, mas em 2016 e 2017 subiu 39% e 27%, respectivamente.
  • 2020: A pandemia causou uma queda brusca no mercado, mas o Ibovespa se recuperou rapidamente nos meses seguintes.

Isso demonstra que, para quem pensa no longo prazo, crises podem ser momentos de entrada estratégica e não de retirada.

Com a Selic alta, renda variável ainda é um bom negócio?

Investir em renda variável exige paciência e coragem para enfrentar momentos de volatilidade. O investidor que busca crescimento patrimonial precisa entender que:

  1. Os ativos ficam subvalorizados durante crises: Isso gera oportunidades de compra.
  2. O mercado antecipa movimentos: Quem entra no mercado quando os juros ainda estão altos pode colher ganhos quando a economia se recuperar.
  3. Empresas sólidas continuam gerando valor: Negócios com bons fundamentos tendem a prosperar independentemente do cenário econômico.

A história mostra que os ativos de risco oferecem retornos expressivos para quem está disposto a suportar oscilações de curto prazo.

Como montar uma estratégia inteligente em cenários de juros altos

Ao invés de sair totalmente da renda variável, uma estratégia balanceada pode ser mais interessante:

  • Mantenha uma parte do capital em renda fixa: Isso garante segurança e liquidez para eventuais oportunidades.
  • Foquem em empresas resilientes: Escolha companhias que demonstram capacidade de atravessar crises com estabilidade.
  • Aproveite os preços baixos: Empresas boas e baratas são um excelente investimento para o futuro.

Conclusão

Casal fazendo planos de investimentos

O aumento da taxa Selic faz muitos investidores questionarem se vale a pena manter posições na renda variável.

No entanto, históricos de crises passadas mostram que, após momentos de dificuldade, o mercado tende a se recuperar de forma expressiva.

Empresas bem fundamentadas, que pagam bons dividendos e operam em setores resilientes, continuam sendo boas opções mesmo em cenários desafiadores.

Além disso, a própria volatilidade cria oportunidades de entrada para investidores que pensam no longo prazo.

Portanto, antes de sair da renda variável por medo da alta dos juros, avalie as oportunidades e considere diversificar sua carteira de forma estratégica.

Lembre-se: crises passam, mas bons investimentos permanecem gerando valor ao longo do tempo.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES: Este relatório de análise foi elaborado pela Daycoval Corretora de Títulos e Valores Mobiliários LTDA (“Daycoval CTVM”) de acordo com todas as exigências da Resolução CVM nº 20/2021, com o objetivo de fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar suas próprias decisões de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta ou solicitação de compra e/ou venda de quaisquer produtos.

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